Ernest Francisco Fenollosa (18 de fevereiro de 1853 - 21 de setembro de 1908) foi um professor estadunidense de filosofia e economia política na Universidade Imperial de Tóquio. Importante educador durante a modernização da Era Meiji, Fenollosa foi um entusiasta orientalista, que fez muito para preservar a arte tradicional japonesa.

Ernest Fenollosa
Ernest Fenollosa
Nascimento 18 de fevereiro de 1853
Salém
Morte 21 de setembro de 1908 (55 anos)
Londres
Sepultamento Cemitério de Highgate
Cidadania Estados Unidos
Cônjuge Sidney McCall
Alma mater
Ocupação professor, historiador de arte, japanologist, tradutor, poeta, filósofo, orientalista
Prêmios
Empregador(a) Universidade de Tsukuba, Universidade de Tóquio, Museu de Belas Artes de Boston
Obras destacadas Epochs of Chinese and Japanese Art: An Outline History of East Asiatic Design
Religião budismo

Vida editar

Fenollosa nasceu em 1853, filho do pianista espanhol Manuel Francisco Ciriaco Fenollosa e Mary Silsbee (Fenollosa), um membro de uma família proeminente em Boston,[1] frequentou a Hacker Grammar School em Salem, Massachusetts, e a Salem High School, antes de se graduar pela Universidade de Harvard, na turma de 1874. Ele, então, estudou filosofia e teologia na Universidade de Cambridge. Após um ano na escola de artes do Museu de Belas Artes de Boston, período durante o qual se casou com Lizzie Goodhue Millett, ele viajou para o Japão em 1878 por convite do zoólogo norte-americano e orientalista Edward S. Morse, para ensinar economia política de filosofia na Universidade Imperial de Tóquio. Lá, ele estudou templos antigos, altares e tesouros artísticos.

Durante sua estadia no Japão, Fenollosa ajudou a reviver o estilo de pintura Nihonga com os artistas japoneses Kanō Hōgai (1828-1888) e Hashimoto Gahō (1835-1908). Após 8 anos na Universidade, ajudou a fundar a Academia de Belas Artes de Tóquio e o Museu Imperial, sendo seu diretor em 1888. Fenollosa se converteu ao budismo e mudou seu nome para Tei-Shin, adotando também o nome Kanō Yeitan Masanobu, que sugeria que ele fora admitido pela antiga academia de arte dos Kanō. Enquanto residia no Japão, as realizações de Fenollosa incluíram o primeiro inventário do tesouro nacional japonês. que levou à descoberta de antigos pergaminhos chineses trazidos ao Japão por monges Zen havia séculos. Por essas realizações, Imperador do Japão o condecorou com as ordens do Sol Nascente e do Espelho Sagrado.

Em 1886, ele vendeu sua coleção de arte ao médico de Boston Charles Goddard Weld (1857-1911), sob a condição de que ela iria para o Museu de Belas Artes de Boston e, em 1890, ele retornou à cidade para ser curador do departamento de Arte Oriental. Lá, Fenollosa foi questionado sobre o motivo que o levara a escolher a arte japonesa para a exibição World Columbian Exposition, de 1893, em Chicago. Ele também organizou a primeira exibição de pintura chinesa de Boston, em 1894. Em 1896, ele publicou Masters of Ukioye, uma dissertação histórica sobre as pinturas japonesas e impressões coloridas exibidas no Edifício de Belas Artes de Nova York. Entretanto, seu divórcio público e o segundo casamento que se seguiu em 1895, com a escritora Mary McNeill Scott (1865-1954) ultrajaram a sociedade de Boston, levando à sua demissão do Museu em 1896.

Em 1897 ele viajou de volta ao Japão para aceitar o cargo de Professor de Literatura Inglesa no Colégio Superior Normal de Tóquio. Após 3 anos, ele, entretanto, retornou mais uma vez aos EUA para escrever e proferir palestras sobre Ásia. Seu trabalho de 1912 em dois volumes se concentra na arte anterior a 1800, mas oferece as impressões de Hokusai como uma janela de beleza após a arte japonesa se tornar moderna demais para o gosto de Fenollosa: "Hokusai é um grande desenhista, como Kipling e Whitman são grandes poetas. Ele já foi chamado o Dickens do Japão."

Após a morte de Fenollosa, suas notas não publicadas sobre poesia chinesa e drama Noh japonês foram confiadas por sua viúva ao poeta Ezra Pound que, com William Butler Yeats e outros escritores, usou-as para solidificar o crescente interesse na literatura do Extremo Oriente. Pound mais tarde finalizou o trabalho de Fenollosa com o auxílio do notável sinologista britânico Arthur Waley.

Fenollosa foi cremado em Londres. Como ele havia pedido, suas cinzas foram levadas para a Capela de Mii-dera, próxima ao Lago Biwa. Sua lápide foi paga pela Escola de Belas Artes de Tóquio.[2]

Trabalhos selecionados editar

  • The Masters of Ukioye: a Complete Historical Description of Japanese Paintings and Color Prints of the Genre School, New York: The Knickerbocker Press, 1896
  • Epochs of Chinese and Japanese Art, London: William Heineman, 1912
  • "Noh" or Accomplishment: A Study of the Classical Stage of Japan, with Ezra Pound, London: Macmillan and Co., 1916
  • The Chinese Written Character as a Medium for Poetry, composed by the Ernest Fenollosa, edited by Ezra Pound after the author's death, 1918.

Trabalhos relacionados editar

  • Ezra Pound, Cathay: For the Most Part from the Chinese of Rihaku, from the notes of the late Ernest Fenollosa, and the Decipherings of the Professors Mori and Ariga, London: Elkin Mathews, 1915

Referências

  1. Ernest Francisco Fenollosa 1853–1908 Orientalist and Art Critic, Smithsonian, February 29, 2016
  2. "Asleep Under the Maples at Homyo-in", The Detroit Free Press, 30 January 1910, p. 3.

Bibliografia editar

  • Fenollosa, Mary McNeill. "Preface." Epochs of Chinese and Japanese Art: an Outline History of East Asiatic Design, New York: Frederick A. Stokes, 1912
  • Warner, Langdon, "Ernest Francisco Fenollosa," in the Dictionary of American Biography, vol. 6. New York: C. Scribner's sons, 1931, pp. 325–26
  • Kurihara Shinichi, Fuenorosa to Meiji bunka, Tokyo: Rikugei Shobo, Showa 43,1968
  • Chisolm, Lawrence W., Fenollosa: the Far East and American Culture, New Haven: Yale University Press, 1963
  • Brooks, Van Wyck, Fenollosa and His Circle, with Other Essays in Biography, New York: Dutton, 1962
  • Tepfer, Diane, "Enest Fenollosa," in The Dictionary of Art, 10: 887