Jardim das Plantas de Paris

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O Jardim das Plantas (francês Jardin des Plantes) é um jardim botânico aberto ao público, situado no 5º Arrondissement de Paris, como parte integrante do Museu Nacional de História Natural. Está situado no V que se forma entre a Grande Mesquita, o Campus Universitário de Jussieu e o Rio Sena.

Jardim das Plantas de Paris
Jardim das Plantas de Paris
Perspectiva do "Jardim das plantas" de Paris
Localização 5º Arrondissement, Paris
País  França
Tipo Jardim botânico
Área 23,5 hectares
Inauguração 1640 (384 anos)
Administração Museu Nacional de História Natural (França)

Esta instituição, de 23,5 hectares, tem como patronos Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon e Jean-Baptiste Lamarck.

Atrativos do jardim editar

Paisagem editar

Uma grande vista panorâmica (500 m de largura por 3 ha) estende-se da Grande Galeria até a praça Valhubert, perto da margem do Sena. Seus canteiros à francesa são margeados por fileiras de plátanos, que florescem a partir do mês de abril. As coleções de flores são mudadas regularmente, totalizando aproximadamente mil variedades de plantas cultivadas.

A paisagem se divide em duas esplanadas: a esplanada Milne-Edwards, nome do diretor do museu de 1890 a 1900, na frente da Galeria, e a esplanada Lamarck, ao lado do Sena. A esplanada Milne-Edward apresenta uma "zooteca" que reúne centenas de milhares de animais dessecados, como insetos, serpentes, répteis e mamíferos. Em frente da Galeria, na cabeceira da esplanada, existe uma estátua em bronze de Buffon, obra de Jean Carlus (1908).

 
Jardin des plantes de Paris

O rosarium editar

 

O rosarium foi criado em 1990, e nele são expostos ao público diferentes subespécies de rosas, dispostas de modo ameno e facilmente identificáveis. Apresenta 170 variedades de rosas europeias, plantadas ao longo da "Alameda Haüy" ( René Just Haüy), pioneiro no estudo da mineralogia, que prolongou as galerias de botânica e geologia. Estas galerias estão adornadas com duas estátuas, O amor prisioneiro de Félix Sanzel e a Venus genitrix de Louis-Marie Dupaty.

As estufas editar

 
A estufa mexicana

As estufas são de armadura metálica, dispostas e alinhadas ao longo do jardim externo. Dentre elas, apenas duas são abertas ao público:

Parque zoológico editar

 
Orangotangos no Parque Zoológico

O complexo do jardim das plantas apresenta um dos parques zoológicos mais antigos do mundo. Foi criado em 1795 por iniciativa de Bernardin de Saint-Pierre, transferindo-se para lá os animais da "ménagerie" real de Versalles e das ménageries particulares. O espaço de 5,5 hectares de extensão era ocupado por serrarias de madeira. Inicialmente o zoológico criado era sumário, formados por cercas, fossos, jaulas e gaiolas rústicas. Posteriormente, no século XIX e início do século XX, muitas construções foram edificadas para expor os animais de maneira adequada, algumas até sofisticadas demais para a época.

Atualmente, possui cerca de 1 100 animais, entre mamíferos, répteis e pássaros. Na fase atual, uma das grandes preocupações dos curadores do parque é preservar os animais em via de extinção como, por exemplo, o "cavalo de Prjevalski", em coordenação com outras instituições pertencentes ao museu. O parque apresenta também um microzoo, onde animais minúsculos podem ser observados através de lupas, como um “vivarium” composto de pequenos répteis, anfíbios e insetos.

As espécies maiores como elefantes, girafas, leões, tigres, gorilas, ursos e outros, impossíveis de serem mantidos corretamente nas instalações do parque, por falta e espaço e sem a possibilidade de ampliação, foram transferidos progressivamente para outros parques nos anos de 1970 a 2000.

O jardim alpino editar

O jardim alpino foi criado em 1931 com a intenção de estudar as plantas arbustivas e herbáceas que se desenvolvem nas montanhas do mundo inteiro, como nos Alpes, no Himalaia, na Córsega, nos Andes e outras. O jardim aloja mais de 2 000 plantas em duas áreas conectadas por uma passagem subterrânea. No jardim tem uma árvore de pistachi macho, a partir das quais o botânico Sébastien Vaillant colocou em evidência a sexualidade dos vegetais no século XVIII.

A escola de botânica editar

Esta escola apresenta cerca de 4 500 variedades de plantas. Foi criada pelo botânico André Thouin no século XVIII, com o objetivo de apresentar a coleção ao público e aos botânicos de maneira compreensível. A coleção é formada de plantas susceptíveis de viver no meio rural europeu, e apresenta também algumas árvores históricas. Nesta escola, os jardineiros do museu administram semanalmente ao público vários cursos específicos.

História editar

 
Jardim do Rei. Gravura de 1636

O jardim, criado com o nome de Jardim do Rei, foi originalmente plantado por Guy de La Brosse, médico de Luís XIII, de 1626 a 1735, como um herbário de plantas medicinais. Foi aberto ao público em 1640.

Após um período de declínio, Jean-Baptiste Colbert assumiu o controle administrativo do jardim. Em 1693, assumiu o Dr. Guy Crescent Fagon que cercou-se de uma equipe brilhante de botânicos, incluindo Joseph Pitton de Tournefort, Antoine de Jussieu, Antoine Laurent de Jussieu e seu filho Adrien-Henri.

Em 1739, Conde de Buffon assumiu como curador, expandindo o jardim, adicionando o labirinto de sebes que ainda existe atualmente.

A Revolução francesa ocorreu um ano após a morte de Buffon, que foi o intendente do Jardim do Rei, provocando numerosas mudanças na organização do jardim. O jardim foi renomeado como Jardim das Plantas de Paris e o gabinete do rei (dependente do jardim) como Museu Nacional de História Natural. O texto de fundação do Museu foi redigido pelos próprios cientistas e promulgado pela Assembléia Constituinte de 1789, assumindo como primeiro diretor Louis Jean-Marie Daubenton, sendo considerado Buffon como o fundador do Museu. Em 1791, Bernardin de Saint-Pierre foi nomeado como intendente do jardim. Em 1792, o Ménagerie Real (parque zoológico real) foi movido para os jardins de Versailles.

Ligações externas editar