Castelo Velho de Safara

O Castelo Velho de Safara, igualmente conhecido como Povoado fortificado de Safareja ou Aldeia Velha, é um sítio arqueológico do Calcolítico, situado nas imediações da povoação de Safara, no concelho de Moura, na região do Alentejo, em Portugal.

Castelo Velho de Safara
Nomes alternativos Povoado fortificado de Safareja
Aldeia Velha
Construção Calcolítico
Património Nacional
SIPA 33084
Geografia
País Portugal Portugal
Região Alentejo
Coordenadas 38° 08' 21.8" N 7° 13' 24.9" O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

Descrição

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O sítio arqueológico consiste num povoado fortificado de grandes dimensões, assente sobre um esporão rochoso junto à foz da Ribeira de Safara com o Rio Ardila.[1] Este planalto apresentava boas condições naturais de defesa nos lados setentrional e oriental, correspondendo às duas linhas de água.[1]

O povoado estava protegido por muralhas, que ainda se mantiveram relativamente bem conservadas.[1] Anexos às muralhas encontravam-se vários pequenos compartimentos, talvez destinados a armazenar géneros alimentares.[2] Foi igualmente identificada uma estrada de percurso paralelo à da muralha, que poderá ter sido o local de desenvolvimento da área residencial no povoado.[2] Também foram encontrados os vestígios de três fossos em redor do povoado.[1]

História

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O local foi habitado desde o Calcolítico, cerca do terceiro milénio a.C..[1] Foi depois ocupado entre os séculos IV a I a.C. durante a segunda Idade do Ferro, e do século I a.C., correspondente ao período republicano de Roma.[1]

O sítio arqueológico foi originalmente identificado por Fragoso Lima, mas os primeiros trabalhos arqueológicos foram feitos na década de 1970 por António Monge Soares, que consistiram em recolhas de superfície e numa operação de limpeza de um corte estratigráfico.[1] Monge Soares encontrou um conjunto de materiais do Calcolítico, da Idade do Ferro e do período romano, que foram depois analisados por Teresa Costa, como parte do seu mestrado em Arqueologia, em 2010.[1] Em 2018 iniciou-se um programa de estudo do local, coordenado por Rui Manuel Gusmão Monge Soares e de Mariana Vilas Boas de Castro Nabais, que permitiu a descoberta de um lanço da muralha, de três fossos em redor do povoado, e de vários compartimentos.[1] A segunda fase das escavações teve lugar no Verão de 2019, e contou com a equipa da escola multinacional South-West Archaeology Digs, e o apoio de várias instituições nacionais e inernacionais, como o University College London, a University College Dublin, a Câmara Municipal de Moura e a União de Juntas de Freguesia de Safara e Santo Aleixo.[2] Os trabalhos arqueológicos também tiveram uma vertente pedagógica, através de um programa de colaboração com a Escola Primária de Safara.[2]

O espólio encontrado no local inclui pratos de bordo espessado, um fragmento de campaniforme e de um cadinho, cerâmicas estampilhadas da Idade do Ferro, cerâmicas áticas do mesmo período, fragmentos de cerâmica do Calcolítico, e escórias e um nódulo de minério.[1] Entre os materiais romanos encontram-se fragmentos de cerâmica em Sigillata itálica e campaniense, além de imitações em cerâmica cinzenta e comum, peças de tipologia Kuass, e partes de ânforas ovóides e de categoria Haltern 70, além de várias moedas, como um asse da Salácia de 45 a.C., um semis de Irippo de 30 a.C., e um quinário de prata de Caius Fundanius, de 101 a.C..[1] Destaca-se igualmente a descoberta de um ceitil da Idade Média e de um vintém do período de D. Manuel I.[1]

Ver também

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Referências

  1. a b c d e f g h i j k l «Castelo Velho de Safara». Portal do Arqueólogo. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 1 de Agosto de 2022 
  2. a b c d «Escavações Arqueológicas em Safara». Câmara Municipal de Moura. 16 de Julho de 2019. Consultado em 1 de Agosto de 2022 

Ligações externas

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