Arcangela Paladini

pintora, cantora e poeta italiana

Arcangela Paladini (ou Arcangiola Palladini) (Pisa, 1599Florença, 1622) foi uma pintora, cantora e poeta italiana.

Arcangela Paladini
Arcangela Paladini
Auto-retrato, cerca de 1600
Nascimento 1599
Pisa, Itália
Morte 1622 (23 anos)
Florença, Itália
Nacionalidade italiana
Ocupação Pintora, cantora e poeta

Biografia editar

Arcangela nasceu na cidade de Pisa, em 1599. Era filha do pintor florentino Filippo Paladini (1544–1616), aprendiz de Alessandro Allori (1535-1607). Arcangela era contemporânea da pintora barroca Artemisia Gentileschi (1593–1656). É possível que tenha servido de modelo para a imagem de Santa Cecília, santa patrona da música, em um quadro pintado por Artemisia.[1]

Arcangela já era uma artista bem-sucedida quando completou 15 anos.[2] Mudou-se de Pisa para Florença em 1615, onde começou a trabalhar com o pintor Jacopo Ligozzi.[3]

Carreira editar

Arcangela era uma artista em diversas áreas como canto, poesia, pintura e já aos 15 anos de idade.[4] Também criava trabalhos intrincados com bordados, como retratos, flores, folhas e animais. Apenas um de seus trabalhos foi identificado, porém há descrições de seus retratos do grão-duque Cosme II no inventário da família Medici, bem como evidências de um de Maria Madalena. As descrições falam de retratos com bico de pena e bordados de Cosimo.[1][4]

Inicialmente, Arcangela viveu no monastério de Santa Ágata, que era mantido pela grã-duquesa Maria Madalena Romola de Médici, que posteriormente se tornaria sua benfeitora.[5] Aos 17 anos, por sugestão da grã-duquesa, Arcangela se casou com o fabricante de tapetes da Antuérpia, Jan Broomans. Ela também convidou Arcangela para trabalhar na corte e a apresentou ao grão-duque Cosme II.[6][7] Era famosa por cantar ao lado da soprano, compositora e harppista, Francesca Caccini. Em 1621, ela foi contratada para criar um autorretrato que seria exposto no Corredor Vasari, na Galleria degli Uffizi.[6][7]

Em 1621, Arcangela pintou um autorretrato para a grã-duquesa, que a pendurou na parede de seu próprio quarto. O retrato depois foi exposto no Corredor Vasari e foi restaurado em 1967.[5] É o único quadro positivamente atribuído a Arcangela, ainda que outros trabalhos seus estejam relacionados no inventário da família.[5]

Morte editar

 
Monumento fúnebre em homenagem a Arcangela Palladini. Igreja de Santa Felicita, Florença

Arcangela morreu em Florença, em 1622, com apenas 23 anos.[7] Ela foi sepultada na igreja de Santa Felicitá, em Florença, onde a grã-duquesa mandou consruir uma tumba memorial, honra rara entre artistas da época.[8] A tumba foi esculpida por Agostino Bugiardini e Antonio Novelli. A epígrafe compara Arcangela à deusa Atena e ao pintor Apeles.[9][5]

Referências

  1. a b Hanning, Barbara Russano (2004). «From Saint to Muse: Representations of Saint Cecilia in Florence». Music in Art: 98–99 
  2. Fortune, Jane (2010). «Self Portraits by Women in the Vasari Corridor». The Florentine. 121 
  3. Masera, Maria Giovanna (1943). «Una cantante del seicento alla corte medicea: Arangiola Palladini». Rassegna Musicale. 16: 50 
  4. a b Barker, Sheila (2018). «The First Biography of Artemisia Gentileschi: Self-Fashioning and Proto-Feminist Art History in Cristofano Bronzini's Notes on Women Artists». Mitteilungen Des Kunsthistorischen Institutes in Florenz (3): 411-413 
  5. a b c d Dabbs, Julia K. (2009). Life Stories of Women Artists 1550-1800: An Anthology. Surrey: Ashgate. pp. 298–99 
  6. a b Fortune, Jane; Falcone, Linda (2010). Invisible women. Forgotten artist of Florence. Florença: The Florentine Press. p. 34. ISBN 978-8890243455 
  7. a b c Philip McCouat (ed.). «Forgotten women artists: Arcangela Paladini». Art in Society. Consultado em 13 de julho de 2020 
  8. Orfanello, Teresa (Dez 1999). «Pittrice 'Cantatora'». MAM (46): 31 
  9. «Gli Artisti della Compagnia di Santa Barbara». La S.S. Annunziata (2): 6. Abril 2013