Província Borborema

A Província Borborema faz parte de um sistema de orógenos diácronos resultantes do amalgamento do continente Gondwana Ocidental (aproximadamente 650-500 Ma)[1]. Cobrindo uma área de aproximadamente 380.000 km² no nordeste do Brasil, a Província Borborema é uma das principais áreas de faixas de dobramento neoproterozoicas do país, sendo delimitada pelo Cráton São Francisco a sul, pela Bacia do Parnaíba a oeste, e por bacias litorâneas da margem passiva brasileira a leste[2]. A maior parte da área está inserida no contexto de clima semiárido, e o relevo raramente ultrapassa a cota de 1000 metros[2].

Tendo em vista a complexidade do arranjo estrutural da Província Borborema, reflexo da superposição de eventos tectônicos e magmáticos, a maior parte dos trabalhos sobre a região adota uma divisão nos seguintes domínios estruturais:
  • Domínio Setentrional
  • Domínio Central
  • Domínio Meridional
Esses domínios são divididos por grandes zonas de cisalhamento de direção leste-oeste, chamadas de ZC de Patos (divide os domínios Setentrional e Central) e ZC de Pernambuco (divide os domínios Central e Meridional)[1]. A cinemática dessas zonas é transcorrente, bem como a movimentação das zonas de cisalhamento NE-SW que se espraiam a partir das duas principais citadas [3]. Os sistemas de dobramentos possuem formas ovais, rômbicas e lineares, sempre mais ou menos sigmoidais, que refletem os movimentos das falhas transcorrentes [4].
O metamorfismo brasiliano é, em geral, de baixa a média pressão e varia da fácies xisto verde a anfibolito, ocorrendo migmatização em níveis estratigráficos inferiores [4]. Este metamorfismo está associado a uma intensa atividade magmática e a vários sistemas de zonas de cisalhamento [5] [6].

Trabalhos pioneiros e divergências sobre a gênese da Província Borborema editar

Em comparação com outras porções do território brasileiro, como sudeste e sul, a região nordeste do Brasil teve sua geologia estudada em detalhe mais tardiamente, no último quarto do século XX. Trabalhos como o de Brito Neves (1975)[7], Almeida et al. (1976)[4], e Santos & Brito Neves (1984)[8] foram pioneiros na compartimentação da Província Borborema, individualizando faixas de dobramentos marginais (Sergipana e Médio Coreaú), e interiores (Riacho do Pontal, Piancó-Alto Brígida, Seridó, Pajeú-Paraíba, Jaguaribeana, Rio Curu-Independência), formadas no Ciclo Brasiliano[9]. Os autores também identificaram, alternados às faixas dobradas, maciços gnáissico-migmatítico-graníticos expressivos, mostrando idades Rb/Sr paleoproterozoicas e arqueanas, com retrabalhamento no Neoproterozoico (Pernambuco-Alagoas, Caldas Brandão, Rio Piranhas, Tauá, Santa Quitéria e Marginal do Cráton São Francisco[9].
A consolidação das informações geológicas estabelecidas pelos referidos autores abriu caminho para divergências em relação à gênese da Província Borborema. Até o fim do século XX estava em voga uma hipótese que entende a Província Borborema como produto da amalgamação de terrenos tectono-estratigráficos alóctones[1], sendo a aglutinação final ocorrida na Orogênese Brasiliana, com ápice em torno de 580 Ma[9]. Autores como Jardim de Sá (1994)[10], Van Schmus et al. (1994)[11] e Brito Neves et al. (2000)[12] e Gomes (2000)[9] advogaram a favor dessa tese à época. Já autores como Neves (2003)[13] e Neves et al. (2006[14] e 2009[15]) concebem a evolução geodinâmica da Província Borborema como retrabalhamento de uma crosta paleoproterozoica, consolidada em 2 Ga, durante a Orogênese Brasiliana, havendo formação e posterior inversão de bacias ensiálicas. Outra teoria, embasada no que ocorre com orógenos fanerozoicos, defendida por exemplo por Caxito et al. (2016)[16], entende que o que se vê na região hoje é produto de um Ciclo de Wilson completo, com rifteamento, deriva, subducção e colisão.

