Lopo Fernandes Pacheco (c. 1340)

Lopo Fernandes Pacheco ou Lopo Fernamdez Pacheco, na grafia arcaica (1340 - ?), foi um cavaleiro medieval do Reino de Portugal. Foi Senhor da Torre e Paço da Giela, da vila de Monção e seu termo bem como de metade do concelho dos Arcos de Valdevez.

Lopo Fernandes Pacheco
Nascimento 1340
Morte Desconhecido
Cidadania Reino de Portugal
Progenitores
Irmão(ã)(s) João Fernandes Pacheco

Biografia editar

Filho bastardo legitimado de Diogo Lopes Pacheco, "O Grande", que o criou nos seus Paços de a par de S. Martinho, em Lisboa. Acompanhou sempre o seu pai na sua longa e agitada vida, o que lhe permitiu ter vivido em Castela, Aragão, França e a Corte Papal de Avinhão, contactando com várias gentes e diferentes culturas. Tomou parte nas Cortes de Coimbra, e desempenhou papel particularmente activo em toda a guerra com Castela, nomeadamente nas batalhas de Trancoso e de Aljubarrota, onde esteve com seu pai e irmãos, João Fernandes Pacheco e Fernão Lopes Pacheco. Particularmente relevante foi também a sua participação nas campanha de reconquista das povoações do Minho (Monção e Melgaço) e de Trás-os-Montes que ainda mantinham a voz por Castela.

Senhorios editar

Em recompensa dos seus serviços, tanto antes como depois da sua aclamação, concedeu-lhe D. João I o título de seu vassalo; a doação dos bens de Afonso Gomes da Silva a 10 de Setembro de 1384; a doação de várias terras, entre as quais Monção e seu termo, com todos os direitos e jurisdição a 29 de Agosto de 1385, após a vitória de Aljubarrota; metade das terras dos Arcos de Valdevez, a 10 de Dezembro de 1385, após o ataque a Chaves; e, posteriormente, a Casa e Torre da Giela, de juro e herdade, com todas as suas pertenças, por morte de Estêvão Anes Gondim, a 15 de Outubro de 1386.

Entre os Doze de Inglaterra editar

Juntamente com seu irmão João Fernandes Pacheco, é dado como um dos cavaleiros integrando o grupo dos chamados Doze de Inglaterra. Mesmo que esse episódio possa ser mais lendário do que histórico, o facto de o seu nome lá se encontrar incluído atesta bem do prestígio que teria adquirido como guerreiro.

Passagem a Castela editar

Todas estas propriedades teve de as vender coercivamente a D. João I, tendo elas sido novamente doadas a Gonçalo Lourenço, escrivão da Puridade de D. João I, a 5 de Abril de 1398 e, depois, a Fernão Anes de Lima, a 24 de Junho de 1437. Esta exigência de D. João I, considerada humilhante e mostra de ingratidão, levou-o a abandonar o Reino cerca de 1398, retirando-se para Cidade Rodrigo, na raia castelhana, onde o rei Henrique III lhe fez mercê de várias terras.

O mesmo aconteceu com seu irmão João, bem como com vários dos seus parentes e alguns outros representantes da velha nobreza portuguesa, por se considerarem ofendidos e humilhados pelas várias expropriações que o Rei a todos eles decidira fazer. Foi Lopo Fernandes Pacheco, em Castela, progenitor da Casa dos Senhores de Serralvo.

Relações familiares editar

Foi filho bastardo, legitimado por D. João I a 21 de Fevereiro de 1392, de Dom Diogo Lopes Pacheco (1304 - 1393) e de Margarida Pires, mulher solteira. Casou com Dona Francisca Vasques Coutinho, irmã de Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço, e filha de Dom Gonçalo Vasques Coutinho, 2º marechal de Portugal, senhor do couto de Leomil e de Leonor Gonçalves de Azevedo, filha de Gonçalo Vasques de Azevedo, 1º marechal de Portugal, de quem teve, entre outros:

  1. João Afonso Pacheco, de onde descendem os Pacheco Pereira, de Barrosas. Ancestral patrilinear de Duarte Pacheco Pereira.
  2. Branca Lopes Pacheco, que dá origem aos Borges Pacheco e Pacheco de Amorim, da Ribeira Lima.

Ver também editar

Bibliografia editar

  • Manuel José da Costa Felgueiras Gaio, Nobiliário das Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, Vol. VI-pg. 702 (Menezes) e Vol. VIII-pg. 12 (Pachecos).
  • Abílio Pacheco de Carvalho, Pachecos - Subsídios para a sua Genealogia, Lisboa, 1985
  • Torre do Tombo - Chancelaria de D. João I, L2, pag 73 vº