Estação Ferroviária de Ponte de Sor

estação ferroviária em Portugal
(Redirecionado de Estação de Ponte de Sor)

A Estação Ferroviária de Ponte de Sor (tradicionalmente grafado pela C.P. como Ponte de Sôr mesmo após 1945[1]) é uma interface da Linha do Leste, que serve a localidade de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, em Portugal.

Ponte de Sôr
Estação de Ponte de Sor, em 2008
Estação de Ponte de Sor, em 2008
Identificação: 55293 PSR (Ponte de Sôr)[1]
Denominação: Estação de Ponte de Sôr
Classificação: E (estação)[1]
Linha(s): Linha do Leste (PK 163+242)
Coordenadas:
Mapa
39° 15′ 55,87″ N, 8° 00′ 46,94″ O
Município: border link=Ponte de SorPonte de Sor Ponte de Sor
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Bemposta
Entroncam.to
  R   Torr.Vargens
Badajoz

Diagrama:

Bemposta (Sentido Abrantes)
Ponte de Sor
Torre das Vargens (Sentido Badajoz)
Website:
Estação de Ponte de Sor, em 2018

Descrição editar

Localização editar

Encontra-se junto ao Largo da Estação, na localidade de Ponte de Sor.[2]

Infraestrutura editar

Segundo o Directório da Rede 2012, publicado pela Rede Ferroviária Nacional em Janeiro de 2011, a estação de Ponte de Sor tinha duas vias de circulação, ambas com 430 m de comprimento, e duas plataformas, com 154 e 124 m de extensão, e 35 e 40 cm de altura.[3]

Azulejos editar

O edifício da estação está decorado com azulejos, do tipo de padrão.[4]

História editar

 Ver artigo principal: Linha do Leste § História
 
Antigo guindaste da estação

Planeamento e inauguração editar

Na década de 1850, iniciou-se o planeamento para a construção de um caminho de ferro que ligasse Lisboa a Badajoz, tendo uma portaria de 6 de Novembro de 1854 criado uma comissão para determinar o traçado da linha férrea, nos pontos em que passaria o Rio Tejo e entraria na fronteira espanhola.[5] No relatório da comissão, apresentado em 9 de Janeiro de 1855, uma das opções para o local onde atravessar o Tejo era cerca de 8 Km acima de Santarém, podendo depois a via férrea subir até à Chamusca e atravessar a planície até Ponte de Sor.[5] Os estudos para o percurso completo da linha foram feitos pelo engenheiro Rumball, que apresentou três propostas em Agosto de 1855, tendo sido escolhida a terceira, que fazia a linha férrea passar por Santarém, Tancos, Abrantes, Ponte de Sôr, Crato e Monforte.[6][7] Segundo Rumball, a via férrea deixaria Abrantes pelo vale do Rio Torto, onde o terreno atingia o seu maior ponto no Alto do Padrão, descendo depois até Ponte de Sôr.[6] Depois de Ponte de Sôr, a linha atravessaria a Ribeira de Seda e continuaria no sentido de Elvas.[6]

Em 1856, o engenheiro Wattier também foi encarregado de analisar o futuro traçado da linha para Badajoz, onde apresentou uma proposta semelhante à de Rumball, com a via férrea a cruzar o Rio Sor perto da aldeia de Torres, a sete quilómetros de Ponte de Sôr.[6]

A estação de Ponte de Sor está inserida no lanço entre Abrantes e Crato da Linha do Leste, que foi aberto pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 6 de Março de 1863.[8]

Ligação planeada a Évora e a Lisboa editar

 Ver artigos principais: Ramal de Mora e Linha do Sorraia

Em 14 de Setembro de 1863, foi concluída a linha férrea até Évora,[9] e no ano seguinte o governo assinou um contrato com a Companhia dos Caminhos de Ferro do Sueste, para que esta prolongasse a sua linha até ao Crato, na Caminho de Ferro do Leste, de forma a unir as duas redes.[10] Com a continuação das linhas do Leste e de Évora, foram mudados os planos para a ligação entre as duas linhas, que deveria ser feita através de duas vias férreas, uma até Elvas e a outra até Chança ou Ponte de Sor.[10] O ponto de bifurcação foi fixado em Ponte de Sor pela comissão técnica de 1898, devendo a linha partir de Évora e passar por Arraiolos.[10] Assim, a linha de Évora a Ponte de Sor foi introduzida pelo Plano da Rede ao Sul do Tejo, publicado em 15 de Maio de 1899.[11] No entanto, a linha só foi inaugurada até Mora, em 11 de Julho de 1908, sem ter chegado a ser concluída.[12]

