Cultura da Catalunha

(Redirecionado de Cultura catalã)

A cultura da Catalunha é o conjunto do conhecimento que os catalães possuem como fruto de sua literatura e história, de sua ciência e senso comum, etc.

No entanto, para se compreender toda essa efervescência, é necessário que se estude a realidade cultural, econômica, histórica, política e social vivida por catalães, valencianos, baleares, aragoneses-catalães, norte-catalães, andorranos e algueireiros.

Cultura geral editar

 
Ilustração do Liber feudorum maior: livro no qual eram recolhidos juramentos territoriais

Os catalães sentem-se atraídos pelas suas liberdades, entre outros aspectos, devido à herança deixada pelos seus sujeitos históricos para a atualidade: desde as assembleias de paz e trégua e a Corte[desambiguação necessária] condal da Idade Média até o parlamento contemporâneo.[1]

Surgida no século XI, a denominação Catalunha referia-se aos territórios dos condes de Urgel, Besalú, Cerdanya e Barcelona. No entanto, como primeira referência documental, a denominação Catalunha surgiu no século XII, em um juramento feito por habitantes de Carcassona a Raimundo Berengário III de Barcelona.

Antecedentes editar

 
O pantocrator de Taüll

Durante a consolidação do regime feudal na sua vertente mais dura, havia guerras contínuas que favoreciam a posição dos cavaleiros, em quem os condes confiavam a administração do seu território. Esses cavaleiros impunham a sua opressão sobre o trabalho campesino; opressão essa abençoada pela Igreja. Nesse contexto, um ex-conde tornou-se abade, o abade Oliva, quem impulsou, além da atividade intelectual e da extensão da arte românica, as assembleias de Paz e Trégua: uma tentativa de mediação nas constantes lutas feudais que sangravam o território.

Essas lutas continuariam até o final do século XI quando chegaria, ao condado de Barcelona, a autoridade de Raimundo Berengário I - a partir de quando, o regime feudal passaria a conviver com uma estrutura estatal mais firme. Nesse contexto, surgia a denominação de Catalunha, falava-se catalão nas ruas e nas propriedades feudais, a economia desenvolvia-se e o comércio e as cidades de Barcelona, Girona, Vic e a Seu d'Urgell reviviam.

Coroa de Aragão editar

 
Corts Catalanes, segundo uma miniatura do século XV

Como Castela já era uma potência e contava com vontade e recursos para engolir a Península Ibérica, Catalunha embarcava na aventura de seu território vizinho: unidos, como sócios e aliados, Catalunha e Aragão, poderiam enfrentar as ocupações. Assim, Aragão ganhava uma saída ao mar, Catalunha um aliado no enfrentamento tanto com Castela como com a França e nascia a Coroa de Aragão. Mesmo fundindo-se duas dinastias, cada território continuou com instituições, línguas e moedas próprias – funcionando separadamente.[2]

Jaime I de Catalunha-Aragão editar

Jaime I é possivelmente um dos personagens mais carismáticos: com o seu reinado, a Catalunha abria-se ao mar Mediterrâneo. Nesse contexto, também, surgiam leis e obras literárias de alto nível.[3]

Mercantilismo editar

Como Catalunha crescera pelo mar: chegando a possuir três ilhas baleares, três ilhas italianas, um território na Grécia, relações preferenciais ao norte da África e a bênção da Igreja, chegavam as guerras, que esgotariam o patrimônio e a economia catalã.

O pactismo editar

 
Parlamento da Catalunha

O regime medieval catalão regia-se através de uma fórmula chamada de pactismo, que garantia o equilíbrio de forças entre os condes e as classes privilegiadas. Contudo, mesmo essa espécie de intercâmbios de favores continuando a deixar de lado a grande maioria da população, ela marcaria a personalidade coletiva. Essa forma de pactismo – teorizada no tratado Lo Crestià, de Francesc Eiximenis, que expressa a necessidade de que a monarquia legisle de acordo com os estamentos representados nas Cortes – é a responsável pelo lema popular “volem, estatuïm e ordenam”, assim como pelos historiadores afirmarem que o Parlamento da Catalunha data de 1283 e é o mais antigo da Europa. Por isso, também, por não se acreditar no 'direito divino' nem no 'direito natural', os catalães defendem tanto o consenso, o diálogo e que se respeite aquilo que é ditado pelo povo.

Integração no Reino de Castela editar

 
Pendão das Espanhas

No século XV, chegavam as grandes crises sociais, políticas e sociais. Catalunha minava-se pelas lutas internas e perdia o timão da Coroa de Aragão: fato que facilitaria que fosse engolida por Castela e que renunciasse a uma política exterior. Dois séculos depois, e devido à tendência centralista dos governos castelhanos, chegavam novas e violentas revoluções.

Pau Claris-Consell de Cent editar

 
Tratado dos Pirenéus

Além de ser um dos pontos nevrálgicos da cidade de Barcelona, Pau Claris foi o presidente da Generalitat de Catalunya quem, em coordenação com o Consell de Cent defendeu, em 1640, a constituição catalã. O objetivo era restaurar a independência, assim como o faria Portugal.

Dia 11 de Setembro editar

A festa nacional é uma data sui generis, já que comemora a derrota sofrida no dia 11 de Setembro de 1714, a fim de que a memória histórica seja preservada.

Nacionalismo editar

 
Bandeira da Catalunha

Com a vitória de Filipe V de Espanha, a Catalunha centrava-se no trabalho: perdidas as instituições, a economia fazia a diferença – por isso, ainda hoje, acredita-se que os catalães sejam ricos e insolidários. Cada vez mais, a Catalunha das fábricas distanciava-se da Espanha absolutista. Um século depois, isso faria com que a Catalunha tornasse-se nacionalista. Outro século e as tensões, as esperanças e os ódios chegariam ao seu auge; mas não seria o contexto da Segunda República Espanhola que viria a corrigir ofensas e injustiças já que a Guerra Civil Espanhola seria ganha pelo pensamento de direita e fascista.

Perseguição editar

Uma das constantes do regime de Francisco Franco era perseguir a língua e a cultura catalã. A partir de 1975, iniciava-se o processo de transição democrática, que outorga a autonomia, as liberdades e os Jogos Olímpicos.

Patrimônio cultural e imaterial editar

 
Nit de Sant Joan.
 
Ball de Diables.
 
Cantada de havaneres de Calella de Palafrugell.
 
Festa de la Misteriosa Llum de Manresa.
 
Patum de Berga.

Cem candidaturas optavam a se converter no patrimônio cultural e imaterial catalão. Em 2010, as dez seguintes seriam eleitas[4]

Ver também editar

Referências

  1. (Parlament de Catalunya, 2010). Història. Arquivado em 24 de setembro de 2010, no Wayback Machine. Acesso 10 Ago. 2010
  2. SOLER, T. Història de Catalunya. Barcelona: Columna, 1998.
  3. (Televisió de Catalunya, 2010). Phantasticus: el cant de Ramon. Acesso 23 Jul. 2010
  4. (Capital de la Cultura Catalana, 2010). Notícies. Acesso 10 Ago. 2010
  Este artigo sobre a Catalunha é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.