Ana de Meclemburgo-Schwerin
Ana de Meclemburgo (Plau am See, 14 de setembro de 1485[1] – Rödelheim, 12 de maio de 1525[2]) foi uma princesa de Meclemburgo-Schwerin, por nascimento, e, por casamento, condessa de Hesse.
Ana de Meclemburgo | |
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Princesa de Meclemburgo-Schwerin Condessa de Hesse | |
Nascimento | 14 de setembro de 1485 Plau am See, Parchim, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Alemanha |
Morte | 12 de maio de 1525 (39 anos) Rödelheim, Francoforte do Meno, Hesse, Alemanha |
Maridos | Guilherme II, Conde de Hesse Otão, Conde de Solms-Laubach |
Descendência | Isabel de Hesse Filipe I de Hesse Frederico Magno Ana |
Casa | Casa de Meclemburgo |
Pai | Magno II de Meclemburgo-Schwerin |
Mãe | Sofia da Pomerânia |
Ela era filha do Duque Magno II de Meclemburgo-Schwerin e Sofia da Pomerânia. Ela era um membro da 13ª Geração da Casa Principesca de Meclemburgo.
Vida
editar"O historiador tem que dar à condessa, um lugar de destaque na história de Hesse", escreveu o historiador Hans Glagau, em 1899. A condessa Ana de Hesse, nascida Duquesa de Meclemburgo, seria digno de uma biografia histórico-crítica. Até agora, no entanto, não surgiu uma representação adequada da personalidade e da vida da condessa.
Em 1500, Ana se casou com Guilherme II de Hesse (1469-1509). Ela foi sua segunda esposa. Devido à morte prematura do governador do Alto Hesse, Guilherme III (1471-1500), e à insanidade do Regente do Baixo Hesse, Guilherme I (1466-1515), todo o Hesse, incluindo o Condado de Katzenelnbogen, foi unificada em 1500, sob o comando de Guilherme II. Mas ele adoeceu em 1504 – provavelmente de sífilis – e foi incapaz de governar nos anos seguintes.
No seu primeiro testamento (datado de 1506), ele nomeou um Conselho de cinco tutores para seus filhos, Isabel (1502-1557) e Filipe I (1504-1567), e também para seu irmão Guilherme I, a esposa de seu irmão, Ana de Brunsvique-Volfembutel, e sua própria esposa.
Em seu segundo testamento (datado de 1508), ele determinou, no entanto, que Ana seria a guardiã (ao lado de seu tio, Hermano da Colônia, que morreu em setembro de 1508) e nomeou dois conselheiros para auxiliá-la. No entanto, a reivindicação de Ana pela Regência não foi reconhecida pelos domínios do Landegraviato de Hesse, nem pela Saxônia. Em julho de 1509, houve um debate entre a Ana e os territórios hessianos, que eram apoiados pelos duques saxões. O segundo testamento não foi reconhecido. Durante este período, Ana vivia de sua herança de viúva, em Giessen, com sua filha Isabel, enquanto seu filho Filipe permaneceu em Cassel, sob a supervisão de Luís de Boineburgo e Lengsfeld. Ela era financeiramente dependente do Conselho e não recebeu muito dinheiro. Fica evidente, entre outras coisas, um incidente em 1512. Nesse ano, a irmã de Ana, Catarina, se casou com o Duque Henrique IV da Saxônia. Nesta ocasião, Ana queria apresentar a sua filha, Isabel, na corte da Saxônia, já que ela tinha sido prometida, muito jovem, à João, o filho mais velho de Jorge, o Barbudo. Ana pediu tecido de damascoao Conselho, para um vestido adequado, mas o pedido foi negado. Ana, então, decidiu não levar a sua filha para Dresda, por causa de suas "roupas desgastadas".
As coisas mudaram em 1514: Ana chegou ao poder com o apoio de muitos nobres e cidades. Ela nunca foi oficialmente reconhecida como regente, mas ela governou até depois de 1519, ano que seu filho Filipe foi declarado maior de idade, pelo Imperador Maximiliano I.
Sabe-se muito pouco sobre os últimos anos de sua vida. Em 1519, ela casou-se pela segunda vez, aos 23 anos, com o Conde Otão de Solms-Laubach, que morreu três anos depois.
