Desabamento de rochas em Capitólio

desastre natural ocorrido em Minas Gerais, Brasil em 2022

O desabamento de rochas em Capitólio foi um desastre ocorrido no início da tarde de 8 de janeiro de 2022, no Lago de Furnas em Capitólio, Minas Gerais, Brasil. Dez pessoas morreram e 32 ficaram feridas.[1]

Desabamento de rochas em Capitólio
Desabamento de rochas em Capitólio
Imagem de um vídeo do desastre, com as rochas prestes a cair.
Hora 12h30 (UTC−3)
Duração Aproximadamente 6 segundos
Data 8 de janeiro de 2022 (2022-01-08)
Local Lago de Furnas, Capitólio, Minas Gerais, Brasil
Mapa
Mapa do local do acidente
Causa Desmoronamento
Mortes 10
Lesões não-fatais 32

Antecedentes

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Cânion no Lago de Furnas, no qual se notam lanchas e banhistas

O Lago de Furnas em Capitólio, Minas Gerais, Brasil, atrai vários turistas que procuram por passeios de lancha e mergulhos na região. Os cânions no local são formados por rochas com mais de vinte metros de altura. A formação do local é de rochas sedimentares e, portanto, mais suscetíveis à ação do vento e das chuvas.[2] No fim da manhã de 8 de janeiro de 2022, mesmo dia do acidente, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região de Capitólio com possibilidade de "cabeça d'água": "Evite cachoeiras no período de chuvas".[3]

Acidente

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O desabamento ocorreu por volta das 12h30 (horário local) no Lago de Furnas em Capitólio, no condomínio Escarpas do Lago, atingindo quatro embarcações com turistas.[4] Cerca de 70 a 100 pessoas estavam no local, que estava isolado e fechado.[3] O Corpo de Bombeiros informou inicialmente que uma "tromba d'água" junto a pedras causou o deslizamento, fazendo com que caíssem de uma altura de mais de cinco metros. Entretanto, segundo Gustavo Cunha Melo, especialista em gerenciamento de risco, a tromba d'água pode ter agido como um gatilho para o deslizamento, mas não foi necessariamente a causa do problema. Para Melo, a rocha se desprenderia de qualquer jeito, por causa da erosão. O porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas, Pedro Aihara, explicou que a formação rochosa do local e as chuvas na região facilitaram para que o deslizamento ocorresse; e que a forma como a rocha caiu agravou a situação.[4]

O especialista em gerenciamento de riscos e segurança Gerardo Portela relatou, em entrevista à CNN, que imagens publicadas nas redes sociais mostraram que os ocupantes das embarcações foram alertados pelas pessoas ao redor sobre o risco de desabamento da estrutura, mas a iniciativa de se afastar da região de risco demorou a acontecer: "Essas últimas imagens são reveladoras de que havia tempo para evitar que as pessoas fossem atingidas, existiam sinais visuais, provavelmente haviam ruídos, porque pedaços de rochas estavam caídos sobre a água, é lamentável". Portela também relatou que houve um "despreparo": "Observamos que as lanchas estavam super lotadas, com a proa apontada para o local de risco, deveria estar posicionada com a proa de lado contrário para um eventual de necessidade de abandono da área. Então uma sucessão de falhas, pessoas mais distantes estavam percebendo o risco, mas eles ali, mesmo sendo profissionais, não conseguiram ter a atenção certa".[5]

Resgate

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34 pessoas foram envolvidas no acidente.[4] Ao todo, 10 mortes foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros.[3] O Batalhão de Operações Aéreas, além de mergulhadores, foram mobilizados para atuar no local. Mais de 40 militares estiveram na região e uma aeronave passou a realizar buscas. A Delegacia Fluvial de Furnas deslocou imediatamente equipes de Busca e Salvamento (SAR) para o local.[2]

Todas as vítimas foram encaminhadas para hospitais da região. Três foram levadas para São José da Barra. Dois feridos em estado mais grave tiveram fraturas nos membros superiores e serão encaminhados para Piumhi e Passos em ambulâncias do município. Um outro paciente estável teve um trauma na face. Os demais tiveram ferimentos mais leves.[2]

