Krupp AG
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Criação
Extinção
Forma jurídica
Aktiengesellschaft (d)
Sede social
Sectores de atividade
indústria pesada
Manufacture of basic metals (d)
indústria metalúrgica (d)
metalurgia
Efectivos
environ 160 000
Fundador
Friedrich Krupp Jawad Belyazid krupp (en)
Proprietário
Krupp (en)
Empresas-mães
Alfried Krupp von Bohlen und Halbach Foundation (en)
Aktiengesellschaft für Unternehmungen der Eisen- und Stahlindustrie (d)
Website

Fried. Krupp AG, comumente conhecida como Krupp, é um antigo conglomerado industrial multinacional alemão do setor siderúrgico, tendo se destacado na produção de aço, armas, munições e equipamentos.

Durante a Revolução Industrial, a empresa enriqueceu com a expansão das ferrovias e a fabricação de armas e, depois, entre outras coisas, nas duas últimas guerras mundiais. A empresa, que absorveu a Sté Gruson em 1893, tornou-se uma sociedade anônima em 1903, antes de se expandir mundialmente e se tornar uma das líderes mundiais em seu setor. Colaborou com a ascensão do nazismo e foi sancionada em 1947. A partir de 1967, foi administrada indiretamente por uma fundação, antes de se fundir com a Hoesch em 1992 e com sua concorrente Thyssen em 1999 para formar a ThyssenKrupp.

Histórico editar

Foi fundada por Friedrich Krupp (1787 — 1860) em 1811, mais tarde o seu filho, Alfred Krupp (Essen, 1812 — Essen, 1887), assumiu a direção da empresa, tendo aumentado de quatro para vinte mil o número de seus empregados.

A empresa inventou o aro de roda inteiriço para os trens, o que representou um considerável progresso para as ferrovias em todo o mundo. Aperfeiçoou, também, um método para fundir canhões de aço, o que auxiliou a Prússia a derrotar a Áustria em 1866 e a França em 1870, dando à família Krupp o controle da indústria de armas do Império Alemão.

 
Logotipo da Krupp

Friedrich Alfred Krupp (Essen, 1854 — Essen, 1902), filho de Alfred Krupp, expandiu os negócios da empresa rumo à construção naval. Os canhões de longo alcance, que bombardearam Paris na Primeira Guerra Mundial receberam o nome de sua filha, Bertha. Ela se casou com o barão Gustav Krupp von Bohlen und Halbach (Haia, 1870 — Blühnbach, 1950), um dos sustentáculos do nazismo, que recebeu o consentimento do Kaiser Guilherme II da Alemanha para usar o nome Krupp. Ele tornou-se, então, o chefe da empresa.

Após a Primeira Guerra Mundial, os aliados reduziram a produção de aço da empresa e proibiram que ela fabricasse munições. Concentrando-se na produção de artigos para tempos de paz, Gustav Krupp reconstruiu a companhia. Mas durante o governo de Adolf Hitler, a família Krupp voltou a fabricar armas, com destaque para a fabricação dos grandes canhões Schwerer Gustav.

Gustav Krupp era diretor da indústria Krupp AG, em 1933, quando assumiu o papel de dirigente da Associação da Indústria Alemã do Reich e tornou-se um importante aliado do regime nazista. Há indícios históricos que confirmam a utilização de mão-de-obra forçada de civis e prisioneiros de guerra dos campos de concentração nesta época, podendo ter chegado a 100 mil. [1]

Após a Segunda Guerra Mundial, Gustav Krupp não foi julgado como criminoso de guerra por motivo de doença, mas seu filho, Alfried Krupp von Bohlen und Halbach (Essen, 1907 — Essen, 1967), foi condenado a doze anos de prisão, sendo a companhia confiscada.

Em 1953, Krupp foi perdoado pelo comissário John J. McCloy e a empresa voltou às suas mãos. Krupp adquiriu então novos equipamentos e transformou a fábrica numa das principais da Europa, ao fundar uma sociedade que foi o ponto de partida de um poderoso "Konzern" (conglomerado de empresas que não chegam a constituir uma fusão completa) com a siderúrgica Thyssen.