Compartimentação e Evolução Tectônica editar

Domínio Setentrional editar

O Domínio Setentrional da Província Borborema é delimitado a sul pela Zona de Cisalhamento Patos, a oeste pela Bacia do Parnaíba e a leste e norte pelas bacias litorâneas do nordeste brasileiro. Compreende o estado do Ceará, a totalidade do estado do Rio Grande do Norte e parte do estado da Paraíba. Existem variadas propostas de subdivisão dentro do Domínio Setentrional, sendo que aqui será exposta a divisão de Jardim de Sá (1994)[10] e Santos (1996)[17], composta pelos seguintes compartimentos tectono-estratigráficos: Faixa Noroeste do Ceará, Domínio Ceará Central, Faixa Orós-Jaguaribe e Faixa Seridó (ambas as faixas englobadas no Domínio Rio Grande do Norte[17]. Como divisores desses compartimentos ocorrem expressivas zonas de cisalhamento de expressão regional e grande rejeito direcional. Além disso, esses subdomínios são parcialmente recobertos por sedimentos fanerozóicos relacionados em sua maioria às bacias de margem continental[18].

Faixa Noroeste do Ceará editar

Também chamada de Faixa Médio Coreaú [19], está localizada no extremo noroeste da Província Borborema e a sudeste do Cráton de São Luís. A Faixa Noroeste do Ceará é delimitada a leste pela Bacia do Parnaíba e a sul-sudeste pela zona de cisalhamento Sobral-Pedro II, uma megaestrutura de direção NE-SW e caráter transcorrente dextral de idade neoproterozoica, que marca a divisa com o Domínio Ceará Central [20]. A zona de cisalhamento Sobral-Pedro II expõe uma grande zona milonítica que se estende para nordeste, chegando a África Ocidental (lá denominada falha de Kandi) e para SW, adentrando o interior do Brasil, onde é chamada de Lineamento Transbrasiliano[18].
A estratigrafia da Faixa Noroeste do Ceará é formada por rochas gnáissicas-migmatíticas - incluindo metaplutônicas e paraderivadas de metamorfismo de alto grau (anfibolito a granulito) - rochas supracrustais dos grupo Martinópole, São Joaquim e Ubajara, granitos de idade brasiliana e o Grupo Jaibaras, que é interpretado como formado por molassas vulcanossedimentares brasilianas. Também ocorrem coberturas paleozoicas da Bacia do Parnaíba e depósitos meso-cenozóicos litorâneos[18]. As rochas gnáissicas-miloníticas são típicas suítes TTG, consideradas parte de crosta juvenil paleoproterozoica de idade 2,36-2,29 Ga, formando o embasamento das rochas supracrustais citadas[21]. A geocronologia U-Pb em zircão aponta idades entre 775 e 808 Ma e metamorfismo em torno de 650 Ma (U-Pb em titanita)[22] para as rochas supracrustais.
O Grupo São Joaquim, considerado por alguns autores como sendo uma formação do Grupo Martinópole, é formado por quartzitos e, de forma subordinado, micaxistos, paragnaisses, mármores e metavulcânicas. Por sua vez, o Grupo Martinópole apresenta micaxistos, filitos, arenitos, quartzitos e intercalações de metavulcânicas e metacarbonatos. Os dois grupos mostram sinais de deformação polifásica e grau metamórfico variando de xisto verde a anfibolito[18].
O Grupo Ubajara é constituído por sedimentos clastopelíticos e por um expressiva fácies carbonática, que por sua vez é superposta por outra porção clastopelítica, sendo todo o grupo interpretado como fruto de sedimentação em ambiente flúvio-marinho[20]. Essas rochas mostram um grau metamórfico de xisto verde baixo a médio e pouca deformação, estando bem preservadas as estruturas primárias. Há controvérsia na literatura sobre a temporalidade dos eventos tectônicos que afetaram o Grupo Ubajara, porém parece conclusivo que os corpos graníticos intrusivos pós-tectônicos indicam uma idade mínima para a deposição desse grupo, que seria em torno de 532 Ma[23].
Estratigraficamente no topo, o Grupo Jaibaras é uma sequência de sedimentos molássicos vinculados ao Ciclo Brasiliano, depositados sobre rochas previamente moldadas por estruturas transcorrentes e tangenciais. Esses sedimentos são continentais e também provenientes de vulcânicas toleíticas e alcalinas, depositados em um graben paralelo à zona de cisalhamento Sobral-Pedro II, que parece ter exercido forte controle sobre a deposição[18]. Comparando a idade dos sedimentos do Grupo Jaibara com a zona de cisalhamento Sobral-Pedro II, Jardim de Sá (1994) aponta que aqueles são posteriores aos milonitos transcorrentes desta[10].
Ainda é debatida a gênese da Faixa Noroeste do Ceará, principalmente no que toca as unidades supracrustais e as relações temporais entre as mesmas bem como os eventos tectônicos que afetaram preferencialmente cada uma dessas unidades[18]. Em que pese toda a discussão envolvida na literatura, Abreu et al. (1998)[24] apontam que na Faixa Noroeste do Ceará existem dois conjuntos lito-estruturais pré-cambrianos que contrastam entre si: um de evolução mais antiga e complexa, envolvendo metamorfismo de médio e alto grau e forte deformação, que envolve os complexos TTG e as rochas supracrustais dos grupos São Joaquim e Martinópole; e outro formado pelos grupo Ubajara e Jaibaras (além de granitos intrusivos), com deformação mais simples e menor grau metamórfico, compreendidos em um contexto de tectônica transcorrente.

