Imigração japonesa no Peru

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A imigração japonesa no Peru começou em 13 de Abril de 1899 com um grupo de 790 imigrantes, o primeiro de uma grande onda migratória. O Peru foi o primeiro país latino-americano a aceitar imigrantes vindos do Japão, cerca de nove anos antes do Brasil.[1]

Nipo-peruanos
日系ペルー人
Japão Peru
Alberto Fujimori, nipo-peruano que chegou à presidência do país.
População total

100 mil[1]

Regiões com população significativa
Lima, La Libertad, Lambayeque
Línguas
Espanhol e Japonês
Religiões
Budismo, Catolicismo, Protestantismo, Xintoísmo
Grupos étnicos relacionados
nipo-brasileiros

A população nipo-peruana, estimada em 90 mil pessoas em 2008,[2] compreende a segunda maior colônia japonesa na América Latina, atrás apenas do Brasil com 1,5 milhôes. Este grupo étnico, juntamente com outros do leste asiático, compreende aproximadamente 3% da população total do Peru [3]. Embora seu peso sócio econômico seja bem maior que a baixa percentagem que têm no conjunto da população nacional peruana, assim como acontece no Brasil [carece de fontes?].

História editar

O Peru foi o primeiro país latino-americano a estabelecer relações diplomaticas com o Japão,[2] começando em Junho de 1873.[1]

Os imigrantes japoneses vieram principalmente de Okinawa, mas também de Gifu, Hiroshima, Kanagawa e Osaka. Muitos chegaram como fazendeiros ou para trabalhar no campo, mas após o cumprimento de seus respectivos contratos se mudavam para os centros urbanos.[4] No período anterior à Segunda Guerra Mundial, a comunidade japonesa no Peru era comandada sobretudo pelos imigrantes Issei nascidos no Japão. Os da segunda geração, Nissei, eram quase inevitavelmente excluídos das tomadas de decisão na comunidade.[5]

Segunda Guerra Mundial editar

Após o inicio da Segunda Guerra Mundial, o Departamento de Estado Americano chegou a um acordo com o governo do Peru e nipo-peruanos foram reunidos e transportados para um campo de concentração americano controlado pelo Departamento de Justiça dos EUA.[6]

Os peruanos foram inicialmente colocados entre os nipo-americanos que haviam sido expulsos da costa oeste americana, entretanto, mais tarde foram internados nas instalações do Serviço de Imigração e Naturalização (INS) em Crystal City e Kenedy, Texas, e em Santa Fe, Novo México.[7] Os nipo-peruanos foram mantidos nestes "campos de concentração para estrangeiros" por mais de dois anos até serem transferidos através de uma oferta de "liberdade condicional" para uma comunidade agrícola em Seabrook, Nova Jersey.[8]

Os nipo-peruanos nisseis internados nos Estados Unidos se tornaram ainda mais distantes dos Issei, isso em parte por causa da distância entre os campos de concentração e em parte porque os nisseis internados não sabiam quase nada sobre a pátria e a língua de seus pais.[9]

No processo de deportação para os Estados Unidos, os nipo-peruanos tiveram seus bens e outras posses expropriados no Peru.[10] No final da guerra, apenas 79 cidadãos nipo-peruanos voltaram ao Peru, e 400 permaneceram nos Estados Unidos como "apátridas" refugiados.[11] Os nissei peruanos internados que se tornaram cidadãos americanos naturalizados consideravam seus filhos como sansei, ou seja, três gerações de distância dos avós que haviam deixado o Japão para viver no Peru.[12]

Dekasseguis editar

 Ver artigo principal: Dekassegui

Segundo dados de 2008, mais de sessenta mil nipo-peruanos vivem e trabalham no Japão.[1] Devido a instabilidade econômica da década de 1980, muitos nipo-peruanos emigraram para o Japão e os Estados Unidos, embora alguns já tenham regressado.

Nipo-peruanos notáveis editar

Algunos peruanos-japoneses destacados son:

Referências

  1. a b c d Ministério das Relações Exteriores do Japão: «Relações Japão-Peru» (em inglês) 
  2. a b Palm, Hugo. "Desafíos que nos acercan," Arquivado em 15 de abril de 2009, no Wayback Machine. El Comercio (Lima, Peru).12 de março de 2008.
  3. Lama, Abraham. "Home is Were the Heartbreak Is," Asia Times.16 de outubro de 1999.
  4. Irie, Toraji. "History of the Japanese Migration to Peru," Hispanic American Historical Review. 31:3, 437-452 (August-November 1951); 31:4, 648-664 (no. 4).
  5. Higashide, Seiichi. (2000). Adios to Tears, p. 218.
  6. Robinson, Greg. (2001). By Order of the President:FDR and the Internment of Japanese Americans, p. 264.
  7. Higashide, pp. 157-158.
  8. Higashide, p. 161.
  9. Higashide, p. 219.
  10. Barnhart, Edward N. "Japanese Internees from Peru," Pacific Historical Review. 31:2, 169-178 (May 1962).
  11. Riley, Karen Lea. (2002). Schools Behind Barbed Wire: The Untold Story of Wartime Internment and the Children of Arrested Enemy Aliens, p. 10.
  12. Higashide, p. 222.

Ligações externas editar

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