Giuseppe Cilento

químico, pesquisador e professor universitário brasileiro

Giuseppe Cilento (Sorrento, 21 de julho de 1923São Paulo, 31 de outubro de 1994) foi um químico, pesquisador e professor universitário brasileiro nascido na Itália.

Giuseppe Cilento
Conhecido(a) por criador da escola brasileira de fotobioquímica e um dos primeiros a fazer da química uma matéria interdisciplinar
Nascimento 21 de julho de 1923
Sorrento, Itália
Morte 31 de outubro de 1994 (71 anos)
São Paulo, SP, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade de São Paulo (graduação e doutorado)
Prêmios
Orientador(es)(as) Heinrich Rheinboldt
Instituições
Campo(s) Biologia e educação ambiental
Tese Isosterismo, Isologia e Isomorfismo (1947)

Grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico[1] e membro associado da Academia Brasileira de Ciências, Giuseppe foi professor titular da Universidade de São Paulo e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.[2][3]

É considerado o criador da escola brasileira de fotobioquímica e um dos primeiros a fazer da química uma matéria interdisciplinar.[4] Foi pioneiro nas pesquisas sobre a possibilidade de as plantas realizarem processos fotoquímicos sem a presença de luz, a chamada fotobiologia sem luz.[5]

Biografia

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Giuseppe nasceu em Sorrento, na Itália, em 1923. Era filho de um médico italiano que imigrou para o Brasil antes da Primeira Guerra Mundial e cuidava do serviço de tuberculose da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e de mãe brasileira, neta de italianos e suíços, nascida em Rio Claro. Com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, a família retornou à Itália para seu pai trabalhar como médico no front. A família retornou ao Brasil em 1933.[6][7]

Em 1940, Giuseppe terminou o ginásio e optou por cursar química na universidade. Fez o pré-vestibular da Universidade de São Paulo com o professor Erasmo Garcia Mendes, de quem se tornou grande amigo. Giuseppe ingressou no curso de química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, onde pode estudar e conviver com professores alemães com Heinrich Rheinboldt e Heinrich Hauptmann.[6]

Carreira

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Formou-se em química em 1943 e fez o doutorado sob a supervisão de Rheinboldt com a tese Isosterismo, Isologia e Isomorfismo, tema sugerido pelo próprio Rheinboldt que versava sobre a possibilidade de substituição isomorfa entre dois compostos de constituição idêntica, que diferiam apenas pela substituição de um átomo de oxigênio por um átomo de Enxofre, e sobre as propriedades e o comportamento cristalográfico desses compostos.[8]

Em 1947, foi convidado por Piero Manginelli a trabalhar na Fundação Andréa e Virgínia Matarazzo, instalada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo voltada para o estudo do câncer, onde se interessou por carcinogênese química. Interessado também por bioquímica, saiu da fundação em 1951 a convite do professor Hauptmann para ser seu assistente na cátedra de química orgânica e biológica do Departamento de Química da USP.[6]

Tornou-se Livre Docente do Departamento de Química em 1955. Sua ida definitiva para a área da bioquímica se deu em 1956, depois de visitar o laboratório de Frank Westheimer, na Universidade de Harvard, como bolsista da Fundação Rockefeller. Trabalhou com a cinética da reação catalisada pela enzima álcool-desidrogenase e interessou-se pela química do enxofre e compostos sulfurados, onde desenvolveu suas principais pesquisas.[6]

Seu artigo The expansion of the sulfur outer shell (1960), publicado no Chemical Reviews, lhe rendeu o Prêmio Hans Feigl, destinado a pesquisas em ciências básicas. Neste mesmo ano, o professor Hauptmann faleceu e Giuseppe assumiu sua cátedra de química-orgânica e biológica no ano seguinte.[6][9]

A convite do professor Zeferino Vaz, coordenou a formação do Instituto de Química da Unicamp, onde ficou de 1966 a 1978. Foi duas vezes diretor do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da USP.[6][9]

Giuseppe morreu em 31 de outubro de 1994, na capital paulista, aos 71 anos.[9]

Homenagem

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O prêmio Giuseppe Cilento foi criado pela Inter-American Photochemical Society, a I-APS (1999) e é concedido anualmente a jovens pesquisadores da América Latina.[6]

A Avenida Giuseppe Cilento, em Ribeirão Preto, foi nomeada em sua homenagem.[10]

Prêmios

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  • 1984 - Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a área de Ciências Químicas.[11]

Referências

  1. a b «Agraciados pela Ordem Nacional do Mérito Científico». Canal Ciência. Consultado em 10 de dezembro de 2022 
  2. «Giuseppe Cilento: biografia». Consultado em 21 de setembro de 2006. Arquivado do original em 11 de março de 2007 
  3. «Nossos Cientistas». Arquivo Central do Sistema de Arquivos. Consultado em 15 de dezembro de 2022 
  4. «Unicamp - Sala de Imprensa». www.unicamp.br. Consultado em 25 de julho de 2017 
  5. Motoyama, Shozo (2004). Prelúdio para uma história: ciência e tecnologia no Brasil. [S.l.]: Edusp. ISBN 9788531407970 
  6. a b c d e f g «Biografia de Giuseppe Cilento». NetSaber. Consultado em 15 de dezembro de 2022 
  7. «Giuseppe Cilento - Entrevista» (PDF). Arquivo Central do Sistema de Arquivos - Unicamp. Consultado em 15 de dezembro de 2022 
  8. Medeiros, Andréia Medolago de (2017). As contribuições de Giuseppe Cilento para o desenvolvimento da fotobioquímica na ausência de luz (Tese de Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
  9. a b c Andreia Medolago de Medeiros (ed.). «Giuseppe Cilento e a criação de uma nova área de estudos: a fotobioquímica na ausência de luz». 15º Seminário Nacional de História da Ciência e Tecnologia. Consultado em 15 de dezembro de 2022 
  10. «Avenida Giuseppe Cilento». Consulta CEP. Consultado em 15 de dezembro de 2022 
  11. «Prêmio Almirante Álvaro Alberto». Prêmio Almirante Álvaro Alberto. Consultado em 25 de julho de 2017