Já em 1930, o Decreto n.º 18:190, de 28 de Março, introduziu vários projectos ferroviários, incluindo um, denominado de Linha do Sorraia, em bitola larga, que se iniciava nesta estação e terminava em Lisboa, passando por Couço, Quinta Grande, e Alcochete, com uma ligação ao Ramal do Montijo; o Rio Tejo seria atravessado pela Ponte de Montijo, de grandes dimensões.[13][14]

 
Armazém da Estação de Ponte de Sor, em 2008

Século XX editar

Em 1913, existia um serviço de diligências ligando a estação à localidade de Ponte de Sor.[15]

Em 1934, a Junta Autónoma das Estradas realizou um concurso para a construção de um ramal da Estrada Nacional 83-2ª, de forma a servir as estações de Ponte de Sor e Bemposta.[16]

Século XXI editar

 
Automotora 0358 em serviço regional, 2016.

Os serviços ferroviários de passageiros foram encerrados em Janeiro de 2012,[17] tendo sido retomados, de forma provisória, em 25 de Setembro de 2015.[18]

No dia 29 de agosto de 2017, os serviços regionais diários entre Entroncamento e Badajoz foram retomados, sendo que o anterior horário de sexta e domingo foi anulado.[19]

Ver também editar

Referências

  1. a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. «Ponte de Sôr - Linha do Leste». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 29 de Julho de 2016 
  3. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  4. SAPORITI, 2006:288
  5. a b ABRAGÃO, Frederico (1 de Abril de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1639). p. 172-177. Consultado em 23 de Outubro de 2018 
  6. a b c d «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas para a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1640). 16 de Abril de 1956. p. 190-193. Consultado em 23 de Outubro de 2018 
  7. GAMA, Eurico (16 de Março de 1956). «Achegas para a História do Caminho de Ferro do Leste» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1638). p. 144-146. Consultado em 23 de Outubro de 2018 
  8. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 29 de Julho de 2016 
  9. MARTINS et al, 1996:243
  10. a b c «De Extremoz a Villa Viçosa - Prolongamento da linha de Evora» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (364). 16 de Fevereiro de 1903. p. 53. Consultado em 17 de Outubro de 2018 
  11. SOUSA, José Fernando (1 de Dezembro de 1902). «A rêde ferro-viaria ao Sul do Tejo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 15 (359). p. 354-356. Consultado em 10 de Setembro de 2013 
  12. MARTINS et al, 1996:252
  13. PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
  14. SOUSA, José Fernando de (1 de Janeiro de 1935). «Os Nossos Caminhos de Ferro em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1129). p. 5-6. Consultado em 10 de Setembro de 2013 
  15. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 9 de Abril de 2018 
  16. «Concursos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1111). 1 de Abril de 1934. p. 193-196. Consultado em 10 de Setembro de 2013 
  17. «Comboios deixam de passar na Linha do Leste a partir de 1 de Janeiro». Jornal de Notícias. 17 de Dezembro de 2011. Consultado em 25 de Setembro de 2015 
  18. CIPRIANO, Carlos (17 de Setembro de 2015). «Comboios de passageiros regressam à linha do Leste mas só ao fim-de-semana». Público. Consultado em 25 de Setembro de 2015 
  19. «ENTRONCAMENTO – Já há comboio directo até Badajoz. CP promove duas viagens diárias (ida e volta)». Rádio Hertz. 30 de Agosto de 2017. Consultado em 14 de Outubro de 2018 

Bibliografia editar

  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • SAPORITI, Teresa (2006). Azulejaria no Distrito de Portalegre. Lisboa: Dinalivro. 381 páginas. ISBN 972-97653-3-2 
 
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Ligações externas editar

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