João da Nova

Explorador galego, Navegador e Político
 Nota: Para a ilha homónima, veja Ilha de João da Nova.

João da Nova (Maceda, ca. 1460Cochim, 1509) foi um explorador galego, a serviço de Manuel I de Portugal. Deu o seu nome a uma pequena ilha no Canal de Moçambique, a ilha de João da Nova, hoje administrada pela França e dependente de Reunião. Foi alcaide de Lisboa, faleceu em 1509, em Cochim, valendo-lhe os méritos e a coragem, apesar da fogosidade excessiva, reconhecimento inquestionável.

João da Nova
João da Nova
Nascimento 1450
Maceda
Morte 10 de julho de 1509
Cochim
Cidadania Reino da Galiza, Reino de Portugal
Ocupação explorador, navegador, Alfonso de Alemcastre

João de Nóvoa provinha da casa da família Nóvoa de Maceda, família nobre que teve as suas origens na vila Ourense de Ribadavía. A data de nascimento, 1450, é uma estimativa, dependendo da idade de alguns historiadores. Por volta de 1480 fugiu para o vizinho reino de Portugal após a Grande revolta irmandinha.[1]

Terceira armada portuguesa à Índia

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Em 1501, o rei atribuiu-lhe o comando da terceira armada à Índia, composta por três naus e uma caravela. Financiada pelo banqueiro florentino Bartolomeu Marchionni – que vivia em Lisboa e já havia financiado a viagem de Pedro Álvares Cabral – a armada zarpou no dia 10 de março de 1501, um ano e um dia após a partida de Cabral, que nesse momento já havia iniciado a viagem de volta – mas isso D. Manuel ainda não sabia. João da Nova havia recebido instruções explícitas do Rei para fazer pouso no Brasil, seguindo o conselho de Gaspar de Lemos, cuja caravela havia retornado a Lisboa em junho de 1500, trazendo notícias do Brasil.[2]

Em abril de 1501, enquanto Cabral dobrava o Cabo da Boa Esperança, voltando do Oceano Índico, João da Nova avistava o cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco – provavelmente o quarto navegador europeu a chegar ao nordeste brasileiro em um período de pouco mais de um ano, depois de Vicente Pinzón, Diego de Lepe e Cabral. No entanto, nada se sabe sobre a sua permanência no Brasil, que deve ter sido muito breve – apenas o necessário para limpar os cascos e encontrar água fresca. Tanto que depois a escala brasileira não foi julgada "conveniente e necessária para a navegação da Índia".[2]

Um dos navios, de um mercador de Florença, seguia na sequência da sugestão feita pelo Rei a mercadores para comerciarem com aquelas terras. Esta frota, a caminho da Índia, descobriu, a 13 de Maio de 1501, na latitude de 8º S, uma ilha que denominou como Ilha da Conceição, atual Ilha de Ascensão.[3]

Na costa da Índia, este fidalgo arrasou a frota do samorim de Calecute, que pretendia barrar a sua passagem, nessa batalha foi utilizada pela primeira vez a formação naval em coluna de um modo sistemático e consciente, táctica que duraria até à Segunda Guerra Mundial e fundou uma nova feitoria portuguesa, em Cananor. Voltou ao Reino e, em 1505, empreendeu uma nova viagem à Índia, na companhia de Francisco de Almeida. Retornou no entanto a Portugal, uma vez que o Vice-Rei não lhe reconheceu o posto de Capitão-mor.

Outras viagens

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Em 1506 capitaneou a nau Flor de la mar, integrante da esquadra de Tristão da Cunha, que rumava a Socotorá. Nesta viagem, Afonso de Albuquerque, que comandava seis naus da esquadra, teve de prender João da Nova, porque pretendia rumar à Índia, contrariamente aos desejos de Albuquerque, que queria ir à Arábia para recolher mantimentos que lhe permitissem conquistar Ormuz. Foi no entanto perdoado, devido à valentia demonstrada no ataque a Mascate (Omã).

Em 1509 encontrava-se na primeira linha quando da Batalha de Diu.

Ver também

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Referências

  1. «Navegante galego ao servizo da Coroa portuguesa, descubridor da illa onde morreu Napoleón». Consello da Cultura Galega. Consultado em 4 de julho de 2021 
  2. a b BUENO, E. Náufragos, Traficantes e Degredados: as primeiras expedições ao Brasil. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2006, pg. 31-32.
  3. Duarte Leite. O mais antigo mapa do Brasil. In: Carlos Malheiros Dias (Coord.). História da Colonização Portuguesa do Brasil. p. 252-253 e il. à p. 249.