Amadeu Ferreira

escritor, advogado, professor e linguista português (1950-2015)

Amadeu José Ferreira ComM (Sendim, Miranda do Douro, 29 de julho de 1950 — Lisboa, 1 de março de 2015) foi um advogado, escritor e professor universitário português e um estudioso e divulgador da língua mirandesa. Foi ordenado comendador da Ordem do Mérito em 2004.

Amadeu Ferreira
Nome completo Amadeu José Ferreira
Nascimento 9 de julho de 1950
Sendim, Portugal
Morte 1 de março de 2015 (64 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade português
Ocupação advogado, escritor e professor

Biografia editar

Traduziu várias obras de referência da literatura portuguesa e universal para mirandês, nomeadamente, Os Lusíadas, de Camões, Mensagem, de Pessoa, os clássicos romanos de Horácio, Virgílio e Cátulo, os quatro evangelhos do Novo Testamento e ainda dois volumes da banda desenhada francesa Astérix. Chegou a escrever sob os pseudónimos Francisco Nebro, Marcus Miranda e Fonso Roixo. Publicou igualmente muita obra sua original e colaborou, em língua mirandesa, com meios de comunicação social como o Jornal Nordeste, o Mensageiro de Bragança, o Diário de Trás-os-Montes, o Público (jornal de âmbito nacional para o qual escreveu regularmente durante anos) e a rádio MirandumFM, contribuindo ainda com mais de três mil textos, quase exclusivamente literários, em blogues como Fuontes de l Aire, Cumo Quien Bai de Camino e Froles Mirandesas.

Foi presidente da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa (Associação da Língua e Cultura Mirandesa), com sede em Lisboa, e fundador e presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes. A nível profissional, foi vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (a entidade reguladora dos instrumentos financeiros em Portugal), professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Bragança.[1][2][3]

Reconhecimento e homenagens editar

Foi, brevemente em 1982, deputado na Assembleia da República pela UDP.[4][5]

Em sua homenagem foram criadas, em 2015, as Jornadas da Língua e Cultura Mirandesa Amadeu Ferreira. [6]

