Aeroporto Internacional de Belém

aeroporto de Belém, PA

O Aeroporto Internacional de Belém/ Val-de-Cans - Júlio Cezar Ribeiro (IATA: BELICAO: SBBE) é um aeroporto internacional no município de Belém, no Pará. É o aeroporto mais movimentado da Região Norte do Brasil em quantidade de passageiros transportados, ocupando a décima quarta colocação no ranking de aeroportos do Brasil por movimento.[3]

Val de Cans
Aeroporto Internacional Júlio Cezar Ribeiro
Lobby do aeroporto
IATA: BEL - ICAO: SBBE
Características
Tipo Público e Militar
Administração Infraero
Serve Região Metropolitana de Belém
Localização Belém, PA, Brasil
Inauguração 24 de janeiro de 1959 (64 anos)
Coordenadas 1° 26' 16" S 48° 28' 08" O
Altitude 17 m (56 ft)
Movimento de 2021
Passageiros 2.681.690
Capacidade anual 7 700 000 Passageiros
Website oficial Página oficial
Mapa
SBBE está localizado em: Brasil
SBBE
Localização do aeroporto no Brasil
Pistas
Cabeceira(s)
Comprimento
Superfície
02 / 20
1 830  m (6 004 ft)
06 / 24
2 800  m (9 186 ft)
Helipontos
Número(s)
Comprimento
Superfície
07 / 20
33 m (108 ft)
Notas
Dados da FAB[1] e da ANAC[2]
Área de check-in do aeroporto

Foi o primeiro aeroporto do Brasil, ainda nos anos 90, a adotar o padrão atual de construções dos aeroportos da INFRAERO, passando por uma completa reformulação e modernização, realizadas em duas fases por meio de investimentos conjuntos entre o Governo Federal e Governo do Estado do Pará. A primeira etapa do projeto foi finalizada em 1999, consistindo numa edificação completamente nova e refrigerada, que introduziu no estado do Pará o uso de pontes de embarque, até então inéditos para os passageiros do aeroporto. Inaugurada a 1ª fase do projeto, o antigo terminal de passageiros foi demolido para dar lugar a uma extensão do novo prédio, abrigando uma nova sala de desembarque, mais lojas, ampliação da sala de embarque e acréscimo de mais duas pontes de embarque; bem como um terraço panorâmico. Em 2001, a 2ª etapa das obras foi inaugurada e o projeto do novo aeroporto finalizado, representado um investimento aproximado de R$ 78.000.000 somente no terminal de passageiros, valor equivalente a mais de US$ 41.000.000, considerando a cotação da época.[4]

Ao todo, o terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Belém é um dos maiores e mais modernos do Brasil e está localizado em uma área de 33 mil m². O local conta com uma sala de embarque internacional e seis pontes de embarque e desembarque, sendo uma reversível, uma internacional e quatro domésticas, oferecendo aos seus usuários uma estrutura com 30 balcões de check in, quatro esteiras de restituição de bagagens, sistema eletrônico informativo de voo, estabelecimentos comerciais, além de um terraço panorâmico.[5]

Administrado pela Infraero, o complexo possui torre de controle, controle de aproximação e duas pistas de pouso, com a maior tendo um comprimento de 2.800m.[5]

HistóriaEditar

 
Área de desembarque do aeroporto

Em 1934, o general Eurico Gaspar Dutra, diretor da Aviação Militar, designou o tenente Armando Serra de Menezes para escolher em Val-de-Cans um terreno onde seria construído um aeroporto. As obras ficaram a cargo da Diretoria de Aeronáutica Civil, órgão do Ministério da Viação e Obras Públicas. Foi construída uma pista de terra, no eixo Leste-Oeste, dimensionada em 1200x150m; pátio de estacionamento e um hangar de estrutura em concreto para a aviação militar que através dos tempos ficou conhecido como Hangar Amarelo pela cor de sua pintura.[4]

 
Aero shopping do Aeroporto Internacional de Belém

Com a eclosão da segunda grande guerra, as bases aéreas e aeroportos do litoral brasileiro passaram a ser da mais alta relevância no domínio das rotas vitais marítimas do Atlântico Sul. Ainda mais especiais eram as bases no norte e nordeste, que dariam o indispensável apoio logístico a milhares de aviões que, saindo das fábricas do Canadá e Estados Unidos, seriam transladados para os teatros de operações no norte da África e na Europa.

Depois de prolongadas negociações entre o Brasil e Estados Unidos, foram construídas em Val-de-Cans duas pistas medindo 1500 x 45 metros com base de concreto e revestimento asfáltico e modernas instalações aeroportuárias para atender com eficiência a aviação civil e militar.

Val-de-Cans e as outras bases aéreas utilizadas pelos americanos durante a II Guerra Mundial foram entregues ao Ministério da Aeronáutica em 1945. Panair, Pan American, Cruzeiro do Sul e NAB (Navegação Aérea Brasileira), ao iniciarem suas atividades em Val-de -Cans, construíram suas próprias estações de passageiros.