Descendência
editarAna se casou em 20 de outubro de 1500, em Cassel, com o Landegrave Guilherme II de Hesse (1469-1509), com quem teve os seguintes filhos:
- Isabel de Hesse (1502-1557)
- Madalena (1503-1504)
- Filipe I de Hesse (1504-1567)
Em 7 de setembro de 1519, ela se casou com o Conde Otão de Solms-Laubach (1496-1522), e teve três filhos:
- Maria (1520-1522)
- Frederico Magno (1521-1561)
- Ana (1522-1594)
Importância
editarA vida de Ana de Hesse é interessante, do ponto de vista da história teológica, porque ela influenciou diretamente o tempo antes da introdução da Reforma, em Hesse, por Filipe I, em 1527. Seu marido havia ordenado reformas em todos os mosteiros de Hesse, em seu testamento. Ana tentou implementar essas reformas em alguns lugares, mas as reformas só aconteceram durante o governo de Filipe, apesar de que ele as implementou à sua própria maneira. Ana trabalhou incansavelmente para os mosteiros e o Catolicismo, causando uma discórdia com seu filho.
O tema é importante em uma perspectiva mais ampla, pois trata-se de um período da história de Hesse, que ainda não foi estudado tanto no passado: o fim da Idade Média, antes da Reforma, a partir da perspectiva de uma proeminente regente feminina. As condições caóticas de Hesse, durante os anos de 1509-1518 foram causados pelo fato de que nenhum governante legítimo estava disponível, e o poder teve que ser exercido por uma mulher.
Também é interessante, neste contexto, a delicadeza política dos conflitos entre diferentes grupos de interesse: os territórios, Ana e Filipe, os Conselheiros nomeados por Guilherme, o Sacro Imperador e os Príncipes da Saxônia.
Ancestrais
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Na ficção
editar- Anja Zimmer: Midnight Flowers. The life of Anna of Hesse, Frauenzimmer Verlag, Volume 2007,, ISBN 978-3-937013-06-0
Notas
editar- Rajah Scheepers: Regent by coup d'etat? Landgravine Anna of Hesse (1485-1525), UlrikeHelmer, Königstein 2007, ISBN 3-89741-227-6
- Rajah Scheepers: Two unknown engagements of Landgrave Philip the Magnanimous? - Landgravine Anna's marriage policy, in: Journal of the Society for Hessian history (109/2004), pp. 13–29.
- Rajah Scheepers. "Work not suitable for women" - women, religion and political power, in: Yearbook of the European Society of Women in Theological Research (12/2004), p. 193-206.
- Pauline Puppel: The Regent. Guardianship rule in Hessen 1500-1700., Campus, Frankfurt am Main 2004, ISBN 3-593-37480-3
- Pauline Puppel: "The child is mine and I love him." The mother Landgravine Anna of Hesse, Duchess of Mecklenburg (1485-1525), in: Landgrave Philip the Magnanimous of Hesse-Kassel and his residence. Results of the interdisciplinary symposium at the University of Kassel for the 500th Birthday of the Landgrave Philip of Hesse (17 to 18 June 2004), edited by Heide Wunder et al. (= Publications of the Historical Commission for Hessen 24.8), Marburg 2004, p. 45-56. ISBN 3-7708-1267-0
- Pauline Puppel: Forms of widow domination. Anna of Hesse, 1485-1525, in: widow's rule in the early modern period. Princely and noble widows between external and self-determination, edited by Martina Schattkowsky (= Saxon writings on history and folklore 6), Leipzig 2003, pp. 139–161
- Pauline Puppel: The struggle for the regency between widow Landgravine Anna of Hesse and the Hessian knighthood 1509/14-1518, in: Princess and Prince. Family relationships and opportunities for aristocratic women in the Middle Ages, ed. Jörg Rogge, Ostfildern 2004 (= Medieval Research, 15), p. 247 ff.
- Pauline Puppel (together with Kerstin Merkel): Landgravine Anna of Hesse, in: Landgrave Philip the Magnanimous, Hesse in the center of the Reformation, exhibition catalog, Marburg 2004, pp. 31–36.