Publicações editar

  • Modos de Tratamiento ne l mirandés de Sendin, estudo publicado na revista El Filandar/O Fiadeiro, Samora (dezembro de 2001).
  • Decumientos pa la stória de l mirandés, textos em mirandês do século XIX.
  • Trindade Coelho, grande divulgador e defensor da língua mirandesa, artigo na revista Fórum, Mogadouro
  • L Tiu de l Lhápeç: Trindade Coelho e a Língua Mirandesa, conferência em Mogadouro, no centenário da publicação In Illo Tempore, a convite da Câmara Municipal de Mogadouro e do Fórum Terras de Mogadouro
  • O Mirandês: língua, cultura e literatura, conferência na Sociedade Portuguesa de Escritores
  • Notas de Antroduçon a la Lhiteratura Mirandesa, artigo publicado na revista Ianua, Madrid, janeiro de 2003.
  • Statuto Jurídico de la Lhéngua Mirandesa, editora Mercator/Ciemen, Barcelona (janeiro de 2003).
  • O Abade Manuel Sardinha, um poeta mirandês de São Martinho no século XIX, Mensageiro de Bragança, 30 de janeiro de 2003.
  • Da Póvoa até ao Mundo: Bernardo Fernandes Monteiro ou o sonho Mirandês, Mensageiro de Bragança, fevereiro de 2003.
  • Um Exemplo para os Intelectuais Trasmontanos: Trindade Coelho e a Língua Mirandesa, Mensageiro de Bragança, março de 2003.
  • O Oracionário Mirandês: A língua das Orações, Mensageiro de Bragança, 10 de abril de 2003.
  • Dicionairo de outores mirandeses de l seclo XIX, Jornal Nordeste (2003)
  • Vocabulário mirandês-português, publicado no Jornal Nordeste desde janeiro de 2003.
  • Dicionário de mirandês-português, em coautoria com José Pedro Ferreira
  • Mirandês, nome de língua, Mensageiro de Bragança, 21 de maio de 2004.
  • Uma mentira que foi tomada como verdade, Mensageiro de Bragança , 4 de junho de 2004.
  • O que se falava na Terra de Miranda antes do domínio romano?, Mensageiro de Bragança, 18 de junho de 2004.
  • Introdução aos provérbios mirandeses - revista Amigos de Bragança, junho de 2004.
  • Onde se fala mirandês, Mensageiro de Bragança de 2 de julho de 2004.
  • O pacto dos zoelas, Mensageiro de Bragança de 16 de julho de 2004.
  • A religião e a cultura dos zoelas, Mensageiro de Bragança de 6 de agosto de 2004
  • A antroponímia da região zoela, Mensageiro de Bragança de 3 de setembro de 2004.
  • A religião e cultura dos zoelas, Mensageiro de Bragança de 17 de setembro de 2004.
  • A toponímia mirandesa pré-romana, Mensageiro de Bragança de 1 de outubro de 2004.
  • O topónimo Miranda: vicissitudes e significado de um nome, Mensageiro de Bragança de 15 de outubro de 2004.
  • A romanização da Terra de Miranda, Mensageiro de Bragança de 29 de outubro de 2004.
  • Pedras que falam, Mensageiro de Bragança de 12 de novembro de 2004.
  • O caldeirão linguístico começa a ferver, Mensageiro de Bragança de 26 de novembro de 2004.
  • La cidade de Miranda de l Douro i la lhéngua mirandesa, El Filandar/O Fiadeiro, Samora, 2004.
  • Os suevos e visigodos na Terra de Miranda, Mensageiro de Bragança de 10 de dezembro de 2004.
  • O Pagus Astiático, futura Terra de Miranda, Mensageiro de Bragança de 24 de dezembro de 2004.
  • A cristianização e a latinização dos rurais, Mensageiro de Bragança de 14 de janeiro de 2005.
  • Mogadouro, fronteira entre os reinos suevo e visigodo, Mensageiro de Bragança de 28 de janeiro de 2005.
  • Penas Roias e o romance visigótico na Terra de Miranda, Mensageiro de Bragança de 11 de fevereiro de 2005.
  • O povoamento godo na Terra de Miranda, Mensageiro de Bragança de 25 de fevereiro de 2005.
  • A situação linguística da Terra de Miranda antes da invasão árabe, Mensageiro de Bragança de 11 de março de 2005.
  • O burro nos ditos dezideiros e na tradição oral mirandesa, revista Amigos de Bragança, março de 2005
  • O romance visigótico e a língua mirandesa, Mensageiro de Bragança de 8 de abril de 2005.
  • Palavras Godas na Língua mirandesa, Mensageiro de Bragança de 29 de abril de 2005.
  • Ditos dezideiros mirandeses. L fondo quemun de las regras de bida i de l saber antigo i mediabal, revista El Filandar/O Fiadeiro, Samora, 2005.
  • L Regalengo de Palaçuolo ne l Seclo XII (Studo de toponímia mediabal i de stória de la lhéngua mirandesa), revista Brigantia, 2005.

Referências

  1. Beleza, Joana (5 de março de 2015). «Amadeu, que aprendeu o mundo no campo e tinha o coração na ponta dos dedos». Expresso 
  2. Rodrigues, António Gonçalves (1 de março de 2015). «Morreu Amadeu Ferreira, um dos maiores divulgadores da língua mirandesa». Público 
  3. «Amadeu Ferreira». Âncora Editora. Consultado em 17 de janeiro de 2019 
  4. «Pefil na Assembleia da República» 
  5. «Evocação de Amadeu Ferreira (1950-2015)» (PDF) 
  6. «Do solstício e da língua mirandesa». www.dn.pt. Consultado em 14 de março de 2023 
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