Auritha Tabajara

cordelista indígena brasileira

Auritha Tabajara (Ipueiras, Ceará,1980) é uma escritora brasileira, poeta e contadora de histórias, conhecida por ser a primeira cordelista indígena do Brasil. O seu livro Magistério Indígena em Verso e Poesia foi considerado como de leitura obrigatória nas escolas públicas pelo Estado do Ceará.[1][2]

Auritha Tabajara
Nascimento Ipueiras
Cidadania Brasil
Etnia Tabajaras
Ocupação escritora, poeta, cordelista

Percurso

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Auritha Tabajara (nome ancestral), registada oficialmente como Francisca Aurilene Gomes, nasceu no interior do Ceará na aldeia indígena de Ipueiras, do povo Tabajaras em 1980.[3][4][5]

Aprendeu a ler com 6 anos e começou a escrever em rima as histórias contadas pela avó Francisca Gomes. [6]

Mais tarde, mudou-se para São Paulo, a 370 km da aldeia onde nascera. Lá onde passa a fazer parte do Conselho de Povos Indígenas da Cidade de São Paulo. Lá começou a estudar para entrar na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo mas desistiu ao ser vitima de racismo.[6]

Dedica-se à escrita e torna-se a primeira indígena a ser reconhecida como cordelista.[7]

Nas suas obras, sempre em rima e em estilo cordel, fala sobre a história do povo Tabajara, a posição da mulher dentro das comunidades, como é viver numa grande cidade, o estar longe de casa, entre outros temas.[8][7]

Para além de vários cordéis publicados em antologias indígenas, é autora autora dos livros:[1][4][9]

  • Magistério Indígena em versos e poesia (2007)[10]
  • Toda luta, a história e a tradição de um povo (2010)[4]

Para além de escritora, Auritha realizou em 2020 o documentário A Mulher sem chão.[15][16][17][18]

Reconhecimento e Prémios

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A Secretaria de Educação do Ceará (Brasil), editou e colocou o seu livro primeiro livro, intitulado Magistério Indígena em Verso e Poesia, na lista de leituras obrigatórias nas escolas públicas.[6][19][8]

A publicação do seu folheto Toda luta e história de um povo foi apoiada pela Secretaria de Cultura de Fortaleza.[4]

A rede Visibilidade Indígena colocou-a entre as 25 mulheres escritoras indígenas que devem ser conhecidas.[11]

Auritha encontra-se entre os autores indígenas utilizados por Heliene Rosa da Costa para fundamentar a sua tese, intitulada Identidades e ancestralidades das mulheres indígenas na poética de Eliane Potiguara.[20]

Referências

  1. a b Dorrico, Julie. «A Mulher Indígena Escreve com Várias Vozes – Entrevista com Auritha Tabajara». Revista Acrobata. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  2. Governo, Portal do; Geral, Ouvidoria; Informação, Acesso à. «A Praça do Cordel da Flifs Virtual vai reunir poetas nordestinos através de lives». Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS - Governo da Bahia. Consultado em 25 de novembro de 2020 
  3. «Escritora indígena ministrará oficina de grafismo em Petrolina; Inscrições abertas». G1. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  4. a b c d Tabajara, Auritha. «O grão». www.ihuonline.unisinos.br. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  5. Governo, Portal do; Geral, Ouvidoria; Informação, Acesso à. «A Praça do Cordel da Flifs Virtual vai reunir poetas nordestinos através de lives». Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS - Governo da Bahia. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  6. a b c Moreira, Matheus (20 de abril de 2018). «Auritha: escritora do povo Tabajara, mulher nordestina, pedra de luz». ARTE!Brasileiros. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  7. a b c «Vozes de origem em folhas de papel». Nonada. 2 de dezembro de 2019. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  8. a b Firmina, Guia Maria (6 de janeiro de 2020). «Auritha, a cordelista do povo Tabajara». Medium (em inglês). Consultado em 24 de novembro de 2020 
  9. «Todos os Gêneros 2019». Issuu (em inglês). Consultado em 24 de novembro de 2020 
  10. Anahata (11 de fevereiro de 2020). «20 pessoas indígenas para conhecer — parte 2». Medium (em inglês). Consultado em 24 de novembro de 2020 
  11. a b Indígena, Visibilidade (6 de maio de 2020). «Leia Mulheres Indígenas: 25 escritoras para você conhecer». VisibilidadeIndígena. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  12. Vieira, Fernanda (11 de abril de 2020). «Poemas da quarentena #2». Macabéa Edições. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  13. «Coração na aldeia, pés no mundo». www.goodreads.com. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  14. «Bibliografia das publicações indígenas do Brasil/Lista Geral de Publicações (ordenada pelo nome do autor) - Wikilivros». pt.wikibooks.org. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  15. «Auritha Tabajara». IMDb. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  16. Pécora -, Luísa (3 de setembro de 2019). «No segundo ano, Selo Elas seleciona mais 14 diretoras para programa de mentoria». Mulher no Cinema. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  17. «Diretora celebra presença de mais mulheres por trás das câmeras». Telepadi. 2 de setembro de 2020. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  18. «Selo ELAS». Elo Company. 30 de janeiro de 2016. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  19. Dorrico, Julie. «A Mulher Indígena Escreve com Várias Vozes – Entrevista com Auritha Tabajara». Revista Acrobata. Consultado em 24 de novembro de 2020 
  20. Costa, Heliene Rosa da (17 de fevereiro de 2020). «Identidades e ancestralidades das mulheres indígenas na poética de Eliane Potiguara». doi:10.14393/ufu.te.2020.3612. Consultado em 24 de novembro de 2020 

Ligações externas

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