Domingos Simões Pereira

politico e engenheiro civil guineense

Domingos Simões Pereira GCIH (Farim, Guiné-Bissau, 20 de outubro de 1963) é um politico e engenheiro civil guineense e atual Presidente da Assembleia Nacional Popular.[1] Serviu como primeiro-ministro de seu país entre 3 de julho de 2014 e 20 de agosto de 2015, além de Secretário Executivo da CPLP entre 2008 e 2012.[2]

Domingos Simões Pereira
Domingos Simões Pereira
Nascimento 20 de outubro de 1963
Farim
Cidadania Guiné-Bissau
Progenitores
  • António Simões Pereira
  • Victoriana Monteiro
Filho(a)(s)
  • Nisalda Simões Pereira
  • Anthony Simões Pereira
  • Domingos Simões Pereira Jr.
Irmão(ã)(s) Camilo Simões Pereira, Bartolomeu Simões Pereira
Alma mater
Ocupação político, engenheiro civil
Prêmios

Desde 2014 é presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido histórico da independência da Guiné-Bissau.[3][4].

Biografia

editar

Nascido em Farim em 20 de outubro de 1963, Domingos Simões Pereira é filho de um agricultor, pequeno proprietário forçado a abandonar a propriedade, devido ao início da guerra de independência. Seu pai chegou a ser preso pela PIDE, acusado de colaboração com os grupos nacionalistas.

Ainda criança seguiu, com o restante da família, para Bissau e, logo depois, em 1969, para Cacheu, onde frequenta o ensino primário.

Percurso acadêmico e profissional

editar

Em 1974, integra os primeiros grupos de alunos que, no Liceu Nacional Kwame N'Krumah, sob a docência de nomes como Atchutchi Ferreira e Hélder Proença, estudou já sem a tutela do regime colonial. Foi no liceu que integrou, em 1979, os quadros da Juventude Africana Amílcar Cabral (JAAC), ala jovem do PAIGC.

Com a conclusão do ensino liceal, é selecionado para professor de formação militante, o que assume para o curso noturno, enquanto que, durante o dia, leciona matemática no então Centro de Formação Técnico Profissional e na Escola dos Técnicos da Saúde (Enfermagem).

Em 1982 beneficia de uma bolsa de formação para a União Soviética, onde gradua-se em engenharia civil e industrial pela Universidade Nacional Politécnica de Odessa (1988). Em Odessa integra a associação dos estudantes da Guiné-Bissau.

Em 1988, após 2 meses de permanência em Bissau como engenheiro do Ministério das Obras Públicas, parte para Cacheu para trabalhar na Cooperativa Unidade e Progresso (CUP), uma das maiores empresas de construção na época. Consegue galgar posições na empresa, chegando a ser diretor-geral adjunto da CUP, em 1990.[2]

Em 1990 ingressa no primeiro ciclo de formação do PAIGC visando a abertura democrática, sendo que neste período sua proximidade com a alta diretoria do partido lhe vale a oportunidade de continuar seus estudos.

Em 1990 ganha uma bolsa de mestrado para o exterior e, até 1994, permanece nos Estados Unidos, na Universidade do Estado da Califórnia em Fresno, onde conclui o programa de Mestrado em Ciências Técnicas da Engenharia Civil na especialidade de estruturas. Entre 2013 e 2016 doutorou-se em ciências políticas e relações internacionais pela Universidade Católica de Portugal.

