Francisco Margiochi

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Francisco Simões Margiochi (Caselas, Belém, hoje Ajuda, Lisboa, 5 de outubro de 1774Lisboa, 6 de junho de 1838),[1] mais conhecido como Francisco Margiochi, foi um matemático, professor, oficial da marinha e político.[2][3] É autor de várias memórias sobre temas de Matemática e foi sócio da Academia Real de Ciências de Lisboa. O seu neto, Simões Margiochi, foi provedor da Casa Pia de Lisboa de 1889 a 1904.

Francisco Margiochi
Francisco Margiochi
Nascimento 5 de outubro de 1774
Morte 6 de junho de 1838
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação matemático, professor

Biografia editar

Francisco Simões Margiochi nasceu em Caselas, ao tempo uma comunidade rural dos arredores de Lisboa, filho Manuel Simões e de Josefa da Luz, um casal de lavradores. Perdeu o pai aos 9 anos de idade, acabando por adoptar o apelido do seu padrinho, Octávio Margiochi.[3]

Destinado a seguir a carreira de Oficial da Armada, matriculou-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, onde em 1798 se formou como Bacharel em Matemática e Filosofia.[1] Enquanto estudante em Coimbra aderiu aos ideais do liberalismo, tendo estado preso de 10 de Julho de 1797 a 5 de Abril de 1798, por ordem do Intendente-Geral da Polícia Diogo Inácio de Pina Manique,[1] acusado de autoria de um escrito intitulado O Povo à Revolta.[3] Foi iniciado na Maçonaria em data e em Loja, mais tarde afecta ao Grande Oriente Lusitano, desconhecidas, bem como o seu nome simbólico.[1]

Ilibado, serviu como oficial da Armada, no Brasil e, foi professor da Academia Real de Marinha de Lisboa. Publicou diversas obras sobre temas de Matemática e foi eleito sócio da Academia Real de Ciências de Lisboa.

Ligado aos meios liberais, aderiu à situação política que resultou da Revolução Liberal do Porto que eclodiu no dia 24 de Agosto de 1820, distinguiu-se depois como político, após o triunfo dos seus ideais,[1] e, tendo sido eleito deputado às Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa em representação da Província da Estremadura. Na sua acção como deputado constituinte, colocou-se na Ala Esquerda do Liberalismo e notabilizou-se por ter proposto a da extinção do Santo Ofício e do Juízo da Inconfidência em Portugal. Permaneceu como Deputado do Reino de Portugal durante o período de 1821-1823.[1]

Na sequência da Abrilada de 1823 foi obrigado a exilar-se, tendo permanecido na Grã-Bretanha e Irlanda até 1826, tendo aí colaborado no periódico intitulado O Popular, o jornal dos emigrados liberais. O seu regresso foi de curta dura, pois foi forçado a novo exílio em 1828, para Londres, em consequência da restauração do regime absolutista que resultou da subida ao trono de D. Miguel I de Portugal e dos acontecimentos da Belfastada, seguindo, depois, para França.[1]

Regressou a Portugal em 1833, com a vitória dos liberais de D. Pedro IV de Portugal, sendo então nomeado conselheiro de Estado e depois Ministro e Secretário de Estado da Marinha (1833-1834). Sendo um dos mais destacados partidários do vintismo e orador de reconhecido mérito, foi feito em 1834 membro da Câmara dos Pares, tendo permanecido como par do reino até 1836.[1]

O seu filho, também de nome Francisco Simões Margiochi (1812–1879) foi também par do reino. O seu neto, igualmente Francisco Simões Margiochi (1848–1904) foi agrónomo, vereador e depois presidente da comissão administrativa da Câmara Municpal de Lisboa, notabilizou-se como provedor da Casa Pia de Lisboa (1889-1894).[3]

Publicou a obra Instituições Matemáticas.

Notas

  1. a b c d e f g h António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques. Dicionário de Maçonaria Portuguesa. [S.l.: s.n.] pp. Volume II. Coluna 949-50 
  2. «Francisco Margiochi (1774-1838)». Assembleia da República. Consultado em 1 de maio de 2014 
  3. a b c d A Rua dos Margiochis de Caselas.

Ligações externas editar