Partido Reformista Estónio
O Partido Reformista Estónio (português europeu) ou Partido Reformista Estônio (português brasileiro) (em estoniano: Eesti Reformierakond, ER) é um partido político liberal[5][6][7][8] da Estónia. Coloquialmente, é conhecido como "Partido do Esquilo" (em estoniano: Oravapartei).[9][10]
Partido Reformista Estónio Eesti Reformierakond
| |
---|---|
Líder | Kaja Kallas |
Secretário-geral | Erkki Keldo |
Fundador | Siim Kallas |
Fundação | 18 de novembro de 1994 (28 anos) |
Sede | Tallinn, ![]() |
Ideologia | Liberalismo Liberalismo clássico Conservadorismo liberal |
Espetro político | Centro-direita[1][2][3] |
Publicação | Paremad Uudised Reformikiri |
Ala de juventude | Juventude do Partido Reformista Estónio |
Antecessor | • Partido Liberal Democrata Estónio • Partido Reformista |
Membros | ![]() |
Afiliação internacional | Internacional Liberal |
Afiliação europeia | Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa |
Grupo no Parlamento Europeu | Renovar a Europa |
Riigikogu | 34 / 101 |
Parlamento Europeu | 2 / 7 |
Municípios | 291 / 1 729 |
Cores | Amarelo Azul |
Slogan | "Uma Estónia melhor para todos!" |
Página oficial | |
reform.ee | |
O partido foi fundado em novembro de 1994 pelo então presidente do Banco da Estónia, Siim Kallas, como uma divisão do Partido da Coalizão Nacional Pró-Pátria e, posteriormente, fundiu-se com o Partido Liberal Democrata Estónio.[11] Nas eleições de 1995, conquistou 19 cadeiras no Riigikogu, tornando-se o segundo maior partido do mesmo. Em 1999, perdeu um assento, mas retornou ao gabinete em coalizão com a União Pró-Pátria e o Partido Popular Moderado, permanecendo em várias coalizões desde então. Nas eleições parlamentares de 2007, conquistou 31 cadeiras, tornando-se o maior partido pela primeira vez, e aumentou sua contagem de assentos novamente em 2011, obtendo 33. Já em 2015, venceu por pouco as eleições parlamentares, perdendo 3 assentos em relação ao resultado de 2011. Depois de ser oposição desde novembro de 2016, venceu as eleições parlamentares de 2019 com uma liderança convincente e ampliou seu número de assentos para 34.
Como participou da maioria das coalizões governamentais desde da década de 1990, sua influência foi significativa, especialmente em relação à liberdade de mercado na Estónia e às políticas baixa tributação. Desde 1996, é membro titular da International Liberal, tendo sido membro observador de 1994 a 1996 e membro titular da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa. De janeiro de 2021 a junho de 2022, formou coligação com o Partido de Centro Estónio. Desde julho de 2022, mantém um governo de coalizão com o partido Isamaa e o Parido Social-Democrata.[12]
Alguns líderes da sigla serviram/servem como primeiros-ministros da Estónia, como sua atual líder, Kaja Kallas, a primeira mulher a liderá-la,[13] bem como a primeira primeira-ministra da história do país.[14]
IdeologiaEditar
O Partido Reformista Estónio tem sido referido como liberal, liberal clássico[15][16] e conservador liberal.[17][18][19][20][21] Ideologicamente, defende consistentemente o mercado livre,[22] sendo o agrupamento mais economicamente liberal no panorama político da Estónia. Entretanto, declara-se tolerante e aberto à cooperação política com todos os partidos, exceto se atuarem secretamente ou publicamente contra as instituições democráticas.[5]
A sigla coloca a liberdade dos indivíduos no centro das suas preocupações, acreditando que cada indivíduo é dono das suas próprias decisões e que, portanto, o máximo de liberdade socialmente aceitável deve ser concedido a ele.
É favorável a um imposto único sobre todos os rendimentos, em particular sobre o consumo. Também é a favor de isenções fiscais sobre os investimentos e da introdução de um limite mínimo de renda não tributada, que deve ser aumentado gradualmente. Vendo a assunção de responsabilidade pela produção e venda de bens e serviços pelo setor privado como eficiente e menos dispendiosa, opõe-se a monopólios e nacionalizações.