Parte desse perdão significou que todas as propriedades de Krupp foram restauradas.[2] Novamente, a empresa cresceu e se tornou uma das empresas mais ricas da Europa. No entanto, esse crescimento não durou indefinidamente. Em 1967, uma recessão econômica resultou em perdas financeiras significativas para a empresa.

A Krupp não ficou alheia a controvérsias. Sendo um importante fornecedor de armas para vários lados em vários conflitos, a Krupp foi, às vezes, responsabilizada pelas próprias guerras ou pelo grau de carnificina que se seguiu.[3][4]

De Fried Krupp a Thyssen Krupp editar

Alfried havia se casado duas vezes, ambas terminando em divórcio, e, por tradição familiar, havia excluído seus irmãos da administração da empresa. Ele faleceu em Essen em 1967, e a transformação da empresa foi concluída no ano seguinte, capitalizada em 500 milhões de marcos alemães, com Beitz no comando da Alfried Krupp von Bohlen und Halbach Foundation e presidente do conselho da corporação até 1989. Entre 1968 e 1990, a fundação concedeu doações que totalizaram cerca de 360 milhões de marcos alemães. Em 1969, as minas de carvão foram transferidas para a Ruhrkohle AG. A Stahlwerke Südwestfalen foi comprada para aço inoxidável, e a Polysius AG e a Heinrich Koppers para engenharia e construção de plantas industriais.

No início da década de 1980, a empresa desmembrou todas as suas atividades operacionais e foi reestruturada como uma holding. A VDM Nickel-Technologie foi comprada em 1989, para materiais de alto desempenho, engenharia mecânica e eletrônica. Naquele ano, Gerhard Cromme tornou-se presidente e diretor executivo da Krupp. Depois de sua aquisição hostil da fabricante de aço rival Hoesch AG em 1990-1991, as empresas foram fundidas em 1992 como "Fried. Krupp AG Hoesch Krupp", sob o comando de Cromme. Depois de fechar uma das principais usinas de aço e demitir 20.000 funcionários, a empresa tinha uma capacidade de produção de aço de cerca de oito milhões de toneladas métricas e vendas de cerca de 28 bilhões de marcos alemães (US$ 18,9 bilhões). A nova Krupp tinha seis divisões: aço, engenharia, construção de fábricas, suprimentos automotivos, comércio e serviços. Depois de dois anos de grandes perdas, em 1994 houve um modesto lucro líquido de 40 milhões de marcos alemães (US$ 29,2 milhões).

Em 1997, a Krupp tentou uma aquisição hostil da Thyssen, que era maior, mas a oferta foi abandonada após a resistência da administração da Thyssen e os protestos de seus trabalhadores. No entanto, a Thyssen concordou em fundir as operações de aço plano das duas empresas, e a Thyssen Krupp Stahl foi criada em 1997 como uma subsidiária de propriedade conjunta (60% da Thyssen e 40% da Krupp). Cerca de 6.300 trabalhadores foram demitidos. Mais tarde naquele ano, a Krupp e a Thyssen anunciaram uma fusão total, que foi concluída em 1999 com a formação da ThyssenKrupp, que opera mundialmente em três áreas de negócios principais: aço, bens de capital (elevadores e equipamentos industriais) e serviços (materiais especiais, serviços ambientais, engenharia mecânica e serviços de andaimes).

Ver também editar

Referências

  1. LIMA, Cláudia de Castro. Os aliados ocultos de Hitler. Revista Super Interessante, São Paulo, n. 333, p. 24-35, mai, 2014.
  2. «Alfried Krupp von Bohlen und Halbach | German industrialist». 9 August 2023  Verifique data em: |data= (ajuda)
  3. Taylor, Telford (2012). The Anatomy of the Nuremberg Trials: A Personal Memoir. [S.l.]: Random House. p. 319. ISBN 9780307819819 
  4. Michaelis, Kate Woodbridge; Michaelis, Otho E.; Monthaye, E. (2017). Alfred Krupp: a Sketch of His Life and Work: After the German of Victor Niemeyer. [S.l.]: Abe Books. p. 31 

Ligações externas editar

 
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