Malcom Djama Ferdinand ou simplesmente Malcom Ferdinand (1985)[1] é um engenheiro ambiental francês, doutor em ciência política pela Universidade Paris VII e pesquisador do Centre national de la recherche scientifique que estuda a interação entre o colonialismo e as problemáticas ambientais a partir da realidade do Caribe.[2][3][4]

Malcom Ferdinand
Malcom Djama Ferdinand
Malcom Ferdinand
Nascimento 1985 (39 anos)
França
Nacionalidade francesa
Alma mater University College London, Universidade Paris VII
Prêmios Prix du Livre d’Écologie Politique de la Fondation de L'Écologie Politique (2019)
Orientador(es)(as) Étienne Tassin
Campo(s) Ecologia política
Tese 2016: Penser l’écologie depuis le monde caribéen : enjeux politiques et philosophiques de conflits écologiques (Martinique, Guadeloupe, Haïti et Porto Rico)

Biografia

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Nascido em 1985 na França continental[1], Malcom Ferdinand viveu sua infância e adolescência em Martinique até seus dezoito anos. Durante seus estudos em engenharia civil na University College London, ele se especializou em engenharia ambiental em meio à um intercâmbio de um ano na Austrália.

Após seis meses de missão humanitária em Darfur (Sudão), ele chegou à conclusão que seus conhecimentos técnicos não eram suficientes para lidar com os problemas ecológicos. Ele decide então começar um mestrado em filosofia e ciência política na Universidade Paris VII, onde ele defende sua monografia Penser l’écologie depuis le monde caribéen (Pensar a ecologia a partir do mundo caribenho).[5]

Publicação

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Ele publicou seu primeiro livro Une écologie décoloniale (Uma ecologia decolonial) pela éditions du Seuil em 2019.[6][7] No livro ele explica as relações entre a ecologia e o colonialismo retraçando a luta anticolonialistas e as lutas dos Marons sob o ângulo da ecologia. Ele aborda a noção de antropoceno sob o angulo da história do colonialismo. O livro foi premiado pela Fondation de l'écologie politique.[8][9][10]

O pensamento de Ferdinand exposto na tese que deu origem ao livro "Ecologia Decolonial" é bastante influenciado por Aimé Césaire, Hannah Arendt, Jacques Rancière, Bruno Latour, Ulrich Beck, Michel Serres, Édouard Glissant.[11]

Em 2022, a sua obra foi traduzida para o português do Brasil como "Ecologia Decolonial: Pensar a partir do mundo caribenho" e publicada pela Ubu Editora.[12]

Referências

  1. a b «Ferdinand, Malcom (1985-....)». IDREF (em francês). Consultado em 4 de março de 2023 
  2. «Malcom Ferdinand: biographie, actualités et émissions France Culture». France Culture (em francês) 
  3. «Ferdinand Malcom Institut de Recherche Interdisciplinaire en Sciences Sociales (IRISSO)». irisso.dauphine.fr (em francês) 
  4. «A Future Named "Ayiti": Thinking Decolonial Ecologies from the Caribbean World». The funambulist (em inglês) 
  5. Pierre "Petul", Madelin (7 de maio de 2019). «Malcom Ferdinand: "Nous avons besoin d'une écologie décoloniale"». Le Comptoir (em francês) .
  6. «Une écologie décoloniale, Malcom Ferdinand, Sciences humaines». seuil.com (em francês) 
  7. «Malcom Ferdinand: "Il faut penser l'écologie en prenant en compte l'histoire coloniale et esclavagiste"». Les Inrockuptibles (em francês). 10 de janeiro de 2020 
  8. Thibaut, Sardier (6 de dezembro de 2019). «Malcom Ferdinand: "Face à la tempête écologique, nous sommes tous dans le même bateau, mais pas dans les mêmes conditions"». Libération.fr (em francês) 
  9. «Malcolm Ferdinand reçoit le Prix du livre de l'écologie politique». actualitte.com (em francês). 2 de abril de 2020 
  10. Fondation de l'écologie, politique (19 de novembro de 2019). «Une écologie décoloniale de Malcom Ferdinand Predefinição:6e Prix du livre de la FEP» 🔗. fondationecolo.org (em francês) 
  11. Ferdinand, Malcom (2016). «Penser, l'écologie depuis le monde caribéen : Enjeux politiques et philosophiques de conflits écologiques (Martinique, Guadeloupe, Haïti, Porto Rico)». theses.fr (em francês). Consultado em 4 de março de 2023 
  12. «'Uma ecologia decolonial': elos entre raça e meio ambiente». Nexo Jornal. Consultado em 4 de março de 2023