O Virado, ou Virado à Paulista, é um prato típico da culinária paulista e que é consumido no Brasil inteiro.[1][2][3]

Virado
Virado
Exemplo de Virado à Paulista que começou a ser feito na época da colonização.
País Brasil
Receitas: Virado   Multimédia: Virado

História

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É um prato típico do estado brasileiro de São Paulo, onde também é conhecido como Virado à Paulista. Foi criado na época das entradas, bandeiras e monções, no Brasil Colônia.[1][2]

Surgiu espontaneamente para alimentar os bandeirantes em suas expedições. Conforme historiadores gastronômicos, eles carregavam junto com lanças, terçados, alfanjes, arcabuzes e bacamartes, farnéis repletos de feijão cozido, habitualmente sem sal, para não endurecer, farinha de milho (a de mandioca só começou a ser produzida em escala apreciável em São Paulo no século XVIII), carne-seca e toucinho. Com o chacoalhar da andança, os ingredientes ficavam virados ou revirados (daí o nome virado).[1] Comiam frio ou requentado.[2]

A mais antiga referência documental ao virado data-se 1602, quando Nicolau Barreto realizou a famosa expedição aos atuais territórios do Paraguai, Bolívia e Peru.[1] Também conta-se que d. Pedro I, na viagem do Rio de Janeiro a São Paulo, na qual deu o Grito do Ipiranga, comeu virado em 17 de agosto de 1822 na Fazenda Pau d’Alho, de São José do Barreiro, Vale do Paraíba.[1][2]

Os bandeirantes levaram o virado para Minas Gerais, onde o prato se converteu no tutu à mineira. A grande diferença é que o tutu mineiro é feito com feijão moído e o virado a paulista feito com grãos inteiros.[1][2] No Paraná o virado chegou principalmente na região dos Campos Gerais por meio dos tropeiros.[4][5][6] Pode ser encontrado nos municípios de Lapa,[4] Castro,[4][5] Piraí do Sul[7][8][9][10][11] e Ventania.[5]

Descrição

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Virado de feijão no Festival Gastronômico Sabor de São Paulo.

Há várias combinações do prato em torno do básico de bisteca de porco, banana frita, feijão mulatinho virado com farinha de mandioca, arroz, couve e ovo frito. O virado pode ser preparado com feijão preto, com farinha de milho e até com repolho cozido (como no interior de Santa Catarina).[carece de fontes?] O Virado à Paulista é preparado com feijão cozido refogado em cebola, alho e gordura, onde é acrescentado sal e um pouco do próprio caldo do feijão ou de água. Normalmente mexe-se com farinha de milho ou de mandioca, servindo-o acompanhado de bisteca ou costeleta suína frita, linguiça frita, banana empanada e frita, ovo estrelado (de preferência com a gema mole), couve cortada em tiras e refogada na gordura, torresmo feito na hora, ruidosamente crocante, e arroz.[2] Na prática, o virado em São Paulo é uma refeição completa que une as principais comidas brasileiras.[2] O tradicional cardápio paulistano é servido às segundas-feiras; conforme dados estatísticos, são preparados e servidos cerca de 500 mil virados toda semana, somente na capital do Estado de São Paulo.[2]

Ver também

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Referências

  1. a b c d e f Gold 360, Equipe (17 de janeiro de 2018). «Conheça a origem do virado à paulista». Ana Maria Braga. Consultado em 16 de julho de 2019 
  2. a b c d e f g h Dias Lopes (27 de março de 2014). «A história do virado à paulista». O Estado de S.Paulo. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  3. «Virado à paulista: aprenda a fazer a receita tradicional em casa». Terra. Consultado em 30 de novembro de 2023 
  4. a b c «Cadernos - Paraná da Gente nº1 - Pratos Típicos Paranenses» (PDF). Secretaria de Estado de Cultura. 2004. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  5. a b c Michele Pavoni (21 de abril de 2018). «Sabores dos Campos Gerais: receitas típicas para fazer em casa». Diário dos Campos. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  6. «Saiba mais sobre a Gastronomia do Paraná». Paraná Turismo. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  7. «Justificativa do anteprojeto de lei nº 033/2015» (PDF). Prefeitura Municipal de Piraí do Sul. 21 de abril de 2018. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  8. «Assuntos do Plenário 10-08-2015». Câmara Municipal de Piraí do Sul. 19 de agosto de 2015. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  9. Mara Lucia Bach (1 de agosto de 2008). «Feira Gastronômica começa nesta sexta-feira em Telêmaco». Folha da Cidade. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  10. «Projeto de Lei 0050-2015 - Institui o virado Piraiense e a Cabriúva como prato e bebida tipica do municipio de Pirai do Sul.». Câmara Municipal de Piraí do Sul. 2015. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
  11. «Feira gastronômica e cultural apresenta "entrevero" à comunidade». Prefeitura Municipal de Telêmaco Borba. 5 de agosto de 2008. Consultado em 14 de janeiro de 2020 
 
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