Em 1958, o Ministério da Aeronáutica construiu a primeira estação de passageiros para uso geral das companhias de aviação. Em 24 de janeiro de 1959 foi inaugurado o Aeroporto Internacional de Belém, administrado pelo DAC. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária foi criada pela Lei n.º 5.862, em 12 de dezembro de 1972, com a atribuição de implantar, administrar, operar e explorar industrial e comercialmente aeroportos. Em janeiro de 1974, o Ministério da Aeronáutica transferiu para a jurisdição da Infraero o Aeroporto Internacional de Belém (Val-de-Cans), tendo como primeiro Administrador o Francisco de Assis Lopes.

Desde 2001, o Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans/Júlio Cezar Ribeiro se transformou em um exemplo do padrão que a Infraero implementa em seus aeroportos. Imponente em meio à vastidão da Amazônia, o desenho do edifício utiliza planos curvos na cobertura para permitir que a luz percorra toda a extensão do grande salão do terminal. O arquiteto Sérgio Parada, responsável pelo projeto, abusou da criatividade e adotou totens de múltiplo uso com projetores de luz, sistema de som, ar-condicionado e telefones públicos.O terminal de passageiros é totalmente climatizado e conta com uma arquitetura futurista. Os portadores de necessidades especiais têm atendimento individualizado com equipamentos próprios. Seu interior é ornamentado com plantas da região amazônica que se encontram cercadas por uma fonte capaz de imitar o barulho das chuvas que caem todos os dias na região.[6]

Tradicionalmente denominado de Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, é responsável pelo incremento do turismo na região, escoamento da produção e captação de novos investimentos. Toda sua estrutura física contribui para isso: projetado para aproveitar a iluminação natural da calorosa cidade de Belém do Pará, possui um espelho d água dentro do Terminal de Passageiros, e é ornamentado com plantas típicas da região amazônica.

Em 22/02/2021, o governo federal, por meio do Decreto n.º 10635/2021, incluiu o Aeroporto Internacional de Belém no Programa Nacional de Desestatização, dando início ao processo que resultará na concessão do complexo aeroportuário para exploração comercial pela iniciativa privada por um período de 30 anos.[7]

O Ministério da Infraestrutura lançou edital de chamamento público para que empresas elaborassem estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para servir de subsídio ao processo de transferência do ativo à iniciativa privada e, em setembro de 2021, a ANAC deu início à consulta pública da 7ª rodada de concessão de aeroportos. Em 18 de agosto de 2022, o Consórcio Novo Norte, formado por Socicam e DIX Empreendimentos, arrematou os aeroportos de Belém e Macapá por R$ 125 milhões em uma disputa lance a lance com a francesa Vinci Airports[8]. O arremate do Bloco Norte II teve o maior ágio da 7ª Rodada de Concessões de Aeroportos, cerca de 165%.

Hoje operam no Aeroporto Internacional de Belém ao todo 5 companhias aéreas: Azul, GOL e Latam operam rotas domésticas. Tanto Azul, GOL e Latam também operam voos internacionais, aliadas à TAP Air Portugal e a Surinam Airways. Contudo, apenas a "laranjinha voadora" retomou seus voos internacionais a partir da capital do Pará após a suspensão em decorrência da Pandemia de COVID-19 com sua rota para o Suriname. A Azul informou que reiniciará os voos para os Estados Unidos em dezembro de 2022, enquanto a Latam não informou previsão. Há conversas ainda para que uma rota para a Cidade do Panamá, a ser gerida pela Copa Airlines, inicie em Belém a partir de 2024.

EstatísticasEditar

MovimentoEditar

Ver a consulta original do Wikidata.

Ano Movimento (Passageiros)[3] % Rank Nacional
2003 1.172.457 --- 15
2004 1.330.965   13,5% 14
2005 1.523.714   14,4% 13
2006 1.776.008   16,5% 12
2007 2.119.552   19,3% 12
2008 2.153.508   1,6% 12
2009 2.203.653   2,9% 15
2010 2.570.899   18,2% 16
2011 2.995.547   16,5% 16
2012 3.342.771   11,5% 15
2013 3.475.611   03,9% 14
2014 3.886.914  11,83% 13
2015 3.714.761  4,52% 13
2016 3.282.513  11,64% 14
2017 3.312.101   0,9% 14
2018 3.520.803   6,30% 14
2019 3.628.807   3,07% 14
2020 2.010.186   13
2021 2.681.690   13
Rotas domésticas a partir de Belém
Rank Cidade Companhias Aéreas
1   Brasília, Distrito Federal   
2   Guarulhos, São Paulo    
3   Macapá, Amapá    
4   Manaus, Amazonas    
5   Rio de Janeiro-Galeão, Rio de Janeiro   
6   Fortaleza, Ceará    
7   Santarém, Pará    
8   Belo Horizonte-Confins, Minas Gerais  
9   Altamira, Pará  
10   São Luís, Maranhão   
11   Recife, Pernambuco  
12   Boa Vista, Roraima  
13   Breves, Pará  
14   Monte Dourado, Pará  
15   Marabá, Pará  
16   Salinópolis, Pará  
17   Paragominas, Pará  
18   Campinas, São Paulo  

