Ácido metilmalônico

composto químico
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Ácido metilmalônico
Alerta sobre risco à saúde
Outros nomes Methylmalonic acid
Identificadores
Número CAS 516-05-2
PubChem 487
Número EINECS 208-219-5
ChemSpider 473
KEGG C02170
MeSH Methylmalonic+acid
ChEBI 30860
SMILES
InChI
1/C4H6O4/c1-2(3(5)6)4(7)8/h2H,1H3,(H,5,6)(H,7,8)
Propriedades
Fórmula química C4H6O4
Massa molar 118.07 g mol-1
Densidade 1.455 g/cm−3
Ponto de fusão

134 °C, 407 K, 273 °F

Acidez (pKa) pKa1 = 3,07[1]
pKa2 = 5,76[1]
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

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Alerta sobre risco à saúde.

Acido metilmalônico (MMA) é um ácido derivado do ácido propiônico, resultado do catabolismo de aminoácidos e ácidos graxos, que é transformado em ácido succínico em uma reação na qual a vitamina B12 atua como cofator. O ácido succínico é metabolizado no ciclo de Krebs. A diminuição da quantidade de B12, resulta na elevação do ácido metilmalônico.[2]

Patologia editar

O aumento dos níveis de ácido metilmalônico pode indicar uma deficiência de vitamina B12, quanto mais elevado, maior a deficiência da vitamina. No entanto, ele é sensível (aqueles com deficiência quase sempre apresentam resultado positivo), mas não específico (aqueles que não têm deficiência de vitamina B12 podem ter níveis elevados de ácido metilmalônico detectados,[3] assim como em casos de insuficiência renal, na gravidez, doenças da tireoide, condições de hemoconcentração e no aumento intestinal de bactérias produtoras de ácido propiônico).[3] O ácido metilmalônico está elevado em 90 a 98% dos pacientes com deficiência de vitamina B12. Sua especificidade é menor, pois 20-25% dos pacientes com mais de 70 anos têm níveis elevados de MMA, mas 25-33% deles não têm deficiência de vitamina B12. Por esse motivo, o teste de MMA não é recomendado rotineiramente em idosos.[4] Além disso, o acúmulo de MMA no sangue com a idade foi associado à progressão de tumores em 2020.[5]

O crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado também pode levar a níveis elevados de ácido metilmalônico devido à competição das bactérias no processo de absorção da vitamina B12. Isso se aplica à vitamina B12 proveniente de alimentos e de suplementação oral e pode ser contornado por injeções de vitamina B12. Também há a hipótese, a partir de estudos de casos de pacientes com síndrome do intestino curto, de que o supercrescimento bacteriano intestinal leva ao aumento da produção de propionato, que é um precursor do ácido metilmalônico.[6][7] Foi demonstrado que, nesses casos, os níveis de ácido metilmalônico voltaram ao normal com a administração de metronidazol.[6][8]

Um excesso está associado à acidemia metilmalônica.

Se os níveis elevados de ácido metilmalônico forem acompanhados por níveis elevados de ácido malônico, isso pode indicar a doença metabólica acidúria malônica e metilmalônica combinada (CMAMMA). Ao calcular a relação entre o ácido malônico e o ácido metilmalônico no plasma, a CMAMMA pode ser diferenciada da acidemia metilmalônica clássica.[9]

As concentrações de MMA no sangue são medidas por espectrometria de massa com cromatografia gasosa ou LC-MS e os valores esperados de MMA em pessoas saudáveis estão entre 73 e 271 nmol/L.[10][11]

Veja também editar

Referências

  1. a b «Dissociation Constants Of Organic Acids And Bases». zirchrom.com 
  2. «MALO - ÁCIDO METILMALÔNICO SÉRICO». gde.diagnosticosdobrasil.com.br. Consultado em 16 de outubro de 2023 
  3. a b «Sensitivity and Specificity». www.med.emory.edu 
  4. «B12 Deficiency and Dizziness». www.dizziness-and-balance.com 
  5. Gomes, Ana P.; Ilter, Didem; Low, Vivien; Endress, Jennifer E.; Fernández-García, Juan; Rosenzweig, Adam; Schild, Tanya; Broekaert, Dorien; Ahmed, Adnan; Planque, Melanie; Elia, Ilaria (10 de setembro de 2020). «Age-induced accumulation of methylmalonic acid promotes tumour progression». Nature (em inglês). 585 (7824): 283–287. ISSN 0028-0836. PMC 7785256 . PMID 32814897. doi:10.1038/s41586-020-2630-0 
  6. a b Sentongo, Timothy A; Azzam, Ruba; Charrow, Joel (2009). «Vitamin B12 Status, Methylmalonic Acidemia, and Bacterial Overgrowth in Short Bowel Syndrome». Journal of Pediatric Gastroenterology & Nutrition (em inglês). 48 (4): 495–497. ISSN 0277-2116. PMID 19322060. doi:10.1097/MPG.0b013e31817f9e5b  
  7. Giannella, R.A.; Broitman, S.A.; Zamcheck, N. (1972). «Competition Between Bacteria and Intrinsic Factor for Vitamin B12: Implications for Vitamin B12 Malabsorption in Intestinal Bacterial Overgrowth». Gastroenterology. 62 (2): 255–260. ISSN 0016-5085. PMID 4629318. doi:10.1016/s0016-5085(72)80177-x 
  8. Jimenez, Lissette; Stamm, Danielle A.; Depaula, Brittany; Duggan, Christopher P. (2018). «Is Serum Methylmalonic Acid a Reliable Biomarker of Vitamin B12 Status in Children with Short Bowel Syndrome: A Case Series». The Journal of Pediatrics (em inglês). 192: 259–261. PMC 6029886 . PMID 29129351. doi:10.1016/j.jpeds.2017.09.024 
  9. de Sain-van der Velden, Monique G. M.; van der Ham, Maria; Jans, Judith J.; Visser, Gepke; Prinsen, Hubertus C. M. T.; Verhoeven-Duif, Nanda M.; van Gassen, Koen L. I.; van Hasselt, Peter M. (2016), Morava, Eva; Baumgartner, Matthias; Patterson, Marc; Rahman, Shamima, eds., «A New Approach for Fast Metabolic Diagnostics in CMAMMA», ISBN 978-3-662-53680-3, Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, JIMD Reports, Volume 30, 30, pp. 15–22, PMC 5110436 , PMID 26915364, doi:10.1007/8904_2016_531 
  10. Isber, Sonia (2007). «The role of poor nutritional status and hyperhomocysteinemia in complicated pregnancy in Syria» (PDF). doi:10.22028/D291-20838 
  11. «Methylmalonic Acid, Serum or Plasma (Vitamin B12 Status)». ltd.aruplab.com