Kara Walker

Artista afro-americana
Kara Walker
Biografia
Nascimento
Cidadania
Local de trabalho
Alma mater
Escola de Design de Rhode Island
Atlanta College of Art (en)
Atividades
Outras informações
Empregador
Área de trabalho
Membro de
Movimento
Representada por
Lehmann Maupin Gallery (d)
Géneros artísticos
figurativismo
social-artistic project (d)
Website
Distinções
'Magnum opus'
They Waz Nice White Folks While They Lasted (d)

Kara Elizabeth Walker (26 de novembro de 1969) é uma pintora contemporânea americana, que atua produzindo instalação, gravura e colagem. Walker também é cineasta. Em sua prática, explora raça, gênero, sexualidade, violência e identidade. É mais conhecida por seus trabalhos de silhuetas de papel preto que muitas vezes ocupam salas inteiras de museus. Walker foi premiada a bolsa MacArthur em 1997, aos 28 anos, tornando-se um das pessoas mais jovens a receber o prêmio.[1]

É a professora em Artes Visuais na Rutgers University desde 2015.[2]

Walker é considerada um das artistas negras americanas mais proeminentes e aclamadas da atualidade em contexto internacional.[3][4][5][6]

Infância e educação editar

Walker nasceu em 1969 em Stockton, Califórnia.[7] Ela e filha do artista e educador Larry Walker, com Gwendolyn, uma assistente administrativa.[7][8][9][10][11]

A artista recebeu uma crítica positiva feita por jornalistas de arte do New York Times, em 2007, ampliando a visibilidade de sua carreria.[12]

Quando Walker completou 13 anos, seu pai aceitou um cargo na Georgia State University, para a onde se mundou com a família.[10][13]

A mudança foi um choque cultural para a jovem artista. Em nítido contraste com o ambiente multicultural da costa da Califórnia.[14]

Walker recebeu seu bacharel em Belas Artes em 1991 pela Atlanta College of Art, e mestrado em Belas Artes, em 1994, pela Rhode Island School of Design em 1994.[15]

Walker se lembra de refletir sobre a influência de seu pai em seu trabalho.[16]

Trabalho e carreira editar

Walker é mais conhecida por seus projetos panorâmicos de silhuetas de papel recortado, geralmente figuras negras contra uma parede branca, que abordam a história da escravidão americana e do racismo.[17]

 
New York Arts Practicum, A Subtlety

Também produziu trabalhos em guache, aquarela, animação em vídeo, bonecos de sombra, projeções de "lanternas mágicas", bem como instalações escultóricas de grande escala.[18]

Sua exploração do racismo na sociedade americana pode ser aplicada a outros países e culturas criando uma ligação entre às relações e marcadores de raça e gênero.[19]

Suas influências incluem Andy Warhol, cuja arte Walker diz que admirava quando criança,[11] Adrian Piper,[20][21] e Robert Colescott.[22]

As imagens da silhueta de Walker trabalham para unir referências do período Antebellum, ocorrido no sul dos Estados Unidos, levantando questões de identidade e gênero para mulheres afro-americanas em particular. Walker usa imagens de livros históricos para mostrar como as pessoas afro-americanas escravizadas foram retratadas durante o Antebellum. Walker usa essa tradição de retratos para criar personagens em um mundo de pesadelo, que revela a brutalidade do racismo e da desigualdade social.[11]

Em entrevista ao Museu de Arte Moderna de Nova York, Walker afirmou:

"Acho que houve uma leve rebelião, talvez um pouco de desejo renegado que me fez perceber em algum momento da minha adolescência que eu realmente gostava de fotos, que contava histórias de coisas – pinturas de gênero, pinturas históricas – o tipo de derivados que obtemos na sociedade contemporânea”.[9]

Outros projetos editar

Para a temporada 1998-1999 na Ópera Estatal de Viena, a artista projetou um quadro em grande escala (176 m2) como parte da série de exposições "Safety Curtain".[23] Em 2009, Walker realizou a curadoria do volume 11 da Merge Records ', intitulada Score!. Ainda, foi convidada pelo colega artista Mark Bradford em 2010 para desenvolver um conjunto de planos de aula gratuitos para professores de ensino fundamental ligados ao Museu J. Paul Getty. Neste projeto, Walker ofereceu uma aula em que os alunos e alunas da rede de ensino do estado da California colaboraram em uma história trocando mensagens de texto.[24]

Exposições editar

A primeira pesquisa de museu de Walker, foi organizada em 2007, para o Walker Art Center em Minneapolis[25] e que viajou para o Whitney Museum em Nova York, seguiu para o Hammer Museum[26] em Los Angeles e encerrou no ARC/Musee d' Art Moderne de la ville de Paris, em Paris.[13][27]