32 pessoas foram atendidas por causa do acidente, a maioria com ferimentos leves. 27 foram atendidas e liberadas: 23 delas da Santa Casa de Capitólio e outras 4 da Santa Casa de São José da Barra. Quatro seguem internadas.[4]

 
Marinha reforça operações de buscas por vítimas do acidente em Capitólio (MG)

Vítimas

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Vítimas identificadas[6] Idade Cidade Natal
Júlio Borges Antunes 68 anos Alpinópolis (MG)
Rodrigo Alves dos Anjos (Piloto da lancha ‘Jesus’) 40 anos Betim (MG)
Carmem Pinheiro da Silva 43 anos Cajamar (SP)
Camila da Silva Machado 18 anos Paulínia (SP)
Geovany Gabriel Oliveira da Silva 14 anos Alfenas (MG)
Sebastião Teixeira da Silva 64 anos Anhumas (SP)
Marlene Augusta Teixeira da Silva 57 anos Itaú de Minas (MG)
Maycon Douglas de Osti 24 anos Campinas (SP)
Thiago Teixeira da Silva Nascimento 35 anos Passos (MG)
Geovany Teixeira da Silva 37 anos Itaú de Minas (MG)

Repercussão

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Um vídeo passou a circular nas redes sociais exibindo o acidente e sua veracidade foi confirmada.[4][2] A Marinha do Brasil divulgou uma nota oficial pouco tempo depois, informando: "Um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente/fato ocorrido."[4] O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, lamentou, pelas redes sociais, o desabamento: "Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso Estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O Governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros". Zema também prestou solidariedade às famílias das vítimas: "Solidarizo com as famílias neste difícil momento. Seguiremos atuando para fornecer o apoio e amparo necessários".[7] O presidente Jair Bolsonaro comentou que este era um "lamentável desastre".[8]

O evento teve repercussão internacional.[9][10][11][12][13][14]

Referências

  1. «At least seven dead after canyon wall collapses onto motorboats on lake in Brazil». The Independent (em inglês). 9 de janeiro de 2022. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  2. a b c d «Deslizamento de pedras atinge lanchas em Capitólio (MG) e deixa ao menos um morto; veja vídeo». O Globo. 8 de janeiro de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  3. a b c «MG: Rocha desaba em Capitólio e atinge lanchas; bombeiros confirmam 1 morte». UOL. Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  4. a b c d e f «VÍDEO: deslizamento de pedras atinge embarcações com turistas em Capitólio, MG». G1. Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  5. «"Sucessão de erros", diz especialista em segurança sobre tragédia em Capitólio». CNN Brasil. Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  6. «Todas as vítimas da queda do paredão em Capitólio são identificadas pela polícia; veja quem são». O Globo. 10 de janeiro de 2022. Consultado em 10 de janeiro de 2022 
  7. «Zema lamenta desabamento de cânion em Capitólio: 'Sofremos hoje a dor de uma tragédia'». G1. Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  8. «'Lamentável desastre', diz Bolsonaro sobre queda de rocha em Capitólio (MG)». noticias.uol.com.br. Consultado em 9 de janeiro de 2022 
  9. Miller, Andrew (8 de janeiro de 2022). «Brazil rock formation collapse kills at least 2, injures 15, caught on video». Fox News (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  10. «Wall of rock falls on boaters in Brazilian lake; 5 die». Washington Post (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  11. «VIDEO Momentul în care un fragment uriaş de stâncă se prăbuşește peste şalupe cu turişti, în Brazilia. Un mort și 15 răniți». www.digi24.ro (em romeno). Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  12. «Una roca gigantesca se derrumba en un cañón de Brasil y deja al menos cinco muertos y decenas de heridos». Elmundo (em espanhol). 8 de janeiro de 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  13. «Una enorme roca cayó sobre lanchas con turistas en Brasil: al menos cinco muertos y 30 heridos». es-us.noticias.yahoo.com (em espanhol). Consultado em 8 de janeiro de 2022 
  14. «Скала падна върху лодки с туристи в Бразилия, има жертви (ВИДЕО)». NOVA (em russo). Consultado em 8 de janeiro de 2022 

Ligações externas

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