Gerson King Combo - Volume II

Nota: Se procura pelo cantor de mesmo nome, consulte Gerson King Combo (cantor); se procura pelo segundo álbum do cantor, consulte Gerson King Combo (álbum).

Gerson King Combo - Volume II é o terceiro álbum de estúdio do cantor brasileiro Gerson King Combo, lançado pela Polydor em 1978 - em LP - e relançado pela Universal Music Group em 2001 e 2023 - respectivamente em CD e novamente em LP.

Gerson King Combo - Volume II
Gerson King Combo - Volume II
Álbum de estúdio de Gerson King Combo
Lançamento 1978 (1978)
Gravação 1978
Estúdio(s) Estúdio Phonogram, Rio de Janeiro
Gênero(s) Funk, soul
Duração 36:39
Formato(s) LP e CD (relançamento em 2001)
Gravadora(s) Polydor
Produção Ronaldo Corrêa
Cronologia de Gerson King Combo
Gerson King Combo
(1977)
Mensageiro da Paz
(2001)

Antecedentes editar

Quando o movimento Black Rio ganhou a atenção da mídia e da indústria cultural brasileira, em 1976,[1] diversos artistas que tinham penetração naqueles bailes de periferia - que chegavam a concentrar de 500 mil a 1 milhão e meio de pessoas por fim de semana[2] - passaram a assinar contratos com grandes gravadoras, na tentativa destas de vender a este imenso mercado consumidor. Foi assim, que Gérson conseguiu gravar o seu segundo álbum, em 1977.[3] Este lançamento faz grande sucesso nos bailes, especialmente, com as canções "Mandamentos Black" e "God Save the King", garantindo um contrato para outro lançamento.[4][5]

Gravação editar

O álbum foi gravado juntamente com a banda Super Bacana, no estúdio Phonogram, da Polygram (dona do selo Polydor), com a produção de Ronaldo Corrêa, direção artística de Pedrinho da Luz, e arranjos da banda Super Bacana, de Pedrinho, Ronaldo e do maestro Hugo Bellard.[6][7]

Recepção editar

A recepção na crítica especializada da época foi praticamente inexistente. A revista Geração Pop, entretanto, considerou o lançamento bom, dizendo que ele não ficava "devendo nada às bandas maravilhosas de soul lá de fora". Chamava Gérson de "líder absoluto da soul-music brasileira" e elogiava o caminho musical seguido pelo cantor que, segundo a revista, agora deixava de "copiar seu colega americano".[7] As vendas também foram piores do que o seu álbum do ano anterior, apesar de chegar a emplacar dois hits menores: "Funk Brother Soul" e "Good Bye". Isto, combinado com o fracasso de outros lançamentos do movimento, leva as gravadoras a pararem de apostar tão fortemente na "onda black". Gérson, assim como outros autores,[8][9] credita ao aparecimento da música disco - propagandeada através de um filme e de uma novela global - o esmorecimento do e a perda de interesse no movimento.[10]

Atualmente, entretanto, juntamente com o lançamento do ano anterior, é considerado um dos grandes discos da música negra brasileira nos anos 70.[11] Em 2001, a Universal Music Group relançaria este disco e o seu antecessor em CD.[12] contando também, em novembro de 2023, com um relançamento do álbum em vinil colorido na cor branca, parte do clube de assinatura Clube do Vinil da Universal Music brasileira.[13]

Faixas editar

Lado A
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Pro que Der e Vier"  Hyldon - Pedrinho 4:31
2. "Hey, Você"  G. Combo - Hugo Bellard 3:40
3. "Funk Brother Soul"  G. Combo - Pedrinho 2:53
4. "E Moisés Falou"  G. Combo - Marcelo 3:36
5. "Meu Nome É..."  Carter 3:38
Duração total:
18:18
Lado B
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Na Trilha do Coração"  G. Combo - Mr. Paulo Santos 3:04
2. "É Melhor pra Nós Dois"  R. Combo - G. Combo 3:06
3. "Good Bye"  D. Luiz - Nixon 3:10
4. "Tenho um Vulcão dentro de Mim"  G. Combo - Messias 3:10
5. "Por isso Vou te Amando"  G. Combo - Mr. Paulo Santos 2:42
6. "Aquela Brincadeira"  R. Combo - G. Combo 3:09
Duração total:
18:21

Ficha Técnica editar

  • Direção artística: Pedro da Luz (Pedrinho)
  • Direção de produção: Ronaldo Corrêa
  • Arranjos de base: Super Bacana, Pedrinho, Ronaldo
  • Arranjos orquestrais: Hugo Bellard
  • Técnicos de gravação: Vitor, Jairo Gualberto
  • Auxiliares de estúdio: Aníbal, Rui, Rafael
  • Técnico de mixagem: Jairo Gualberto
  • Corte: Ivan Lisnik
  • Capa: Aldo Luís
  • Arte Final: Arthur Fróes

Referências

  1. CONCEIÇÃO RIBEIRO, 2010, p. 166 e seguintes.
  2. PALOMBINI, 2008, p. 60.
  3. Luciano Marsiglia. «Rock Brasileiro 1976 - 1977 - O movimento Black Rio: Desarmado e perigoso». Super Interessante 
  4. Essinger, Silvio (31 de julho de 2000). «Gerson King Combo volta ao disco». CliqueMusic. Consultado em 29 de fevereiro de 2016 
  5. «Gerson King Combo comemora 70 anos no palco do Teatro Rival Petrobras». Sopa Cultural. 13 de novembro de 2013. Consultado em 29 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 7 de março de 2016 
  6. Gérson King Combo - Dados artísticos. Publicado em Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira. Página visitada em 03 de março de 2016.
  7. a b O Rei combo ataca de novo!. Publicado em Revista Geração Pop, n. 68, junho de 1978. Editora Abril. Consultado em 03 de março de 2016.
  8. CONCEIÇÃO RIBEIRO, 2010, p. 170.
  9. PALOMBINI, 2008, p. 62.
  10. Silvio Essinger (28 de novembro de 2013). «Os 70 anos black de Gerson King Combo». O Globo 
  11. Pinheiro, Marcelo (21 de novembro de 2013). «União Black e o ano de ouro para o funk brasileiro». Revista Brasileiros. Consultado em 2 de março de 2016 [ligação inativa]
  12. Essinger, Silvio (7 de fevereiro de 2001). «Charles Gavin resgata as pérolas da Sony». CliqueMusic. Consultado em 2 de março de 2016 
  13. Betalabs. «Clube de Assinatura | Universal Music | Gerson King Combo Volume II». Clube do Vinil. Consultado em 13 de novembro de 2023. Arquivado do original em 13 de novembro de 2023 

Bibliografia editar

  • PALOMBINI, Carlos. Música dançante africana norte-americana, soul brasileiro e funk carioca: uma bibliografia. III Seminário Música, Ciência e Tecnologia, n. 3, São Paulo, 2008, pp. 59–68. ISSN: 1982-9604.
  • CONCEIÇÃO RIBEIRO, Rita Aparecida da. Errância e Exílio na Soul Music: do movimento Black-Rio nos anos 70 ao Quarteirão do Soul em Belo Horizonte, 2010. Tempo e Argumento: Revista do programa de pós-graduação em História, v. 2, n. 2, Florianópolis, jul-dez de 2010, pp. 154–181.