Censo demográfico do Brasil de 1991
Crescimento populacional | |||
---|---|---|---|
Censo | Pop. | %± | |
1872 | 9 930 478 | ||
1890 | 14 333 915 | 44,3% | |
1900 | 17 438 434 | 21,7% | |
1920 | 30 635 605 | 75,7% | |
1940 | 41 236 315 | 34,6% | |
1950 | 51 944 397 | 26,0% | |
1960 | 70 992 343 | 36,7% | |
1970 | 94 508 583 | 33,1% | |
1980 | 121 150 573 | 28,2% | |
1991 | 146 825 475 | 21,2% | |
Censos demográficos do IBGE[1] |
O Censo demográfico de 1991, ou Recensamento Geral de 1991,[2] foi a décima operação censitária nacional conduzida na história do Brasil, ficou a cargo do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, órgão oficial de realização das estatísticas nacionais.[3] A décima operação censitária nacional, determinou que a população residente do Brasil era de 146.825.475, um aumento de 21,3% em relação às 121.150.573 pessoas enumeradas durante o Censo de 1980.[2] Foi o primeiro censo feito com o quadro atual de divisões de unidades federativas: 26 e o Distrito Federal.
Ao contrário dos quatro censos anteriores, o de 1991 não ocorreu no intervalo de 10 anos, por causa da crise económica que o Brasil enfrentava na época e a necessidade em se reduzir o quadro de servidores públicos e por esse mesmo motivo, apenas o Censo Demográfico foi realizado. A amostragem utilizada no referido censo foi de 10% para os municípios com mais de 15 mil habitantes e 20% para os demais municípios.[2][3]
Índice
PreparaçãoEditar
Cooperação internacionalEditar
O Censo de 1991 atendeu às solicitações de vários organismos internacionais, entre eles, a ONU (Organização das Nações Unidas), ao mesmo tempo que integrou-se no Censo das Américas, sob o patrocínio do Instituto Interamericano de Estatística, órgão da Organização dos Estados Americanos.[3]
A amostra do Censo, utilizou o método de estimação denominado Mínimos Quadrados Generalizados em Duas Etapas, desenvolvido pelos técnicos do Statistics Canada. Os técnicos do Statistics Canada desenvolveram também os programas em linguagem SAS para a aplicação dessa metodologia, sempre adaptados à realidade brasileira.[3]
Censo experimentalEditar
Já no ano de 1987, o IBGE começou a planejar o censo que deveria ocorrer 3 anos mais tarde, em 1990, então um Censo Experimental foi realizado, esse censo ocorreu na cidade de Limeira, interior do estado de São Paulo, no ano de 1989.[2]
AtrasoEditar
O censo deveria ter ocorrido no ano de 1990, porém, o IBGE precisava contratar mais de 180 mil pessoas em caráter temporário para realizar esta operação, entretanto, a autorização da contratação desse contingente foi sendo protelada, uma vez que o governo tentava reduzir o quadro de servidores públicos, a fim de reorganizar as finanças. A contratação de pessoal temporário só foi autorizada em julho de 1990 e já não havia mais tempo para se realizar o processo seletivo para a contratação de servidores temporários para a coleta de dados que estava programada para se iniciar no mês de setembro.[2]
RealizaçãoEditar
Provimento legalEditar
A realização do Recenseamento de 1991 obedeceu às determinações da Lei nº 8.184 de 10 de maio de 1991, manteve também o caráter obrigatório e confidencial atribuído às informações censitárias.[2][3]
InovaçõesEditar
