Alda Lima Falcão

entomóloga brasileira

Alda Lima Falcão (Aracati, 27 de março de 1925Belo Horizonte, 31 de agosto de 2019) foi uma entomóloga e pesquisadora brasileira.[1] Foi referência nacional em estudos sobre a Leishmaniose.

Alda Lima Falcão
Alda Lima Falcão
Conhecido(a) por referência nacional em estudos sobre a Leishmaniose
Nascimento 27 de março de 1925
Aracati, Ceará, Brasil
Morte 31 de agosto de 2019 (94 anos)
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Alberto Rocha Falcão
Prêmios
  • Medalha Meio século de Contribuição a Ciência da Fiocruz (1991)
  • Pesquisadora Honorária pela Fundação Oswaldo Cruz (2005)
  • Pesquisadora Emérita da Fiocruz (2007)
Instituições Fundação Oswaldo Cruz
Campo(s) Entomologia

Biografia editar

Alda nasceu na cidade de Aracati, em 1925. Era a segunda filha entre cinco irmãos. No final da década de 1930, viu eclodir no país uma grande epidemia de malária, em especial na região nordeste, incluindo sua cidade. A epidemia causou muitas mortes entre 1938 e 1939, causada pelo mosquito Anopheles gambiae. Um centro de pesquisa da Fundação Rockefeller foi estabelecido em Aracati, chefiado por Maria José von Paumgartten Deane.[2]

Alda conseguiu emprego no centro de pesquisas lavando a vidraria de análises, mas acabou se interessando pelos insetos. Com o auxílio dos pesquisadores, aprendeu a coletar, montar o espécime, identificar e cruzar os mosquitos. Alda trabalhou no laboratório até o fim da epidemia e a consequente retirada da equipe de pesquisadores da Fundação Rockefeller.[2][3]

Em 1943, Alda se mudou para Fortaleza, onde ingressou no Serviço Nacional de Malária como entomóloga, que posteriormente foi incorporado ao Departamento Nacional de Endemias Rurais. Normas da nova instituição pediam que os pesquisadores estudassem novos vetores, não apenas mosquitos e assim Alda foi para Recife, onde estudou os insetos vetores na transmissão da doença de Chagas e flebotomíneos.[2]

Em 1950, Alda se casou com o controlador de voo Alberto Rocha Falcão e em 1952, o casal se mudou para Belo Horizonte. Alberto mudou de profissão e começou a trabalhar junto de Alda no Serviço Nacional de Malária. Alda foi uma das responsáveis pelo início da Coleção de Flebotomíneos da Fiocruz, uma das mais importantes e completas do mundo, com cerca de 92 mil espécimens distribuídos em 370 espécies nas Américas e outras 43 distribuídas na Europa, Ásia e África.[2][3]

Na Universidade de São Paulo, em 1958, Alda participou do curso de entomologia médica da Faculdade de Saúde Pública.[1] Em sua carreira, Alda deu aulas de taxonomia e em seu pioneiro curso de flebotomíneos ela foi a responsável pelo treino e capacitação de vários alunos e profissionais de várias regiões do Brasil.[2] Alda criou o Centro de Referência Nacional e Internacional para Flebotomíneos em 1991, que fornece importantes dados de vigilância em saúde no território brasileiro. Em sua carreira publicou um livro de referência e 101 artigos científicos, descreveu 43 espécies, um novo subgênero e um novo gênero de flebotomíneo. Pelo menos três novas espécies foram nomeadas em sua homenagem.[2][3]

Alda foi diretora do Laboratório de Leishmanioses do Instituto René Rachou de 1976 a 1994, ano em que foi aposentada compulsoriamente, por ter completado 70 anos de idade. O Ambulatório Clínico de Leishmaniose da instituição leva hoje seu nome. Em 1991, Alda recebeu a Medalha Meio século de Contribuição a Ciência da Fiocruz. Em 2005, tornou-se Pesquisadora Honorária pela Fundação Oswaldo Cruze e em 2007 recebeu o título de Pesquisadora Emérita da mesma instituição.[2] Em 2018, um grafite foi feito no muro da instituição em Belo Horizonte, onde seu rosto foi pintado em sua homenagem.[4]

Morte editar

Alda morreu em 2019, aos 94 anos, em Belo Horizonte.[2]

Referências

  1. a b Casa de Oswaldo Cruz. «Alda Lima Falcão (Registro de autoridade)». Base Arch. Consultado em 8 de dezembro de 2023 
  2. a b c d e f g h José Dilermando Andrade Filho (ed.). «Alda Lima Falcão (★1925 †2019)». Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Consultado em 19 de fevereiro de 2020 
  3. a b c «Alda Lima Falcão». Instituto René Rachou. Consultado em 19 de fevereiro de 2020 
  4. Cristiane Silva, ed. (26 de outubro de 2018). «Grafite na Fiocruz em BH homenageia pesquisadores e produção científica». O Estado de Minas. Consultado em 9 de dezembro de 2014 

Ligações externas editar