Mutaween

agência religiosa islâmica de aplicação da lei

Mutaween ( árabe : المطوعين, مطوعية, muṭawwi)[1] é a polícia religiosa autorizada e reconhecida pelo Governo da Arábia Saudita. Também são organizações de policia religiosas em outros Países islâmicos, como no Irã, Sudão, na atual Faixa de Gaza, e no extinto Emirado Islâmico do Afeganistão, com reconhecimento formal para aplicar a lei da Charia.

Etimologia editar

"Mutaween" (plural; mutawa) originalmente era sinônimo casual para a polícia religiosa da Arábia Saudita. Na Arábia Saudita, o termo formal para a polícia religiosa saudita é هيئة "hay'ah", que em árabe significa "comissão", sendo esta uma versão abreviada de "Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício", que serve como infra-estrutura de proselitismo e aplicação de princípios islâmicos.

A palavra mutaween ( com grafias variantes do inglês: mutawwain, muttawa, mutawa'ah, mutawi) significando literalmente, "voluntários" no idioma árabe[1] é comumente usada pela polícia religiosa da Arábia Saudita. O conceito pode ter sido originado a partir do Wahhabismo na Arábia Saudita.[2]

Outros usos editar

No mundo árabe muçulmano o significado mais tradicional de mutaween é " homem piedoso" e geralmente se refere a qualquer homem muçulmano que se "voluntária" em adotar todas as ortodoxias do Islã, inclusive as não-obrigatórias, (referindo-se às práticas não vinculativas do Profeta Muhammad ) tais como as orações (salá ) ou dar mais caridade (sadaqah) além do obrigatória (zakat) ).

Mutaween na Arábia Saudita editar

Os Mutawa na Arábia Saudita são encarregados de fazer cumprir a Sharia como definido pelo governo, especificamente pelo Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício (CPVPV). Os Mutawa do CPVPV consistem em "mais de 3.500 funcionários, além de milhares de voluntários ... muitas vezes acompanhado por uma escolta policial." Eles têm o poder de prender homens e mulheres, não da mesma família, pegos em socialização, qualquer pessoa envolvida em comportamento homossexual ou prostituição, para impor códigos de vestimento islâmicos, e fechamentos de lojas durante o tempo de oração.

Eles impõem leis dietéticas muçulmanas, como proibir o consumo e venda de bebidas alcoólicas e de carne de porco, e apreender produtos proibidos de consumo e mídia considerados anti-islamicos (como CDs / DVDs de vários grupos musicais ocidentais, programas de televisão e filmes que tem material contrário a Xaria ou ao próprio Islã). Além disso, eles ativamente impedem a prática ou proselitismo de outras religiões na Arábia Saudita, por serem proibidas.[3][4]

Entre as coisas que os "Mutawa" tem sido criticados é o uso de chicotadas para punir os infratores,[5][6] a proibição de troca de presentes no Dia dos Namorados,[7][8] e de prenderem padres por celebrarem a missa.[9]

Talvez o incidente mais grave e amplamente criticado atribuído a eles ocorreu em 11 de marco de 2002, quando impediram a saida das estudantes de uma escola em chamas em Meca, porque as meninas não estavam usando véus e abayas (túnicas pretas), e por não estarem acompanhadas por um guardião do sexo masculino. Quinze meninas morreram e 50 ficaram feridas como resultado. [10]

Em junho de 2007, depois de vir sob forte pressão para a morte de duas pessoas sob sua custódia, em menos de duas semanas o CPVPV anunciou "a criação de um departamento de regras e regulamentos" para regular as atividades dos membros em conformidade com a lei.[11]

Veja também editar

Referências

  1. a b Wehr, Hans (1994). Dictionary of Modern Written Arabic 4th edition ed. [S.l.]: J. M. Cowan. p. 670. ISBN 0-87950-003-4 
  2. Rashid, Ahmed (2001). Taliban: Militant Islam, Oil and Fundamentalism in Central Asia 1 Pan ed. Londres: Pan Books. p. 105. ISBN 0-330-49221-7 
  3. «"SAUDI ARABIA Catholic priest arrested and expelled from Riyadh"» (em inglês). Asia News. Arquivado do original em 23 de março de 2015 
  4. «"Saudi minister rebukes religious police"» (em inglês). BBC News 
  5. «"The Saudi Media Debates Flogging by the Saudi Religious Police"» (em inglês). Memri.org 
  6. «Saudi Arabia: Gross human rights abuses against women | Amnesty International». Consultado em 29 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 11 de julho de 2003 
  7. Valentine's Day in Saudi Arabia by Stephen Schwartz & Irfan al-Alawir 03/05/2007, Volume 012, Issue 24
  8. "200 Arrested in Mina for Celebrating Valentine's Day", Arab News, 18 fevereiro 2004
  9. «"Catholic priest arrested and expelled from Riyadh"» (em inglês). Asia News. 10 abril 2006. Consultado em 30 janeiro 2013 
  10. «"Saudi police 'stopped' fire rescue"» (em inglês). BBC News. 15 março 2002. Consultado em 30 janeiro 2013 
  11. «"Morality Police under Pressure"». Arab Reform Bulletin (em inglês). Carnegie Endowment for International Peace. 19 de junho de 2007. Consultado em 30 janeiro 2013 

Ligações externas editar

 
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