Vários aspectos foram inovados para a realização do Censo entre eles, destaca-se, a criação da Comissão Consultiva, composta por estudiosos e especialistas em diversos temas ligados à população, a introdução de novos quesitos no Questionário Básico, a descentralização da entrada de dados nas Unidades da Federação e a dimensão da amostra.[2]
ContextoEditar
No Censo Demográfico de 1991 foram investigadas as características das pessoas, das famílias e dos domicílios, recenseados todas as pessoas residentes no Brasil na data de referência, incluindo as que se encontravam temporariamente ausentes do País, também foi recenseada a população indígena que vivia em postos da FUNAI, em missões religiosas ou em outras áreas. Os únicos que não foram recenseados foram povos indígenas que viviam em tribos isoladas, conservando seus hábitos primitivos de existência.[3]
População totalEditar
A população por subdivisões, mostrou que o estado de São Paulo continuou sendo o mais populoso da nação, com 31 546 473 habitantes, enquanto que Roraima permaneceu como o menos populoso, embora tenha praticamente dobrado sua população em relação a 1980, o estado contava com apenas 82 018 habitantes.[4]
Posição | Unidade federativa | População (1980) | População (1991) | % Crescimento |
---|---|---|---|---|
1 | São Paulo | 25 375 199 | 31 546 473 | 24,3 |
2 | Minas Gerais | 13 651 852 | 15 731 961 | 15,2 |
3 | Rio de Janeiro | 9 110 324 | 11 489 797 | 26,1 |
4 | Bahia | 7 583 140 | 9 597 393 | 26,6 |
5 | Rio Grande do Sul | 6 755 458 | 7 942 722 | 17,6 |
6 | Paraná | 6 997 682 | 7 749 752 | 10,7 |
7 | Pernambuco | 5 253 901 | 6 244 275 | 18,9 |
8 | Ceará | 4 491 590 | 5 380 432 | 19,8 |
9 | Pará | 2 197 072 | 3 507 312 | 59,6 |
10 | Santa Catarina | 2 930 411 | 3 687 652 | 25,8 |
11 | Maranhão | 3 037 135 | 4 097 231 | 34,9 |
12 | Goiás | 2 460 007 | 3 229 219 | 31,3 |
13 | Amazonas | 960 934 | 1 449 135 | 50,8 |
14 | Paraíba | 2 445 419 | 2 810 032 | 14,9 |
15 | Espírito Santo | 1 617 857 | 2 063 679 | 27,6 |
16 | Rio Grande do Norte | 1 611 606 | 1 933 126 | 20,0 |
17 | Alagoas | 1 606 174 | 2 011 875 | 25,3 |
18 | Mato Grosso | 612 887 | 1 169 812 | 90,9 |
19 | Piauí | 1 734 894 | 2 188 150 | 26,1 |
20 | Distrito Federal | 546 015 | 1 203 333 | 120,4 |
21 | Mato Grosso do Sul | 1 010 731 | 1 401 151 | 38,6 |
22 | Sergipe | 911 251 | 1 156 642 | 26,9 |
23 | Rondônia | 116 620 | 503 125 | 331,4 |
24 | Tocantins | 537 563 | 738 688 | 37,4 |
25 | Acre | 218 006 | 306 893 | 40,8 |
26 | Amapá | 116 480 | 180 078 | 54,6 |
27 | Roraima | 41 638 | 82 018 | 97,0 |
Por regiãoEditar
Posição | Unidade federativa | População (1980) | População (1991) | % Crescimento |
---|---|---|---|---|
1 | Região Sudeste | 52 580 527 | 62 660 700 | 19,2 |
2 | Região Nordeste | 35 419 156 | 42 470 225 | 19,9 |
3 | Região Sul | 19 380 126 | 22 117 026 | 14,1 |
4 | Região Norte | 6 767 249 | 10 257 266 | 51,6 |
5 | Região Centro-Oeste | 7 003 515 | 9 412 242 | 34,4 |
Referências
- ↑ «Tabela 1287 - População dos municípios das capitais e Percentual da população dos municípios das capitais em relação aos das unidades da federação nos Censos Demográficos». IBGE. Consultado em 24 de novembro de 2008
- ↑ a b c d e f g IBGE. «Recenseamentos Gerais e estatísticas populacionais no Brasil». Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ a b c d e f IBGE (1996). «Características Gerais da População e Instrução» (PDF). Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ IBGE. «Sinopse do Censo Demográfico 2010 (Pesquisa)». Consultado em 29 de junho de 2018