Tomás Caetano

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Tommaso De Vio, conhecido como Caetano (Gaeta, 20 de Fevereiro de 1469Roma, 9 de Agosto de 1534) foi um frade dominicano, exegeta, filósofo, teólogo[1] e cardeal italiano.

Tommaso De Vio
Cardeal da Santa Igreja Romana
Bispo de Gaeta
Info/Prelado da Igreja Católica
Martinho Lutero e o Cardeal Caetano, 1557
Atividade eclesiástica
Ordem Ordem dos Pregadores
Diocese Arquidiocese de Gaeta
Nomeação 13 de abril de 1519
Predecessor Dom Fernando Herrera
Sucessor Dom Esteban Gabriel Cardeal Merino
Mandato 1519 - 1534
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 1491
Nomeação episcopal 8 de fevereiro de 1518
Ordenação episcopal 1 de maio de 1518
por Dom Niccolò Cardeal Fieschi
Nomeado arcebispo 8 de fevereiro de 1518
Cardinalato
Criação 1 de maio de 1517
por Papa Leão X
Ordem Cardeal-presbítero
Título São Sisto (1517-1534)
Santa Praxedes (1534)
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Gaeta
20 de fevereiro de 1469
Morte Roma
9 de agosto de 1534 (65 anos)
Nome religioso Frei Tommaso De Vio
Nome nascimento Jacobo ou Giacomo
Nacionalidade italiano
Funções exercidas Mestre-geral da Ordem dos Pregadores (1509-1517)
Arcebispo de Palermo (1518-1519)
Sepultado Santa Maria sopra Minerva
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

De família nobre, nascido como Jacobo ou Giacomo, desde criança era muito devoto e amante do estudo. Entrou aos dezesseis anos para a Ordem dos Pregadores contra os desejos da sua família. Como estudante em Nápoles, Bolonha e Pádua era o preferido dos seus professores e colegas. Bacharel em teologia em 1492 e doutor em 1494.

Ordenado sacerdote em 1491, foi professor de «sentenças» e metafisica em 1493, em Pádua, professor de teologia em Brescia (1497). Foi nomeado procurador geral da sua ordem em 1501 e vigário-geral em 1507 por morte do então Mestre Geral. eleito como seu sucessor no Capítulo de 1509. Trabalhou para evitar o cisma provocado pelo Concílio de Pisa, convocado para deposição de Júlio II, defendeu o Papa redigindo a obra Tractatus de Comparatione auctoritatis Papæ et conciliorum ad invicem e defendeu a reforma da Igreja no V Concílio de Latrão tendo tido um papel primordial na defesa e reconhecimento da infalibilidade papal e na autoridade suprema do Bispo de Roma sobre os concílios.

Foi criado Cardeal no consistório de 1 de Julho de 1517 e eleito arcebispo de Palermo em 1518, do qual nunca chegou as tomar posse, por oposição do Senado da cidade, resignando em 1519 e sendo transferido para a diocese de Gaeta onde permaneceu até à sua morte.

Notável teólogo, opôs-se a Martinho Lutero e encontrou-se com ele, tentando que renunciasse ao cisma. De Vio ajudou na redação do projeto de excomunhão contra Lutero em 1519.[1] Votou favoravelmente pela validade do casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão, primeira esposa do rei inglês. Escreveu comentários à Suma Teológica de Tomás de Aquino, que o Papa Leão XIII ordenou que fossem juntos à edição original para estudo e formação dos clérigos.

Obras editar

Mais de 115, das quais se destacam:

  • "Summa" (10 vol), Lyon, 1540, Roma, 1570; Veneza, 1596; Roma, 1773; Roma, 1888;
  • "Opuscula omnia tribus tomis distincta" (fol., Lyon, 1558; Veneza, 1558; Antuerpia, 1612);
  • "Commentaria super tractatum de ente et essentiâ Thomae de Aquino; super libros posteriorum Aristotelis et praedicamenta", etc. (fol., Veneza, 1506);
  • "In praedicabilia Porphyrii praedicamenta et libros posteriorum analyticorum Aristotelis castigatissima commentaria" (8 vol., Veneza, 1587, 1599);
  • "Super libros Aristotelis de Animâ", etc. (Roma, 1512; Veneza, 1514; Paris, 1539);
  • "Summula de peccatis" (Rome, 1525, etc.;
  • "Jentacula N.T., expositio literalis sexaginta quatuor notabilium sententiarum Novi Test.", etc. (Roma, 1525);
  • "In quinque libros Mosis juxta sensum lit. commentarii" (Roma, 1531, fol.; Paris, 1539);
  • "In libros Jehosuae, Judicum, Ruth, Regum, Paralipomenon, Hezrae, Nechemiae et Esther" (Roma, 1533; Paris, 1546);
  • "In librum Job" (Roma, 1535);
  • "In psalmos" (Veneza, 1530; Paris, 1532);
  • "In parabolas Salomonis, in Ecclesiasten, in Esaiae tria priora capita" (Roma, 1542; Lyon, 1545; Paris, 1587);
  • "In Evangelia Matt., Marci, Lucae, Joannis" (Veneza, 1530);
  • "In Acta Apostolorum" [Veneza, 1530; Paris, 1536];
  • "In Epistolas Pauli" (Paris, 1532);
  • "Opera omnia quotquot in sacrae Scripturae expositionem reperiuntur, curâ atque industriâ insignis collegii S. Thomae Complutensis, O.P." (5 vols. fol., Lyon, 1639).

Obras editadas em língua portuguesa editar

  • "Comentário ao Do ente e da essência" (Editora Contra Errores, 2022)

Referências

  1. «Cajetan | Dominican Friar, Thomistic Philosophy, Renaissance Humanism | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 17 de janeiro de 2024 

Fontes editar

 
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