João Martins de Athayde

escritor, poeta, editor e cordelista brasileiro

João Martins de Athayde (Ingá, 24 de junho de 1880Limoeiro[nota 1], 7 de agosto de 1959)[2] escritor, poeta, cordelista e editor, foi um dos autores que mais contribuíram para a divulgação da literatura de cordel produzida no Brasil no século XX. Participou da primeira geração de proprietários de editoras especializadas em cordel no Brasil, juntamente com Francisco das Chagas Batista e Leandro Gomes de Barros.

João Martins de Athayde
Nascimento 24 de junho de 1880
Morte 7 de agosto de 1959
Cidadania Brasil
Ocupação escritor, poeta, cordelista, editor
Religião Catolicismo

Filho Belchior Martins da Lima e dona Antônia Lima de Athayde.[3]

João Martins de Athayde nasceu na Paraíba, mas foi muito jovem para o Recife, onde se iniciou no comércio de cordéis. Gostava muito de cinema e passou a usar fotografias de artistas de Hollywood como ilustração das capas dos folhetos. Também encomendava a jovens gravadores cartazes de filmes ilustrações para seus livros de versos. Possuía tipografia própria.[2]

Publicou seu primeiro folheto, intitulado Um preto e um branco procurando qualidades[4], na Tpografia Moderna.

Com a morte de Leandro Gomes de Barros, comprou à esposa do poeta os direitos autorais do antecessor, numa das primeiras transações do gênero no Brasil.[5] De posse legal sobre as obras, passou a usar o nome João Martins de Athayde como autor de centenas de folhetos que haviam sido escritos por Leandro Gomes de Barros.[4] Esta confusão somente foi desfeita na década de oitenta quando a Fundação Casa de Rui Barbosa publicou os originais escritos por Leandro e, assim, a autoria de muitos folhetos foi restituída.

No entanto, este fato não diminui a importância da obra de João Martins de Athayde, nem tampouco sua contribuição para a poesia popular no Brasil. Suas obras até hoje são reimpressas, quando seu estilo irônico e jornalístico se revela nos versos que faziam a crítica aos costumes modernos.

Em entrevista concedida ao Diario de Pernambuco, em 1944, disse, entre outras afirmações:

"Em algumas me aproveitei do que noticiava o jornal, noutras do que me contava a boca do povo. E em algumas não me baseei em fato nenhum. Imaginei o caso e fiz o meu floreio. Conheci pessoalmente Antonio Silvino. Era no tempo o bandoleiro mais temido. Várias vezes conversou comigo."
— João Martins de Athayde [1]

Após sofrer um AVC, vendeu sua tipografia para José Bernardo da Silva, repassando-lhe estoques e direitos de edição, afastando-se da vida de editor.[4][1]

Bibliografia

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  • MELO, Rosilene Alves de. Arcanos do Verso: Trajetórias da Literatura de Cordel. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.

Notas e referências

Notas

  1. O local de sua morte é controverso, havendo informações de ter sido no Recife, mas a informação mais precisa diz ter sido em Limoeiro.[1]

Referências

  1. a b c Gaspar, Lúcia (2008). «João Martins de Athayde». FUNDAJ - Pesquisa escolar. Consultado em 12 de fevereiro de 2023 
  2. a b Memória da Poesia Popular. «João Martins de Atahyde». Consultado em 12 de fevereiro de 2023 
  3. João Martins de Athayde. Biblioteca de cordel. João Martins de Athayde. Hedra, 2000. Universidad de Michigan, ISBN: 8587328212, 9788587328212 209 pp.
  4. a b c Casa Rui Barbosa. «João Martins de Ataíde». Consultado em 12 de fevereiro de 2023 
  5. Casarin, Rodrigo (novembro de 2015). «O príncipe dos poetas brasileiros». Aventuras na História (148): 48-51 

Ligações externas

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