Maria Amélia de Queirós

Maria Amélia de Queirós (século XIX, Recife-?,?) foi uma professora e abolicionista brasileira. [1][2] Foi uma das fundadoras da Ave Libertas, associação composta só de mulheres, que lutava contra a escravidão e combatia inclusive castigos. Costumavam arrecadar fundos para comprar alforrias de escravos.

Maria Amélia de Queirós
Cidadania Brasil

Biografia editar

Maria Amélia de Queirós nasceu no século 19 em Pernambuco, numa época em que a sociedade era puramente patriarcal e a mulher praticamente não tinha voz. Não se sabe a data em que Maria Amélia de Queirós faleceu, mas ela deixou um grande legado para as mulheres do Brasil.

Entre suas práticas abolicionistas pode-se citar reuniões e colaborações com grupos e jornais que pregavam a libertação dos escravos. Entre esses grupos pode-se citar o Clube do Cupim, uma sociedade secreta fundada na década de 1880, no Recife, e liderada por José Mariano, que alforriava, defendia e protegia os escravos e que se reunia clandestinamente no Distrito dos Aflitos, no Recife, e a sede era chamada Panela do Cupim. Já entre os jornais, a professora colaborava com o jornal A Família, editado e publicado por Josefina Álvares de Azevedo, em São Paulo, escrevendo colunas que pregavam além do fim da escravidão, o acesso à educação completa e ao voto às mulheres e o divórcio.

Maria Amélia de Queirós ainda proferia palestras públicas, em defesa da libertação dos escravos e do divórcio, e se posicionava contra a chefia masculina sobre a família.

Ave Libertas editar

 Ver artigo principal: Ave Libertas
 
Capa do jornal Vinte e Cinco de Março publicado em 11 de março de 1885

A abolicionista foi uma das fundadoras da Ave Libertas, associação composta só de mulheres, que lutava contra a escravidão e combatia inclusive castigos. Costumavam arrecadar fundos para comprar alforrias de escravos. As reuniões do grupo aconteciam no Poço da Panela, onde, no século XVII, funcionava o Engenho da Casa Forte, de Anna Gonçalves Paes de Azevedo. No ano 1885, a associação Ave Libertas lançou um jornal homônimo que estampou, na primeira capa, o retrato de Leonor Porto. E, em 1886, no aniversário de um ano da abolição da escravatura no Ceará, as mulheres lançaram um outro periódico - o Vinte e Cinco de Março - que conclamava as famílias para aderirem à luta em favor da abolição e apresentava textos e poesias escritos por mulheres e homens. Após a Abolição da Escravatura em 1888, ela e suas companheiras alfabetizaram vários escravos em Pernambuco e lhes ensinaram vários trabalhos manuais e técnicas que os ajudariam a encontrar trabalho e se manterem quando o escravagismo foi proibido.

Referências

  1. Pernambuco, Diario de (8 de março de 2015). «Grandes mulheres que marcaram a história de Pernambuco e do Brasil». Diario de Pernambuco 
  2. «Maria Amélia de Queirós (séc. XIX) – Mulher 500 Anos Atrás dos Panos». invate.com.br. Consultado em 6 de março de 2018