Mary McLeod Bethune

Mary Jane McLeod Bethune, nascida Mary Jane McLeod (Mayesville, 10 de julho de 1875Daytona Beach, 18 de maio de 1955) foi uma educadora, filantropa e ativista dos direitos civis norte-americana, especialmente conhecida por abrir uma escola particular para afro-americanos em Daytona Beach, Flórida. Ficou conhecida como "A Primeira-Dama da Luta" por causa do seu compromisso para obter uma vida melhor para os afro-americanos. Mary Jane arrecadou dinheiro e apoios de outros filantropos e conseguiu transformar a escola em uma faculdade, que viria se tornar a Universidade Bethune-Cookman. Foi apontada como conselheira do presidente Franklin D. Roosevelt, como parte do que ficou conhecido como o "gabinete negro".[1]

Mary McLeod Bethune
Mary McLeod Bethune
Mary Jane McLeod Bethune, fotografada por Carl Van Vechten, 6 de abril de 1949
Nascimento 10 de julho de 1875
Mayesville, Carolina do Sul, Estados Unidos
Morte 18 de maio de 1955 (79 anos)
Daytona Beach, Flórida, Estados Unidos
Nacionalidade norte-americana
Ocupação Educadora, escritora e ativista de direitos civis

Em 1930, a jornalista Ida Tarbell incluiu Bethune como a número 10 na lista das maiores mulheres norte-americanas.[2] Bethune foi premiada com a Medalha Spingarn em 1935 pela NAACP.[3]

Em 1973, Bethune foi incluída no National Women's Hall of Fame.[4]

Biografia editar

Primeiros anos editar

Mary Jane nasceu em Mayesville, na Carolina do Sul, em 1875, em uma fazenda de arroz e algodão, no condado de Sumter. Era a 15ª filha dos 17 filhos do casal Sam e Patsy (McIntosh) McLeod, os dois nascidos na escravidão[5][6]. A maioria de seus irmãos nasceram também na escravidão. Seus pais queriam ser independentes por isso se sacrificaram para comprar uma fazenda para a família. Quando criança, Mary Jane acompanhava a mãe que entregava roupa lavada para os clientes e ao poder entrar nos quartos das crianças, ficava encantada com os brinquedos que elas tinham. Um dia, ela abriu um livro e uma criança branca tomou o livro de sua mão, dizendo que ela não sabia ler. Mary Jane então percebeu que a única diferença entre negros e brancos, é que os brancos sabiam como ler e escrever[7].

 
Casebre em Mayesville, onde Mary Jane nasceu

Mary Jane estudou na escola de apenas uma sala em Mayesville que aceitava negros, a Trinity Mission School, dirigida por uma comissão presbiteriana. Foi a única criança da família a frequentar a escola, então um dia ela passou a ensinar aos irmãos e aos pais o que aprendia na escola. Para assistir às aulas, Mary Jane precisava andar 8 quilômetros todos os dias e sua professora, Emma Jane Wilson, acabou tornando-se uma mentora Mary. Emma ajudou Mary a conseguir uma bolsa de estudos na mesma escola em que estudou. No ano seguinte, foi para o Instituto Dwight L. Moody para missionários, na esperança de ir para a África. Lá eles lhe disseram que missionários negros não eram necessários, então ela decidiu se tornar professora, em especial para alunos negros[6][7].

Casamento e família editar

Mary casou-se em 1898 com Albertus Bethune e o casal viveu no ano seguinte em Savannah, Geórgia, onde ela fez trabalho social. Tiveram um filho juntos. Em seguida, um pastor presbiteriano pediu que o casal se mudasse para Palatka, Flórida, para dirigirem uma escola missionária. O casal se mudou novamente em 1899, onde Mary dirigia a escola e ainda pode ensinar a presidiários. Albertus a abandonou em 1907, mas o casal nunca se divorciou, mudando-se para a Carolina do Sul. Ele faleceu em 1918 devido à tuberculose[8].

Morte editar

Mary Jane faleceu devido a um infarto em 18 de maio de 1955.[9] Sua morte foi seguida por diversos tributos e editoriais em jornais por todo o país. Alguns deles diziam que sua história de vida devia ser ensinada nas escola para todas as crianças que ainda viriam.[10]

Referências

  1. Terra (ed.). «Mary McLeod Bethune, a conselheira presidencial filha de escravos». Terra. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  2. Bethune, Mary McLeod. 1999. Mary McLeod Bethune: Building a Better World, Essays and Selected Documents, ed. Audrey Thomas McCluskey and Elaine M. Smith. Indiana University Press. ISBN 0-253-33626-0
  3. Springarn Medal Winners Arquivado em 2010-03-04 no Wayback Machine, The National Association for the Advancement of Colored People.
  4. Great Women (ed.). «Mary McLeod Bethune». Great Women. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  5. Sheila Y. Flemming (ed.). «Excerpts from: Bethune-Cookman College 1904-1994: The Answered Prayer To A Dream». Bethune-Cookman. Consultado em 5 de outubro de 2017  line feed character character in |título= at position 16 (ajuda)
  6. a b Debra Michals (ed.). «Mary McLeod Bethune 1875-1955». National Women's History Museum. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  7. a b McCluskey, Audrey Thomas (2003). Mary McLeod Bethune: Building a Better World, Essays and Selected. Indiana: Indiana University Press. p. 336. ISBN 978-0253215031 
  8. Elaine Smith (ed.). «Mary McLeod Bethune Papers: The Bethune Cookman College Collection, 1922–1955» (PDF). University Publications of America. Consultado em 5 de outubro de 2017 
  9. Ron Brackett (ed.). «5 things to know about Mary McLeod Bethune, who's getting a statue in the U.S. Capitol». Tampa Bay. Consultado em 24 de outubro de 2019 
  10. «Mary McLeod Bethune (1875-1955)». George Washington University. Consultado em 24 de outubro de 2019