Nicéforo Briênio (césar)

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Nicéforo Briênio (português brasileiro) ou Nicéforo Briénio (português europeu) (em latim: Nicephorus Bryennius; em grego: Νικηφόρος Βρυέννιος; romaniz.:Nikēphoros Bryennios; 1062 - 1137), dito "o Jovem" para diferenciá-lo de seu pai (ou avô), foi um general, estadista e historiador bizantino nascido em Orestias (Orestíada - Adrianópolis), no Tema da Macedônia, na Trácia[1].

Vida editar

Seu pai (ou avô), também chamado Nicéforo Briênio, o governador do Tema de Dirráquio, tinha se revoltado contra o fraco imperador bizantino Miguel VI, o Estratiótico, mas fora derrotado pelo futuro imperador Aleixo I Comneno e cegado. O filho, que era conhecido por sua erudição e beleza, caiu nas graças de Aleixo I e recebeu a mão de sua filha Ana Comnena, além dos títulos de césar e panipersebasto (um novo título dignatário introduzido por Aleixo I).

Briênio conseguiu defender com sucesso as muralhas de Constantinopla contra os ataques de Godofredo de Bulhão durante a Primeira Cruzada (1097), conduziu as negociações de paz entre Aleixo e o príncipe Boemundo I, do Principado de Antioquia, no Tratado de Devol (1108) e teve um importante papel na derrota de Maleque Xá, líder dos turcos seljúcidas do Sultanato de Rum (1116).

Após a morte de Aleixo, ele se recusou a entrar na conspiração de que a sua sogra Irene Ducena e sua esposa Ana estava articulando para depor João II Comneno, o filho de Aleixo, e colocá-lo no trono. Sua esposa atribuiu esta recusa a covardia, mas, por passagens em sua própria obra, é possível que ele considerasse um crime se revoltar contra o herdeiro legítimo do trono. A única reprovação que se pode fazer contra ele neste caso é que ele não encerrou ali, na raiz, a conspiração. Ele era um bom amigo do novo imperador João II e o acompanhou em sua campanha na Síria (1137), mas foi forçado, por conta de uma doença, a retornar para Constantinopla, onde morreu no mesmo ano.

Família editar

Com sua esposa, Ana Comnena, o césar Nicéforo Briênio teve diversos filhos, incluindo:

  1. Aleixo Comneno, mega-duque, ca. 1102–ca. 1161/1167
  2. João Ducas, ca. 1103–após 1173
  3. Irene Ducena, ca. 1105–?
  4. Maria Briênia Comnena, ca. 1107–?

Obras editar

Por sugestão de sua sogra, ele escreveu uma história (em grego: Ὕλη Ἱστορίας or Ὕλη Ἱστοριῶν; "Matéria para uma História") do período entre 1057 e 1081, da vitória de Isaac I Comneno sobre Miguel VI, o Estratiótico  até a deposição de Nicéforo III Botaniates por Aleixo I Comneno. A obra já foi descrita como uma crônica familiar ao invés de uma história, objeto da qual era a glorificação da dinastia Comneno. Parte da introdução é provavelmente uma adição posterior.

Além de informações derivadas de contemporâneos mais antigos (como seu pai e sogro), Briênio se utilizou das obras de Miguel Pselo, João Escilitzes e Miguel Ataliata. Como seria de se esperar, seu ponto de vista é visado por considerações pessoal e sua própria intimidade com a família real, o que, por outro lado, lhe dava acesso a material dificilmente obtido de outra forma. Seu modelo era Xenofonte, a quem ele imitou com uma tolerável margem de sucesso. Ele se absteve de utilizar de forma excessiva comparações e metáforas, e manteve um estilo simples e conciso.

Edições editar

Referências

  1. Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology By William George Smith Google Book

Bibliografia editar

  • The Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991. (em inglês)

Ligações externas editar