Carlos Sousa Reis
Carlos Sousa Reis (Lisboa, ? — 17 de Outubro de 2022), foi um biólogo marinho e professor português.
Carlos Sousa Reis | |
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Nascimento | Lisboa |
Morte | 17 de Outubro de 2022 |
Nacionalidade | português |
Ocupação | Biólogo marinho e professor |
Biografia
editarNasceu na cidade de Lisboa.[1]
Destacou-se pelo seu papel no campo da biologia marinha, tanto em Portugal como noutros países, tendo sido investigador e professor universitário, e colaborado com grandes nomes da ciência marítima nacional, como Luiz Saldanha e Mário Ruivo[2] Ocupou funções como presidente e vice-presidente no INIP - Instituto Nacional de Investigação das Pescas, entre 1987 e 1992, e no IPIMAR - Instituto Português de Investigação do Mar, de 1992 a 1996.[1] Durante os seus mandatos, deu uma especial atenção à economia costeira e à sustentabilidade do ambiente marítimo,[2] tendo dado um contributo importante para a cooperação da investigação pesqueira com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.[3] Exerceu igualmente como biólogo, investigador e professor na Faculdade de Ciências de Lisboa, nos campos da Ecologia Marinha, Recursos Vivos Marinhos, Pescas e Ordenamento do Litoral.[2] Durante a sua carreira publicou mais de quarenta trabalhos, tanto a nível indivídual como em colaboração com outros autores.[1]
Entre 1988 e 1996 fez parte da Scientific Technical Economic Committee for Fisheries, uma organização da União Europeia, e de 1990 a 1996 foi delegado de Portugal no ICES (International Council for the Exploration of the Sea) e membro do Advisor Council for Fishery Management.[2] Entre 1997 tornou-se administrador executivo do Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, posição que manteve até 1999.[2] Em 2003 fez parte do European Environmental Advisory Council, e entre 2003 e 2004 participou no Working Group on Coastal Zones and Marine Environment.[2] Também entre 2003 e 2004, integrou a Comissão de Estratégia dos Oceanos da Presidência do Conselho de Ministros, e de 2003 a 2005 exerceu como coordenador no Programa Finisterra, organizado pelo Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e do Ambiente.[2] Em 2004 foi presidente de um grupo de trabalho sobre a questão do assoreamento da Lagoa de Óbidos.[4] Foi também vogal do Conselho Nacional da Água entre 1995 e 2005, entre 2005 e 2006 integrou o Grupo de Trabalho para Definição das Bases Estratégicas para a Gestão Integrada das Zonas Costeiras, e em 2007 foi administrador-delegado da Agência Cascais Atlântico.[1] Em 2008 fez parte da direcção do Fórum Permanente dos Assuntos do Mar.[2] Em 2017 foi entrevistado pelo jornal Observador sobre uma medida do Conselho Internacional para a Exploração do Mar para impedir a pesca de sardinha durante quinze anos, tendo classificado esta proposta como um absurdo e uma leviandade, que teria efeitos profundos sobre a economia marítima e os hábitos alimentares potugueses. Explicou a redução nas populações de sardinha devido ao excesso de barragens e outras estruturas de retenção de água no país, que impediam o transporte de sedimentos e das areias para a faixa costeira, além do aumento substancial no número de golfinhos, que consomem as sardinhas.[5]
Recebeu várias distinções públicas, duas das quais no campo militar, e outras três no desempenho de cargos públicos.[1] Em 2004 foi homenageado com o Prémio do Mar Rei D. Carlos, pela obra Cefalópodes da Costa Portuguesa, publicada em conjunto com Rui Afonso Bairrão da Rosa.[6]
Faleceu em 17 de Outubro de 2022.[7] Na sequência da sua morte, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Ordem dos Biólogos emitiram notas de pesar, onde realçaram a sua carreira como investigador e professor.[2][3]
Obras publicadas
editar- Cefalópodes da Costa Portuguesa (com Rui Afonso Bairrão da Rosa)
- Polvos, Lulas e Chocos (com Rui Afonso Rosa) (2005)
Referências
- ↑ a b c d e «Prof. Dr. Carlos Sousa Reis». Instituto dos Mares da Lusofonia. Consultado em 23 de Outubro de 2022
- ↑ a b c d e f g h i «Carlos Sousa Reis». Instituto Português do Mar e da Atmosfera. 17 de Outubro de 2022. Consultado em 23 de Outubro de 2022
- ↑ a b «Comunicado de falecimento». Ordem dos Biólogos. 17 de Outubro de 2022. Consultado em 23 de Outubro de 2022
- ↑ Lusa (23 de Setembro de 2004). «Câmaras pedem financiamento a ministro do Ambiente para dragagens na Lagoa de Óbidos». Público. Consultado em 23 de Outubro de 2022
- ↑ PEREIRINHA, Tânia (21 de Julho de 2017). «Não há sardinhas? A culpa (também) é das barragens. E dos golfinhos». Observador. Consultado em 23 de Outubro de 2022
- ↑ «Prémio do Mar Rei D. Carlos». Câmara Municipal de Cascais. 20 de Junho de 2012. Consultado em 23 de Outubro de 2022
- ↑ «Faleceu o professor Carlos Sousa Reis. Uma vida dedicada ao Oceano». Postal do Algarve. 17 de Outubro de 2022. Consultado em 23 de Outubro de 2022
Ligações externas
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