Eletrônica analógica
A eletrônica analógica é o ramo da Eletrônica que estuda o desempenho de componentes eletrônicos e circuitos analógicos como: resistores, capacitores, bobinas, potenciômetros, transistores, cristais e circuitos integrados em sua grande maioria. Trata-se também do estudo do comportamento de sinais elétricos tais como radiofrequência (sinal AM e FM), Bluetooth, Wireless, etc. Pode ser definida também como área da eletrônica que estuda características físicas de maneira análoga a referenciais elétricos preestabelecidos como: temperatura, medida de peso, medida de tensão e corrente (Multímetro), entre outras coisas. Segundo autor desconhecido, "A eletrônica analógica desenvolveu-se com o advento do controle das grandezas físicas, variáveis ou não, formas oscilatórias, em baixas ou altas frequências, e que são utilizados em quase todos os tipos de equipamentos[...]", ou seja, o estudo da eletrônica analógica surgiu com a necessidade de controlar certas grandezas para que possam ser utilizadas ou convertidas em valores reais ou utilizar e converter valores reais em grandezas.
HistóriaEditar
Os primeiros passos de eletrônica ocorreram em 1837 com a criação do telégrafo por Samuel Morse nos EUA. Em 1879, Thomas Edison fazendo experiências cria a primeira lâmpada incandescente da história. Mais tarde, John Ambrose Fleming criou um dispositivo que consistia em envolver o filamento de uma lâmpada elétrica por uma placa cilíndrica, que denominou válvula termiônica (ou diodo, como ficou conhecida mais tarde). Nos anos 1920 surgiu a Tiratron (válvula a gás).[1] No final da década de 1930 começaram a surgir as válvulas mais modernas, como: válvulas de feixe dirigido, tubo de raios catódicos, tubo de sintonia, válvulas metálicas e válvulas miniaturas [2]. Como consequência surgiram também os diodos de cristal dopado, o que posteriormente deu origem ao transístor na década de 1950.
AplicaçõesEditar
A eletrônica analógica é base de áreas como telecomunicações, eletrônica de potência, controle eletrônico, eletrônica digital, microeletrônica, entre outras áreas. Os principais circuitos criados e estudados com a Eletrônica Analógica são: retificadores controlados e não-controlados (Meia-onda, onda-completa e ponte), circuitos polarizadores, limitadores e reguladores de tensão, circuitos amplificadores, temporizadores e osciladores, sensores e acopladores.[3]
RetificadoresEditar
Os retificadores são circuitos que transformam corrente alternada em corrente contínua. Também conhecidos como conversores AC/DC. Existem dois tipos de retificadores: não-controlados e controlados. Os Retificadores não-controlados usam diodos comuns para conversão de corrente alternada em corrente contínua. Enquanto os retificadores controlados usam tiristores (SCR, DIAC, TRIAC, PUT e SCS, sendo os principais) que controlam o ângulo de disparo da retificação para que, além de converter a AC em DC, haja um controle de potência em cargas indutivas como motores.
Polarizadores, Limitadores e Reguladores de tensãoEditar
Os polarizadores e reguladores de tensão são circuitos que usam transistores para determinar valores de tensão e/ou corrente que se mantenham estáveis para que funcionem em determinada temperatura de trabalho. O limitador de tensão são circuitos que usam diodos (mais comumente o diodo Zener) para proteger a carga de excessos de tensão.[4]
AmplificadoresEditar
O amplificador é um circuito que usa transistores (BJT, FET, JFET e MOSFET, sendo os mais comuns) para amplificar um sinal analógico (tensão, corrente, áudio, sinal de AM, etc). Ou seja, um conversor de energia. O sinal de entrada apenas controla a corrente que flui a partir da fonte de alimentação ou bateria. Assim, a energia da fonte de alimentação é convertida pelo amplificador para sinal de energia.
Amplificadores OperacionaisEditar
Os amplificadores operacionais, ou amp-op, são amplificadores com impedância de entrada muito alta (idealmente infinita) e impedância de saída muito baixa (idealmente nula) e com ganho muito alto. Os usos mais comuns de amp-op são: amplificador não-inversor, seguidor unitário, somador, integrador e diferenciador.
Temporizadores e osciladoresEditar
Os temporizadores e osciladores utilizam o CI LM 555 para controle de saída (liga ou desliga). Os temporizadores,ou timers, são circuitos que enviam sinal de saída por um determinado tempo. Pode-se controlar uma carga automaticamente durante um certo tempo. Osciladores são circuitos que criam um sinal oscilatório, ou senoidal.
SensoresEditar
Os sensores são componentes eletrônicos que apresentam uma variação do sinal de saída dependendo de sua exposição. Exemplo: sensores de presença, sensores de temperatura (LM35), sensores de umidade (HIH-4000-001), entre outros.
AcopladoresEditar
São circuitos usados para separar circuitos de potência de circuitos de controle. Normalmente usa-se CI's opto acopladores que servem para fazer a passagem da corrente eléctrica de um ponto para outro sem a necessidade de usar um condutor eléctrico, são basicamente composto por um diodo emissor de infravermelho e um sensor óptico (LDR, fotodiodo, fotoSCR, fotoTRIAC, fototransístor, foto Darlington).
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ Sharma, Sachin S. "Power Electronics", Firewall Media, 2008, pág. 03, (em inglês) ISBN 9788131803509
- ↑ http://www.fazano.pro.br/indice.html - História da Eletrônica
- ↑ http://eletro.g12.br/arquivos/materiais/eletronica2.pdf - Aplicação da Eletrônica Analógica Prática e Teoria em PDF
- ↑ BRAGA, N. Eletrônica Analógica. São Paulo: NCB, 2012.
BibliografiaEditar
SANTOS, Edival J.P. Eletrônica analógica integrada e aplicações. 1ª Edição. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2011.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica : volume 1. 4ª Edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1997.
ALLEY, Charles L. Eletronic engineering. 3ª Edição. Canada: John Wiley & Sons, 1973.
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos, 8ª Edição, São Paulo: Pearson Hall, 2004.