Próximo do meio empresarial, o partido busca aumentar a parcela da renda mensal isenta de impostos e reduzir a contribuição para o seguro-desemprego.[23]
Resultados eleitoraisEditar
Eleições parlamentaresEditar
Data | Líder | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- | Governo |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1995 | Siim Kallas | 2.º | 87 531 | 16,19 / 100 |
19 / 101 |
Oposição (1995) | ||
Coalizão (1995-1996) | ||||||||
Oposição (1996-1999) | ||||||||
1999 | 3.º | 77 088 | 15,9 / 100 |
0,27 | 18 / 101 |
1 | Coalizão | |
2003 | 3.º | 87 551 | 17,69 / 100 |
1,77 | 19 / 101 |
1 | Coalizão | |
2007 | Andrus Ansip | 1.º | 153 044 | 27,8 / 100 |
10,13 | 31 / 101 |
12 | Coalizão |
2011 | 1.º | 164 255 | 28,6 / 100 |
0,78 | 33 / 101 |
2 | Coalizão | |
2015 | Taavi Rõivas | 1.º | 158 970 | 27,69 / 100 |
0,87 | 30 / 101 |
3 | Coalizão (2015-2016) |
Oposição (2016-2019) | ||||||||
2019 | Kaja Kallas | 1.º | 162 332 | 28,9 / 100 |
1,25 | 34 / 101 |
4 | Oposição (2019-2021) |
Coalizão (2021-) |
Eleições europeiasEditar
Data | Líder | Cl. | Votos | % | +/- | Deputados | +/- |
---|---|---|---|---|---|---|---|
2004 | Toomas Savi | 3.º | 28 377 | 12,2 / 100 |
1 / 6 |
||
2009 | Kristiina Ojuland | 3.º | 60 877 | 15,3 / 100 |
3,1 | 1 / 6 |
|
2014 | Taavi Rõivas | 1.º | 79 849 | 24,3 / 100 |
8,98 | 2 / 6 |
1 |
2019 | Kaja Kallas | 1.º | 87 160 | 26,2 / 100 |
1,9 | 2 / 7 |
Referências
- ↑ Pettai, Vello (2019). «Estonia: From Instability to the Consolidation of Centre-Right Coalition Politics». Coalition Governance in Central Eastern Europe (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. pp. 170–185. ISBN 978-0-19-884437-2
- ↑ Virki, Tarmo (4 de março de 2019). «Estonia's centre-right opposition party wins general election». Euronews (em inglês). Consultado em 23 de setembro de 2021
- ↑ Osborne, Samuel (4 de abril de 2019). «Estonia election: Far right surges as centre-right Reform party pulls off surprise win». The Independent (em inglês). Consultado em 23 de setembro de 2021
- ↑ «Eesti Reformierakond». e-Äriregister (em estoniano). Consultado em 10 de agosto de 2022
- ↑ a b «Erakond». reform.ee (em estoniano). Consultado em 20 de agosto de 2021
- ↑ Kuklys, Mindaugas (2014). «Recruitment of parliamentary representatives in an ethno-liberal democracy». In: Semenova, Elena; Edinger, Michael; Best, Heinrich. Parliamentary Elites in Central and Eastern Europe: Recruitment and Representation (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 101. ISBN 978-1-317-93533-9
- ↑ Bakke, Elisabeth (2010). «Central and East European party systems since 1989». In: Ramet, Sabrina P. Central and East European party systems since 1989 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 78–79. ISBN 978-1-139-48750-4
- ↑ Derbyshire, J. Denis; Derbyshire, Ian (eds.). Encyclopedia of World Political Systems (em inglês). [S.l.]: Routledge. p. 377. ISBN 978-1-317-47156-1
- ↑ Oskolkov, Petr (janeiro de 2020). «Estonia's party system today: electoral turbulence and changes in ethno-regional patterns» (em inglês). doi:10.5922/2079-8555-2020-1-1
- ↑ Gasparini, Amedeo (2 de fevereiro de 2021). «Kaja Kallas and the liberal Estonia of the future». Friedrich Naumann Foundation for Freedom (em inglês). Consultado em 10 de agosto de 2022
- ↑ «Ajalugu». reform.ee (em estoniano). Consultado em 27 de setembro de 2021
- ↑ «Líder estoniano Kaja Kallas pediu para formar novo governo». Portal G7. 14 de julho de 2022. Consultado em 10 de agosto de 2022
- ↑ «Estonia's struggling Reform Party picks first female leader». The Sydney Morning Herald (em inglês). 15 de abril de 2018. Consultado em 17 de abril de 2018
- ↑ Hankewitz, Sten (26 de janeiro de 2021). «Estonia becomes the only country in the world led by women». Estonian World (em inglês). Consultado em 27 de janeiro de 2021
- ↑ Close, Caroline; Delwit, Pascal (2019). «Liberal parties and elections: Electoral performances and voters' profile». In: Haute, Emilie van; Close, Caroline. Liberal Parties in Europe (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis. p. 295. ISBN 978-1-351-24549-4
- ↑ Smith, Alison F. (2020). Political party membership in new democracies : electoral rules in Central and East Europe (em inglês). [S.l.]: Palgrave Macmillan. ISBN 978-3-030-41796-3. OCLC 1154544689
- ↑ Purju, Alari (2003). «Economic Performance and Market Reforms». In: Terterov, Marat; Reuvid, Jonathan. Doing Business with Estonia (em inglês). [S.l.]: GMB Publishing Ltd. p. 20. ISBN 978-1-905050-56-7
- ↑ Duvold, Kjetil; Berglund, Sten; Ekman, Joakim (26 de outubro de 2019). Political Culture in the Baltic States: Between National and European Integration (em inglês). [S.l.]: Springer Nature
- ↑ Bergman, Torbjörn; Ilonszki, Gabriella; Müller, Wolfgang C. (12 de janeiro de 2020). Coalition Governance in Central Eastern Europe (em ingês). [S.l.]: Oxford University Press
- ↑ Duvold, Kjetil (2017). «When Left and Right is a Matter of Identity: Overlapping Political Dimensions in Estonia and Latvia». In: Makarychev, Andrey; Yatsyk, Alexandra. Borders in the Baltic Sea Region: Suturing the Ruptures (em inglês). [S.l.]: Springer. ISBN 978-1-352-00014-6
- ↑ Slomp, Hans (2011). Europe, a Political Profile: An American Companion to European Politics (em inglês). [S.l.]: ABC-CLIO. p. 525. ISBN 978-0-313-39181-1
- ↑ Estonia Company Laws and Regulations Handbook (em inglês). [S.l.]: International Business Publications. 3 de março de 2008. ISBN 9781433069796
- ↑ «Estonie: les libéraux en tête des législatives, selon les résultats du vote électronique». Le Point (em francês). 3 de março de 2019. Consultado em 12 de dezembro de 2020