Domínio Ceará Central editar

Cobrindo a maior parte do estado do Ceará, com aproximadamente 80.000 km²[21], o Domínio Ceará Central é limitado a norte pela zona de cisalhamento Sobral-Pedro II e pela bacia litorânea, a oeste pela Bacia do Parnaíba, a sul pela zona de cisalhamento de Aiuaba - pertencente à Faixa Orós - e leste pela zona de cisalhamento Orós[18].
O Domínio Ceará Central é recortado por transcorrência brasilianas com direção NE e NW, sendo que os cisalhamentos NE são dextrais e os NW são sinistrais[18]. As estruturas regionais formam uma composição de blocos irregulares, com alguns contornos sigmoidais que representam megaduplexes transpressivos[18].

Arthaud (2007)[25] fez a seguinte divisão para as rochas pré-cambrianas do Domínio Ceará Central, que sintetiza bem porém não aborda diretamente o Complexo Santa Quitéria:

  • Embasamento Arqueano-Paleoproterozoico;
  • Rochas metassedimentares deformadas e metamorfizadas;
  • Granitos e diques neoproterozoicos;
  • Depósitos molássicos originados durante e Orogênese Brasiliana;
Formando o embasamento, ocorrem uma série de complexos gnáissico-graníticos. O Complexo Cruzeta, formado por ortognaisses TTG de origem vinculada a um ambiente de arco magmáticos e idades U-Pb em zircão de 2,7-2,8 Ga[26], apontando-se também que Silva (2008)[27] obteve idade SHRIMP U-Pb em zircão de 3,27 Ga, interpretando-a como idade de cristalização do protólito. O Complexo Mombaça é formado por ortognaisses granodioríticos a graníticos, gnaisses e migmatitos orto e paraderivados, idades modelo (TDM) entre 2,8-3,04 Ga e idades U-Pb em zircão de 2,86-2,79 Ga, sendo diferente do Complexo Cruzeta devido a acresção de crosta juvenil e retrabalhamento crustal prévio[26].

As rochas metassedimentares formam uma sequência que incluem paragnaisses, micaxistos, quartzitos aluminosos, mármores e calciossilicáticas, compondo o Grupo Ceará, considerado de idade meso a paleoproterozoica, afetado pela deformação brasiliana e até mesmo também pela riaciana segundo alguns autores[18]. A leste do Maciço de Santa Quitéria (granitos e migmatitos brasilianos) Arthaud (2007)[25], baseado em idades SHRIMP U-PB em zircões detríticos e isótopos de Nd, propõe que nessa área os metassedimentos do Grupo Ceará fazem parte de uma margem passiva com início de deposição em cerca de 750 Ma. No fim do Ciclo Brasiliano ocorreu a intrusão de granitos alcalinos e imposição de enxames de diques básicos, microgranitos e riolitos alcalinos preenchendo fraturas de transtação[10].

Uma importante unidade do Domínio Ceará Central, de idade Neoproterozoica, é o Complexo Santa Quitéria, formado por rochas de arco magmático, estando adjacentes a zona de cisalhamento Sobral-Pedro II (Lineamento Sobral-Pedro II)[28]. Também adjacente ao Lineamento Sobral-Pedro II ocorrem eclogitos, rochas típicas de zonas de subducção, que atingiram altíssimas pressões em grandes profundidades[29][30]. Rochas semelhantes ocorrem do lado africano, o que levou à interpretação de que o Lineamento Transbrasiliano Sobral-PedroII-Kandi-Hoggar 4°50’ é uma das principais zonas de sutura neoproterozoicas do Gondwana Oeste[31][32].
O estilo tectônico do Domínio Ceará Central, com marcante influência de tectônica tangencial, nappes e empurrões acarretou metamorfismo de pressões em fácies anfibolito, havendo também anatexia e, de modo loca, fácies granulito. Existem divergências na literatura principalmente envolvendo a influência ou não da orogenia riaciana na região[18].