Carreira política

editar

Domingos Pereira regressa à Guiné-Bissau em julho de 1994, e acompanha os últimos dias da campanha eleitoral para as primeiras eleições multipartidárias do país. O ministro Alberto Lima Gomes o convida a reintegrar os quadros do Ministério das Obras Publicas, onde chegou a acumular funções de diretor Nacional da Viação e Transportes Terrestres e de Estradas e Pontes. Com a ascensão de Francisco Fadul ao posto de primeiro-ministro, afasta-se do governo.[2]

Compõe, em 1998, a Célula de Apoio ao Ordenador Nacional do Fundo Europeu para o Desenvolvimento e, sendo o encarregado do dossier infraestruturas, e; um ano depois integra os quadros do Banco Mundial para o Projeto de Reabilitação e Desenvolvimento do Sector Privado guineense, onde fica até 2004.[2]

Com a vitória do PAIGC, é chamado ao governo e assume as funções de ministro das Obras Públicas entre 2004 e 2005. Aceita o desafio de organizar a 6° Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP.[2] Concluída essa missão, aceita então o convite dos bispos da Igreja Católica na Guiné-Bissau à dirigir a Caritas da Guiné-Bissau na qualidade de secretário-geral.

De dezembro de 2006 até 2014 foi conselheiro do Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau[5] para as infraestruturas sob responsabilidade do Banco Mundial, ocupando-se dos transportes e comunicações, nomeadamente da renegociação dos contratos de concessão das telecomunicações, dos portos e do acordo aéreo com Portugal; também assiste o governo na estruturação da agência de regulação e no licenciamento da primeira licença de telefonia celular no país.

No 7º Congresso Ordinário do PAIGC, ocorrido em Gabu, em junho de 2008, é eleito membro da comissão permanente do Bureau Político do PAIGC, continuando a cumprir a missão conferida meses antes pelo Presidente da República, de servir como Secretário Executivo da CPLP. Durante os quatro anos de mandato, apostou na afirmação da organização no plano internacional e junto da sociedade civil; desenvolveu ações concretas de parceria e cooperação nos mais variados domínios; não descuidou da importância do português e da cultura que une e diversifica a identidade dos povos da CPLP.[2]

Em fevereiro de 2014, no 8º Congresso Ordinário do PAIGC, na cidade de Cacheu, foi eleito para a liderança do partido.[6] Entre 3 de julho de 2014 e 20 de agosto de 2015 cumpre funções como primeiro-ministro da Guiné-Bissau.[7]

Em Julho de 2023 foi eleito presidente do Parlamento guineense para a 11ª legislatura.[8]

Vida pessoal

editar

É filho de António Simões Pereira e de Victoriana Monteiro. Casado com Maria Paula Costa Pereira e possui três filhos, Anthony Simões Pereira, Nisalda Simões Pereira e Domingos Simões Pereira Jr. [9]É irmão do médico e político Camilo Simões Pereira.

Condecorações

editar

A 18 de Setembro de 2012, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.[10]

Referências

  1. «Guiné-Bissau: Simões Pereira eleito presidente do Parlamento – DW – 27/07/2023». dw.com. Consultado em 28 de julho de 2023 
  2. a b c d e f «Anteriores SE: Domingos Simões Pereira». CPLP. 2012 
  3. «EXCLUSIVO: Domingos Simões Pereira eleito Presidente do PAIGC com mais de 60 por cento dos votos». GBissau.com. 9 de fevereiro de 2014. Cópia arquivada em 19 de maio de 2014 
  4. «Biografia». Dsimoespereira.com. Consultado em 19 de maio de 2014. Arquivado do original em 24 de fevereiro de 2014 
  5. «Domingos Simões Pereira deverá ser primeiro-ministro na Guiné-Bissau». Jornal de Notícias. 17 de abril de 2014 
  6. «História do PAIGC». Portal PAIGC. 2014 
  7. «Domingos Simões Pereira afastado do cargo depois de divergências com presidente». Diário de Notícias. 13 de agosto de 2015 
  8. Portugal, Rádio e Televisão de (27 de julho de 2023). «Domingos Simões Pereira eleito presidente do parlamento guineense com larga maioria». Domingos Simões Pereira eleito presidente do parlamento guineense com larga maioria. Consultado em 28 de julho de 2023 
  9. «DOMINGOS SIMÕES PEREIRA – VOTA 1 | Domingos Simões Pereira – Presidente da Guiné-Bissau». Consultado em 12 de agosto de 2020 
  10. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Domingos Simões Pereira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de junho de 2015 

Ligações externas

editar