Rotas Internacionais de BelémEditar

Destino Companhias Aéreas
Fort Lauderdale  
Caiena (suspenso)  
Caiena (a partir de 5 de maio)[9] Air France
Lisboa  
Miami (suspenso)  
Paramaribo    

Números[5]Editar

Sítio aeroportuárioEditar

Área: 5.615.783,22 m²

Pátio das aeronavesEditar

Área: 82.384 m²

Terminal de passageirosEditar

Área (m²): 33.255,17

EstacionamentoEditar

Capacidade: 692 vagas

Estacionamento de aeronaves comerciaisEditar

  • Número de posições: 12

AcessoEditar

Avenida Júlio César s/n° Val de Cans Distância do centro: 12 km

O Aeroporto Internacional de Belém está localizado a 12km do centro da capital paraense e, apesar da pequena distância, os passageiros não dispõem de muitas opções de transporte para chegar ao terminal de passageiros, situação comum aos aeroportos brasileiros, que sofrem de uma deficiência crônica de ligação com os centros urbanos que atendem.

  • Táxi: O aeroporto possui algumas cooperativas de táxi que atuam dentro do terminal de passageiros em pontos de atendimento espalhados nos saguões de embarque e desembarque de passageiros.
  • Transporte Público: O SBBE é atendido por poucas linhas de transporte público que fazem a ligação do terminal ao centro da capital por diferentes itinerários. São elas: Linha Pratinha - Pte.Vargas; Linha CDP - Providência; Linha Pratinha - Ver-o-Peso; Linha Marex-Arsenal; Linha Marex - F. Patroni; Linha Marex - Centro. O aeroporto possui ainda uma ligação com o município de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, por meio da Linha Pratinha - Castanheira. Não existe mais a opção de ônibus executivo climatizado no aeroporto.[10] Porém, com a construção do shopping Grão Pará nas proximidades, algumas linhas tiveram o trajeto alterado para somente na ida ao Centro passarem pelo aeroporto, como a Linha Icoaraci - Centro; Linha Guajará - Ver-o-Peso itinerário B;[11]
  • BRT: Em janeiro de 2014, a Prefeitura Municipal de Belém anunciou a criação de uma linha de BRT que atenderá o Aeroporto Internacional Júlio Cézar Ribeiro. A linha BRT Centenário, assim batizada pela administração do município, inicia-se no Distrito de Icoaraci e terminará na Av. Visconde de Souza Franco, onde haverá um terminal multimodal, permitindo aos usuários a conexão com o transporte fluvial em direção às ilhas da capital, fazendo dela a primeira linha de BRT rodofluvial de que se tem conhecimento no mundo. A linha BRT Centenário terá 29 estações ao longo de seu trajeto e será implantada ao custo de R$370 milhões, oriundos de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.
 
  Aeroporto Internacional de Belém - Júlio Cézar Ribeiro

Ver tambémEditar

Referências

  1. «Publicação Auxiliar de Rotas Aéreas (ROTAER)» (PDF). Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). 2016. Consultado em 1 de outubro de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 1 de outubro de 2016 
  2. «Dados Estatísticos» (XLSB). Agência Nacional de Aviação Civil. 2015. Consultado em 2 de outubro de 2016. Cópia arquivada em 2 de outubro de 2016 
  3. a b «Estatísticas». Infraero. Abril de 2017. Cópia arquivada em 11 de dezembro de 2017 
  4. a b «Histórico». Infraero. Consultado em 10 de julho de 2022. Cópia arquivada em 28 de junho de 2022 
  5. a b c «Características». Infraero. Consultado em 10 de julho de 2022. Cópia arquivada em 28 de junho de 2022 
  6. «Aeroporto de Belém». Anual Design. Consultado em 10 de julho de 2022 
  7. «Estudos e Documentos - 7ª Rodada». gov.br. 17 de novembro de 2020. Consultado em 10 de julho de 2022 
  8. «Aeroportos de Macapá e Belém são arrematados por R$ 125 milhões pelo Consórcio Novo Norte». G1. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  9. Teizen, Beatrice (24 de janeiro de 2023). «Air France lança voo entre Belém e Caiena (Guiana Francesa)». Portal PANROTAS. Consultado em 27 de janeiro de 2023 
  10. «Meu Ônibus em Belém (PA)». sites.google.com. Consultado em 10 de julho de 2022 
  11. «Semob passa a incluir a Av. Centenário no itinerário de linhas de ônibus». G1. 27 de agosto de 2015. Consultado em 10 de julho de 2022