Domínio Rio Grande do Norte editar

O Domínio Rio Grande do Norte abrange uma área de cerca de 15.000 km²[33], e faz limite a noroeste com o Domínio Ceará Central e a sul com a zona de cisalhamento Patos, que marca a passagem para o Domínio Central da Província Borborema. Na região ocorrem exposições do embasamento Arqueano (terreno Granjeiro e Maciço São José do Campestre), além do Terreno Rio Piranhas (Mesoproterozoico) e da sequência de rochas supracrustais Lavras da Mangabeira e das faixas Orós-Jaguaribe e Seridó, também proterozoicas[21].
Por meio de análises de diluição isotópica de U-PB em espectrômetro de massa de ionização termal (TIMS), idades SHRIMP U-Pb em zircões e análises de Sm-Nd em elementos terras raras em espectrômetro de massa multicoletor, Dantas et al. (2004)[33] encontraram idades de 3,45 a 3,0 Ga para rochas do Maciço São José do Campestre. Esses autores interpretaram esses resultados como evidência de pulsos de crescimento de crosta Arqueana, e sua descoberta implicou no reconhecimento dos fragmentos mais antigos da Plataforma Sul-Americana observados até hoje. O Terreno Granjeiro, por sua vez, aflora em duas porções, estando a continuidade do corpo separada pela Bacia do Araripe, sendo uma próxima a cidade Granjeiro (Ceará) e outra a sudoeste no estado do Piauí[34]. É formado por gnaisses para e ortoderivados e uma associação metavulcano-sedimentar exalativa interpretada como resquício de crosta oceânica. Idades U-Pb em zircão forneceram idades de 2,541 + 11 Ma para os gnaisses desse terreno e valores de εNd positivos indicando proveniência de uma crosta juvenil[34]. Estruturalmente o Terreno Granjeiro forma uma faixa estreita com encurvamento transpressivo, apresentando trechos E-W ao norte, conectados ao sul por uma trecho de direção NE-SW, delineando formas sigmoides de escala regional[34]. Recobrindo rochas do Terreno Granjeiro ocorre a sequência supracrustal neoproterozoica Lavras da Mangabeira, constituída por xistos, quartzitos, metaconglomerados e calcissilicáticas e metavulcânicas subordinadas[34].
A Faixa Orós-Jaguaribe é fortemente influenciada pelas zonas de cisalhamento dextrais Orós e Portalegre, apresentando um embasamento gnáissico-migmatítico composto por ortognaisses tonalíticos e granodioríticos, com idades modelo entre 2,7-2,5 Ga[26]. Esse embasamento aflora separando os metassedimentos das faixas Orós e Jaguaribe, sendo que os primeiros compostos por xistos aluminosos com intercalações de quartzitos, mármores e calciossilicáticas, e os segundos (relativos à Faixa Jaguaribe) por granada-biotita-muscovita xistos e quartzitos finos e puros[18], além de vulcânicas datadas, que conferem às rochas da Faixa idade em torno de 1,75 Ga[35].
O Terreno Rio Piranhas é considerado como embasamento das rochas supracrustais da Faixa Seridó, sendo constituído por rochas TTG migmatizadas com idade U-Pb de 2,16 Ga[21]. A cobertura proterozoica na área é denominada de Grupo Seridó (metassedimentos e metavulcânicas), sendo este dividido da base para o topo em:
  • Formação Jurucutu: biotita-epidoto paragnaisses intercalados com mármores e calciossilicáticas, micaxistos, quartzitos, formações ferríferas, metavulcânicas básicas e metaconglomerados basais incipientes. É interpretada como indicativa de ambiente marinho raso plataformal[18].
  • Formação Equador: quartzitos intercalados por metaconglomerados, calciossilicáticas e micaxistos, também interpretada como ambiente marinho raso plataformal[18].
  • Formação Seridó: micaxisto variados intercalados por mármores, calciossilicáticas, paragnaisses, metavulcânicas básicas, quartzitos e metaconglomerados[18]. Essas rochas são interpretadas como pacote de turbiditos flyschóides, tendo em vista feições primárias observadas e dados litogeoquímicos[10].
Jardim de Sá (1994)[10] aponta ainda a presença de vários corpos graníticos intrusivos de idade brasiliana na Faixa Seridó. O mesmo autor considera a impressão estrutural do Ciclo Transamazônico (orogenia riaciana) no registro geológico da Faixa Seridó, na forma de um evento contracional penetrativo que gerou nappes e dobras recumbentes que promoveram inversões estratigráficas e metamorfismo variando de fácies xisto verde a anfibolito, sob pressões intermediárias. Atualmente essa interpretação é majoritariamente vista como absoleta, uma vez que foi derrubada por dados de zircões detríticos que indicam que o Grupo Seridó tem que ser mais novo que 650 Ma, ou seja, a Faixa Seridó é brasiliana e não paleoproterozoica[36]. Nesse sentido, em relação a influência estrutural do Brasiliano na Faixa Seridó, nota-se a rede regional de zonas de cisalhamento transcorrentes, em maioria dextrais, com direção NNE, que caracterizam o regime transpressivo da Faixa, gerando metamorfismo de alta temperatura - fácies anfibolito - e baixa pressão[10].

