Marcos Konder Netto

arquiteto brasileiro

Marcos Konder Netto (Blumenau, 11 de novembro de 1927 - Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2021) foi um arquiteto, professor, poeta e pintor brasileiro, e um destacado representante da arquitetura moderna no país. [1]

Marcos Konder Netto
Nascimento 11 de novembro de 1927
Blumenau, SC
Morte 14 de dezembro de 2021 (94 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileira
Movimento Arquitetura moderna - Escola carioca
Obras notáveis Monumento aos Pracinhas e Centro Administrativo São Sebastião, no Rio de Janeiro
Prêmios “Arquiteto do Ano”, 1995, Sindicato dos Arquitetos

“Colar de Ouro” do IAB, 2003,

Marcos Konder teve também, ao longo de sua vida, relevante participação política, em defesa de uma sociedade mais justa e democrática. Participou ativamente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Rio de Janeiro (IAB/RJ), do qual foi presidente de 1966 a 1967, e do comitê editorial da Revista Arquitetura, lançada em 1962 e interrompida em 1968, com o estabelecimento do AI-5.

A metrópole é o somatório de suas arquiteturas, sejam elas recentes ou não, humildes ou grandiosas. Todas as edificações, tanto as predominantemente utilitárias como as intencionalmente simbólicas (certos edifícios públicos ou monumentos), concorrem para a sua legibilidade, engrandecimento e pleno usufruto de seus cidadãos." (Marcos Konder)

Família editar

Seu bisavô alemão, Markus Konder, imigrou para o Brasil no início do século, estabelecendo-se pioneiramente em Itajaí. Desde então a família Konder tem estado tradicionalmente ligada à política do estado de Santa Catarina e do Brasil, contando entre seus representantes Marcos Konder, Adolfo Konder, Vítor Konder, Jorge Konder Bornhausen e ainda o filósofo marxista Leandro Konder.

Formação e influências editar

Marcos Konder formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual UFRJ, e trabalhou no início da carreira com os conhecidos arquitetos Sérgio Bernardes e Affonso Eduardo Reidy.

Dentre suas principais influências, além dos já citados Bernardes e Reidy, Marcos Konder menciona as idéias e projetos de Le Corbusier e dos arquitetos brasileiros Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Posteriormente Marcos Konder foi se desencantando com o tradicional racionalismo europeu inspirado por Le Corbusier e passou a identificar-se mais com a arquitetura orgânica, aberta e mais humanista representada por outros grandes mestres internacionais, como Frank Lloyd Wright e, principalmente, Alvar Aalto.

Obra editar

 
Monumento aos Pracinhas, Rio de Janeiro.

O mais conhecido projeto de Marcos Konder, em colaboração com Hélio Ribas Marinho, que depois viria a ser seu sócio, foi o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, erguido no Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo e mais conhecido como Monumento aos Pracinhas. O monumento cobre uma área de 6 850 metros quadrados, em três planos: subsolo, patamar e plataforma, e conta com obras de escultura de Alfredo Ceschiatti e Júlio Catelli Filho, além de pinturas murais de Anísio Medeiros.

Outros projetos de Marcos Konder no Rio de Janeiro são o Restaurante Rio's, também situado no Parque do Flamengo; o Clube Campestre, no Alto Leblon; o Centro Administrativo São Sebastião, sede da Prefeitura Municipal, na Cidade Nova; o Espaço de Desenvolvimento Infantil Professora Sarita Konder, em Santa Teresa; e as residências Konder, Silvio Kauffmann e Sumares.

Dentre seus projetos urbanísticos, podem-se destacar o Plano de Ocupação para o grupamento residencial Selva de Pedra, no Leblon; o Plano Urbanístico Cidade Nova; e o Projeto de Urbanização da Praia do Pinto.

Fora do Rio de Janeiro, Marcos Konder foi responsável pelos projetos do SESI e do SENAI Ceará (CE), do SESI Taguatinga (DF) e do Centro Escolar Goverrnador Valadares (MG).

Concursos editar

Konder participava regularmente, como concorrente ou jurado, de concursos públicos e privados de arquitetura, tanto no Brasil quanto no exterior. Dentre os projetos desenvolvidos para esses concursos, diversos receberam premiações ou menções honrosas mas não chegaram a ser executados. Dentre estes, merecem ser citados o Edifício Peugeot, em Buenos Aires; o Monumento Auschwitz, na Polônia; o Pavilhão do Brasil na Expo Internacional de Sevilha, na Espanha; o Memorial Rio 92 e o edifício do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), no Rio de Janeiro (RJ); o Teatro Municipal de Campinas (SP); o Mercado Municipal e o Centro Evangélico, em Porto Alegre (RS); o prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e a Igreja Presbiteriana Nacional de Brasília (DF); e o Banco de Crédito da Amazônia, em Belém (PA).

Premiações editar

Dentre os prêmios recebidos por Konder, destacam-se:

  • 1º lugar no Concurso Privado para o Instituto de Resseguros do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), em 1963.
  • 1º lugar no Prêmio Anual do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Rio de Janeiro (RJ), em 1967.
  • 1º lugar no Concurso Privado para o Banco da Amazônia (arquiteto associadoːHélio Ribas Marinho), Belém (PA), em 1975.
  • 1º lugar no Concurso Público para o Memorial Ecológico RIO 92 (colaboradorː arquiteto Luiz Felipe Mauad), Rio de Janeiro (RJ), em 1991.
  • “Arquiteto do ano”, pelo Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas no Estado do Rio de Janeiro (SARJ ), em 1995.
  • “Colar de ouro”, maior comenda do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em 2003.

Serviço público editar

Konder desempenhou diversos cargos e atividades no serviço público, dentre eles:

  • Colaborador do arquiteto Afonso E. Reidy no Departamento de Urbanismo do DF, Rio de Janeiro (1952/54).
  • Chefe do Serviço de Urbanismo e Diretor da Divisão de Estudos e Projetos da SEPE, Rio de Janeiro, (1967/73).
  • Supervisor Chefe da Supervisão de Estudos da CEPE, RJ (1973/75).
  • Assessor Chefe da Assessoria de Articulação com a Região Metropolitana do Município do Rio de Janeiro (1975/76).
  • Assessor do Gabinete do Secretário da Secretaria de Obras e Serviços Públicos do Município do Rio de Janeiro (1976/79).
  • Assessor Especial do Gabinete do Secretário da Secretaria de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (1988/92).

Ver também editar

Ligações externas editar

Referências

  1. Antônio Agenor Barbosa e Juliana Mattos. «Vitrivius». Entrevista com Marcos Konder. Janeiro 2007. Consultado em 22 de abril de 2024