O futhark antigo (ou futhark germânico) é a forma mais antiga de alfabeto rúnico. É constituído por 24 caracteres, utilizados inicialmente na escrita proto-nórdica. Foi ainda o alfabeto usado pelos povos germânicos do noroeste da Europa durante o período das migrações.[1]

Futhark antigo

A Pedra Kylver, notável por listar todos os caracteres rúnicos do futhark antigo
Tipo Alfabeto
Línguas Proto-Germânico, Proto-Nórdico, Gótico, Alamânico, Alto Alemão Antigo
Período de tempo
Século II – Século X
Sistemas-pais
Sistemas-filhos
Futhark recente, Futhorc Anglo-Saxão


Na península escandinava, entalhes em futhark antigo foram encontrados em diversos artefatos que datam dos séculos II até o X, tais como jóias, amuletos, peças de prataria, ferramentas e pedras rúnicas. Atualmente, tem-se registro de aproximadamente 360 inscrições em futhark antigo, das quais mais de 300 estão na Escandinávia.[2][3]


A partir do século VIII, o sistema foi gradualmente substituído pelo futhark recente pelos escandinavos, ao passo que ele continuou a ser utilizado pelos anglo-saxões e frísios. Estes, por sua vez, o substituíram pelo sistema de runas anglo-frísias, ou futhorc. Tanto o futhorc quanto o futhark recente permaneceram em uso ao longo da Idade Média, mas gradativamente perderam espaço até sua completa substituição pelo alfabeto latino. Escritos em futhark antigo permaneceram enigmáticos até 1865, quando o filólogo norueguês Sophus Bugge criou um sistema capaz de decifrá-los.[4]

Descrição

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O futhark antigo (nomeado pelos fonemas iniciais dos nomes das primeiras seis runas: F, U, Þ, A, R and K) é composto de 24 runas, frequentemente organizadas em três grupos de oito. Cada um desses grupos é chamado de ætt (pl. ættir).[5]

A tabela abaixo associa cada runa com sua transliteração usual:

  f       u       þ       a       r       k       g       w    
  h   n   i   j   ï   p   z   s
  t   b   e   m   l   ŋ   d   o

Note que þ corresponde aos fonemas consonantais [θ] ou [ð] do alfabeto fonético da língua inglesa, enquanto ï também pode ser transliterado por æ, o que indica que pode ter sido um ditongo ou um vogal próxima aos fonemas [ɪ] or [æ]. z está associado ao fonema [z] do Proto-Germânico, e se tornou o /r₂/ do Proto-Nórdico, que também é transliterado por ʀ[6].

A primeira listagem sequencial do alfabeto, apresentada na tabela abaixo, foi encontrada na Pedra Kylver, em Gotlândia, e data de 400 D.C:

[ᚠ] [ᚹ]
[f] u þ a r k g [w] h n i j p ï z s t b e m l ŋ d o

Dois outros exemplos de inscrições em futhark do séculos VI foram encontradas em bracteatas de Vadstena e Mariedamm e apresentam uma divisão em três ættir, com os caracteres ï e p em ordem invertida se comparada com a ordem da Pedra Kylver. O mesmo ocorre com os caracteres o e d. Há ainda a bracteata de Grupman, que data da virada do século V para o VI e também difere da ordem da Pedra Kylver, além de não incluir alguns caracteres.

Corpus

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Sítios arqueológicos com inscritos em futhark antigo anteriores ao século VI


Referências

  1. «Den 24-typiga futharken» (em sueco). Årsunda viking. Consultado em 4 de janeiro de 2017. Arquivado do original em 14 de dezembro de 2016 
  2. «Har det funnits flera olika runrader?» (em sueco). Riksantikvariämbetet (Autoridade Nacional da Herança Cultural). Consultado em 30 de dezembro de 2016 
  3. «Om runskrift» (em sueco). Riksantikvariämbetet (Autoridade Nacional da Herança Cultural). Consultado em 4 de janeiro de 2017 
  4. «Forskning om barn och livsmedelsreklam». dx.doi.org. 9 de janeiro de 2009. Consultado em 27 de agosto de 2021 
  5. 1918-1980., Elliott, George P., (1964). 14 poems. [S.l.]: Goosetree Press. OCLC 3643754 
  6. Page, R. I. (1987). Runes. London: Published for the Trustees of the British Museum by British Museum Publications. OCLC 15197768 

Ver também

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