Reconhecimento editar

Em 1997, Walker, que tinha 28 anos na época, foi uma das pessoas mais jovens a receber uma bolsa da MacArthur.[10][28] Em 2007, Walker foi listada entre as 100 pessoas, artistas e animadores mais influentes do mundo pela revista Time, em uma citação escrita pela colega artista Barbara Kruger.[29] Em 2012, foi eleita para a Academia Americana de Artes e Letras. Foi eleita para a American Philosophical Society em 2018.[30]

Em 2019, Walker foi eleita para a Royal Academy of Arts em Londres, como Honorary Royal Academician (HonRA).[31]

Referências editar

  1. Green, Adrienne (3 de março de 2018). «How Kara Walker Recasts Racism's Bitter Legacy». The Atlantic (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  2. Intrabartola, Lisa (25 de setembro de 2015). «Esteemed Artist Kara Walker Named Tepper Chair». www.rutgers.edu (em inglês) 
  3. Mzezewa, Tariro (14 de setembro de 2017). «Opinion | Kara Walker Is Tired of Talking. But Her Canvases Scream.». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  4. Smee, Sebastian (9 de fevereiro de 2021). «Perspective | The bright light shining on America's best Black artists has a fascinating backstory». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  5. Sutton, Benjamin (30 de agosto de 2017). «Dear Kara Walker: If You're Tired of Standing Up, Please Sit Down». Hyperallergic (em inglês). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  6. Musser, Amber Jamilla (1 de setembro de 2016). «Queering Sugar: Kara Walker's Sugar Sphinx and the Intractability of Black Female Sexuality». Signs: Journal of Women in Culture and Society. 42 (1): 153–174. ISSN 0097-9740. doi:10.1086/686756 
  7. a b Shaw, Gwendolyn DuBois (2004). Speaking the Unspeakable: The Art of Kara Walker. [S.l.]: Duke University Press. ISBN 0-8223-3396-1 
  8. Belkove, Julie L. (março de 2007). «History Girl». www.wmagazine.com. Condé Nast. Consultado em 6 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 7 de fevereiro de 2016 
  9. a b «Kara Walker». Biography (em inglês). Consultado em 30 de março de 2017 
  10. a b c Als, Hilton (October 8, 2007), "The Shadow Act", The New Yorker.
  11. a b c «Looking at the History of the United States, Including the Shocking Parts». Consultado em 25 de março de 2012. Arquivado do original em 14 de setembro de 2011 
  12. Cotter, Holland (12 de outubro de 2007). «Black and White, but Never Simple». The New York Times 
  13. a b Gopnik, Blake (25 de abril de 2014). «Rarely One for Sugarcoating Kara Walker Creates a Confection at the Domino Refinery». The New York Times. Consultado em 6 de fevereiro de 2016 
  14. «Kara Walker American Artist». The Art Story Foundation. Consultado em 20 de abril de 2017 
  15. «The Art of Kara Walker». Walker Art Center. Consultado em 13 de março de 2012. Arquivado do original em 8 de março de 2012 
  16. Wilson, Flo, "On Walls and the Walkers," "The International Review of African American Art" 20.3: 17–19.
  17. Kara Walker Arquivado em 2014-05-25 no Wayback Machine Solomon R. Guggenheim Museum, New York.
  18. Finger, Brad (2011). 50 Contemporary Artists You Should Know. Germany: Prestel Verlag. ISBN 978-3-7913-4530-7 
  19. Behrndt, Helle (2008). Kara Walker. Minneapolis: Danish Arts Council. ISBN 978-87-7441-016-4 
  20. Cotter, Holland (12 de outubro de 2007). «Kara Walker - Kara Walker: My Complement, My Enemy, My Oppressor, My Love Whitney Museum of American Art - Art - Review». The New York Times. ISSN 0362-4331. Consultado em 4 de março de 2016 
  21. «MoMA | Projects | 1999 | Conversations | Kara Walker». www.moma.org. Consultado em 4 de março de 2016 
  22. Cotter, Holland. "Kara Walker." "The New York Times," n.d.
  23. "Safety Curtain 1998/1999", museum in progress, Vienna.
  24. Jori Finkel (June 17, 2010), Mark Bradford leads Kara Walker, Cathy Opie and more to create online teacher resource for Getty, "Los Angeles Times."
  25. «Kara Walker: My Complement, My Enemy, My Oppressor, My Love». walkerart.org (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2018 
  26. «Home - Hammer Museum». The Hammer Museum (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2018 
  27. agence, GAYA - La nouvelle. «City of Paris Museum of Modern Art |». www.mam.paris.fr (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2018 
  28. Solange James (24 de janeiro de 2008). «Art Critique: Kara Walker». Copious Magazine 
  29. Barbara Kruger (2007). "Kara Walker" Time. Retrieved July 26, 2007.
  30. "Election of New Members at the 2018 Spring Meeting", American Philosophical Society, April 28, 2018,
  31. «Kara Walker | Artist | Royal Academy of Arts». Royal Academy of Arts. Cópia arquivada em 19 de fevereiro de 2023