Guilherme de Azevedo
Guilherme Avelino Chaves de Azevedo (Santarém, 30 de Novembro de 1839 - Paris, 6 de Abril de 1882) foi um jornalista e poeta português.
Guilherme de Azevedo | |
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Guilherme de Azevedo retratado por Rafael Bordalo Pinheiro
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Nome completo | Guilherme Avelino Chaves de Azevedo |
Nascimento | 30 de setembro de 1839 Lisboa, Portugal |
Morte | 06 de abril de 1882 (42 anos) Paris, França |
Nacionalidade | Portuguesa |
Ocupação | Jornalista e poeta |
Movimento literário | Geração de 70 |
Magnum opus | Apparições: versos |
Ligado à "Geração de 70", foi um dos representantes da poesia revolucionária introduzida no país por Antero de Quental ("Odes Modernas", 1865), tendo recebido influências ainda dos franceses Vitor Hugo e Charles Baudelaire.
Biografia
editarFilho de um escrivão das Finanças, desde a infância mostrou-se fisicamente débil, como resultado de uma queda que o fez coxo e lhe provocou uma lesão de que viria a morrer prematuramente aos quarenta e dois anos de idade. Viveu, por essa razão, obcecado por esconder os seus males físicos.
Em 1871 fundou em Santarém o periódico "O Alfageme", primeiro momento da sua carreira jornalística e onde defendeu, com escândalo no país à época, as ideias revolucionárias da Comuna de Paris.
Após o falecimento do pai, instalou-se em Lisboa, onde abraçou definitivamente o jornalismo, profissão na qual atingiu posição relevante. Trabalhou nos periódicos "Diário da Manhã", "O Pimpão" e na Lanterna Mágica[1] (1875). Colaborou no "Primeiro de Janeiro" com um folhetim semanal, bem como no jornal O Panorama[2] (1837-1868) e nas revistas A Mulher [3] (1879), República das Letras [4] (1875), Ribaltas e Gambiarras [5] (1881) e Jornal de Domingo[6] (1881-1883), e ainda na imprensa brasileira. Como poeta, foi um autor representativo, abordando temas modernos numa escrita de índole épico-social. Publicou os primeiros versos no "Almanaque de Lembranças" de 1864, sob o pseudónimo de "G. Chaves", vindo a colaborar posteriormente em vários periódicos, como o "Comércio de Lisboa", a "Revolução de Setembro" e a "Gazeta do Dia", onde, em parceria com Guerra Junqueiro, manteve as crónicas humorísticas da rubrica "Ziguezagues". Fundou o O António Maria.[7] em 1879 com Rafael Bordalo Pinheiro, e, ainda ao lado deste, dirigiu e colaborou no "Álbum das Glórias". No mesmo ano, novamente com Guerra Junqueiro, redigiu a sátira teatral "Viagem à roda da Parvónia", que seria pateada e proibida, mas que Ramalho Ortigão considerou uma "fiel pintura dos costumes constitucionais" do país à época.
Em 1880, em consequência da fama conquistada como cronista mundano e político, o periódico carioca "Gazeta de Notícias" nomeou-o seu correspondente em Paris, função que desempenhou nos dois últimos anos da sua vida.
As suas poesias, reunidas nas três colectâneas "Aparições" (1867), "Radiações da Noite" (1871) e "Alma Nova" (1874), encarnam o novo realismo satírico de inspiração baudelairiana no país.
Com o pseudónimo "João Rialto" deixou vários escritos com elevado humorismo.
Em 1949 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o poeta dando o seu nome a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.[8]
Obra
editar- Aparições, 1867 (poesias);
- Radiações da Noite, 1871 (poesias);
- Alma Nova, 1874 (poesias);
- Viagem à roda da Parvónia, 1879 (comédia).
Referências
- ↑ Álvaro de Matos (6 de Junho de 2014). «Ficha histórica: A Lanterna Mágica (1875).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 20 de Junho de 2014
- ↑ Rita Correia (23 de Novembro de 2012). «Ficha histórica: O Panorama, jornal literário e instrutivo da sociedade propagadora dos conhecimentos úteis.» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Maio de 2014
- ↑ Helena Roldão (6 de março de 2013). «Ficha histórica: A Mulher (1879).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Janeiro de 2015
- ↑ Helena Roldão (22 de janeiro de 2015). «Ficha histórica:A republica das letras : periodico mensal de litteratura (1875)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 7 de março de 2015
- ↑ Pedro Mesquita (26 de março de 2013). «Ficha histórica: Ribaltas e gambiarras (1881)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 19 de junho de 2015
- ↑ Jornal do domingo : revista universal (1881-1888) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
- ↑ Rita Correia (27 de Outubro de 2006). «Ficha histórica: O António Maria (1879-1885;1891-1898).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Maio de 2014
- ↑ https://www.facebook.com/423215431066137/photos/pb.423215431066137.-2207520000.1448280984./784818741572469/?type=3&theater
Ligações externas
editar- «Guilherme de Azevedo». In: Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. (Consultado em 14 de Agosto de 2010)
- Álbum das glórias , Lisboa, 1969, na Biblioteca Nacional de Portugal
- Album das Glorias , Lisboa, 1880-1902, na Biblioteca Nacional de Portugal