Neca (futebolista)
Antônio Rodrigues Filho, mais conhecido como Neca (Rio Grande, 15 de abril de 1950), é um ex-futebolista brasileiro.
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Antônio Rodrigues Filho | |
Data de nascimento | 15 de abril de 1950 (74 anos) | |
Local de nascimento | Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Informações profissionais | ||
Posição | meio-campista | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1967 1969 1975 1976 1977 1977 1980 1981-1984 1987 |
Sport Club Rio Grande Esportivo Grêmio Corinthians Cruzeiro São Paulo America São Paulo Rio-Grandense |
?? ?? ?? (60) ?? 22 (10) ?? 103 (27) ?? ?? ?? |
Seleção nacional | ||
1976 | Brasil | 5 (1) |
Carreira
editarInício
editarMeio-campista cujos fortes eram o cabeceio[1] e a visão de gol,[2] Neca começou no Sport Club Rio Grande, em 1967, e de lá foi para o Esportivo, de Bento Gonçalves, em 1969.[3] Ficou por seis anos em Bento Gonçalves, até ser contratado pelo Grêmio, em 1975, por insistência de Ênio Andrade.[4]
Grêmio e seleção brasileira
editarNo Grêmio, onde se tornou um dos vinte maiores artilheiros da história do time gaúcho, com 60 gols, foi convocado para a Seleção Brasileira, numa convocação em que foi considerado a grande surpresa.[4] da convocação do técnico Oswaldo Brandão para alguns torneios amistosos. Estreou em 19 de maio de 1976, na Taça do Atlântico, contra a Argentina, e marcou o segundo gol da vitória por 2 a 0, aos 43 minutos do segundo tempo. Começou a partida seguinte, em 23 de maio, contra a Inglaterra, pelo Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, mas foi substituído no intervalo. Três jogos depois, em 9 de junho, entrou no segundo tempo, no lugar de Geraldo, e encerrou sua participação em jogos oficiais pela Seleção com um total de um gol em três jogos. Participou ainda de três jogos não-oficiais, sem marcar gols, em junho, outubro e dezembro do mesmo ano,[5] os dois últimos já como atleta do Corinthians, para onde foi no meio do ano.
Corinthians
editarNo Parque São Jorge, fez alguns bons jogos na campanha em que o time foi vice-campeão brasileiro e marcou dez gols em 22 jogos.[6] Entretanto, foi dispensado logo após o torneio[7] e foi chamado de "pipoqueiro" pelos corintianos.[8] "Eu adorava o Corinthians, sua maravilhosa torcida, os companheiros, todos sensacionais", lamentou. "Mas foi um alívio sair."[9]
Cruzeiro
editarAcabou no Cruzeiro, onde chegou questionado, embora fosse o único reforço do time para 1977 que tivesse algum nome.[9] "Se eu fosse isso que dizem de mim [jogador que "foge do pau"]", desafiava ao chegar, "o Cruzeiro não teria me comprado."[9] No time de Belo Horizonte, marcou 17 gols em 45 jogos,[10] apesar de dividir espaço com Eli, jogador com características parecidas com as suas.[2] Lá foi vice-campeão da Libertadores e campeão mineiro em 1977, mesmo sem jogar as três partidas desta última final, quando estava sendo negociado com o São Paulo.
São Paulo
editarO time paulista, relutante por causa da fama do meia, só aceitou a negociação depois de muita insistência do então técnico Rubens Minelli.[7] Para convencer a diretoria, Minelli levou o jogador ao presidente do clube, Henri Aidar, e falou para ele: "Sabe qual é a fama que você tem em São Paulo? De mercenário, mau-caráter, líder negativo e covarde. O que você responde?"[7] Neca respondeu: "Então faça o seguinte, presidente: em vez de comprar meu passe, traga-me por empréstimo, só para me analisar melhor."[7] Aidar aceitou o desafio, o jogador foi para o seu quarto clube no período de um ano.
No São Paulo, teve altos e baixos, mas conquistou o título do Campeonato Brasileiro de 1977. Em sua sexta partida pelo time, já no campeonato nacional, foi bastante vaiado pela torcida no Pacaembu ao ser substituído por Marcos, o que gerou um comentário magoado do jogador: "Essa mesma torcida que me vaiou hoje ainda vai me aplaudir de pé."[11] Depois disso, não chegou a ter atuações de destaque, mas teve seu nome cantado pela torcida antes da partida contra o CRB.[12] Mesmo assim, pela primeira vez em sua carreira[13] ficou na reserva, no primeiro jogo das semifinais e na final, mas entrou no segundo tempo em ambas as partidas. Na final, protagonizou o lance em que o atleticano Ângelo quebrou a perna em uma dividida com o são-paulino — quem levou a "fama" pelo lance foi Chicão, que deu uma pisada no adversário quando ele estava no chão após o lance.[14]
Ficou no São Paulo, onde marcaria 27 gols em 103 jogos,[15] até 1980.
Anos finais
editarApós, transferiu para o América, do Rio de Janeiro. Em 1981, foi para o São Paulo, de Rio Grande, onde ficou até 1984. Em 1987, depois de dois anos parado, defendeu ainda o Rio Grande, pela segunda vez, e o Rio-Grandense, onde encerrou a carreira.
Títulos
editar- Campeonato Brasileiro: 1977
Após a aposentadoria
editarAtualmente, Neca é empresário em sua cidade natal, tendo uma loja de artigos esportivos.
Referências
- ↑ Placar número 1063, setembro de 1991, Editora Abril, pág. 51
- ↑ a b "Refazendo o caminho", Sérgio A. Carvalho, Placar número 367, 6/5/1977, Editora Abril, págs. 8-9
- ↑ Enciclopédia do Futebol Brasileiro Lance!, Areté Editorial, 2001, pág. 307
- ↑ a b Ivan Soter, André Fontenelle, Mario Levi Schwartz, Dennis Woods e Valmir Storti, Todos os Jogos do Brasil, Editora Abril, 2006, pág. 303
- ↑ "A história em seus pés", Placar número 1094, maio de 1994, Editora Abril, pág. 93
- ↑ Celso Dario Unzelte, Almanaque do Corinthians Placar, Editora Abril, 2006, pág. 698
- ↑ a b c d "Agora, a prática", João Areosa, Placar número 391, 21/10/1977, Editora Abril, pág. 86
- ↑ "Campanha do campeão", Placar número 411, 10/3/1978, Editora Abril, pág. 70
- ↑ a b c "É a renovação no Cruzeiro?", Sérgio A. Carvalho, Placar número 352, 21/1/1977, Editora Abril, pág. 16
- ↑ Henrique Ribeiro, Almanaque do Cruzeiro, Belo Horizonte, 2007, págs. 255-261
- ↑ "A torcida acha o culpado por todos os erros: Neca", Jornal da Tarde, 14 de novembro de 1977, Edição de Esportes, pág. 4
- ↑ "Minelli gostou da movimentação do seu quadro", Diário Popular, 27 de novembro de 1977, pág. 46
- ↑ "…um São Paulo desolado", Jornal da Tarde, 1 de março de 1978, pág. 22
- ↑ "Os bravos também choram", Placar número 1089, novembro de 1993, Editora Abril, pág. 18
- ↑ Alexandre da Costa, Almanaque do São Paulo Placar, Ed. Abril, 2005, pág. 420
Ligações externas
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