Domínio Central editar

Limitado a Norte pela Zona de Cisalhamento Patos e a Sul pela Zona de Cisalhamento Pernambuco, o Domínio Central da Província Borborema também é comumente denominado Zona Transversal. Essa porção crustal de orientação E-W contém unidades paleoproterozóicas, tonianas e ediacaranas que encontram-se deslocadas [1], uma vez que se encontram dentro de um cinturão de transcorrência. Essa transcorrência regional estrutura-se graças a uma série zonas de cisalhamento de orientação NE-SW que ligam os lineamentos principais Patos e Pernambuco [37]. Desse modo, a macrogeometria da região assume forma anastomosada que, muitas vezes, reflete-se em menores escalas em caráter fractal. As principais propostas de subdivisão desse domínio tomam por base a individualização desses blocos tectônicos, como é o caso da proposta de Brito Neves (2005), que inclui, de leste para oeste, os domínios Rio Capibaribe, Alto Moxotó, Alto Pajeú, Riacho Gravatá, Piancó-Alto Brígida, São José do Caiano e São Pedro.
  • Domínio Rio Capibaribe: Composto por blocos paleoproterozoicos associados a rochas crustais metamorfisadas de arranjo complexo e idades tonianas ou ainda indeterminadas. [1]
  • Domínio Alto Moxotó: De idade paleoproteorozoica, é formado por ortognaisses de alto grau e pequenas intercalações anfibolíticas, cálcio-silicatadas, xistosas e máfico-ultramáficas. [1]
  • Domínio Alto Pajeú: É composto por metagrauvacas com diversas intercalações de rochas vulcânicas e ortognaisses [1]. Além disso, é descrito como área-tipo do evento denominado Cariris Velhos, caracterizado por sequências metavulcanossedimentares e augen-gnaisses de ca. 1000-960 Ma.
  • Domínio Riacho Gravatá: Constitui uma faixa de rochas supracrustais que inclui metapsamitos e metapelitos com contribuição vulcânica e carbonática, sendo esta última subordinada, também de idade correspondente ao evento Cariris Velhos. [1]
  • Domínio Piancó-Alto Brígida: Trata-se de uma faixa de desenvolvimento neoproterozoico e baixo grau metamórfico, é constituída por metassedimentos siliciclásticos (metarritmitos) e metavulcânicas subordinadas, além de uma restrita seção metaconglomerática. [1].
  • Domínio São José do Caiano: É uma região de embasamento paleoproterozoico provavelmente seccionada do Domínio Rio Grande do Norte que se localiza a norte do Lineamento Patos. [1].
  • Domínio São Pedro: Esse terreno inclui duas unidades de embasamento arqueano/paleoproterozoico, denominadas Complexo Granjeiro e Complexo Itaizinho, além de uma sequência metavulcanossedimentar de idade Neoproterozóica (Brasiliana), designada Grupo Ipueirinha. [1].

Domínio Meridional editar

O domínio meridional compreende a área entre a zona de cisalhamento Pernambuco e o Cráton São Francisco, sendo representado pelas faixas de dobramentos Sergipano, Riacho do Pontal e Rio Preto e pelos terrenos maciços Pernambuco-Alagoas.

Faixa Sergipana editar

A Faixa de Dobramentos Sergipana é uma cunha orogenética formada durante o Ciclo Brasiliano, em consequência da colisão entre o Maciço Pernambuco-Alagoas, a norte, e o Cráton de São Francisco, a sul. A Faixa Sergipana é constituída por diferentes domínios que apresentam características estruturais, metamórficas e litoestratigráficas distintas [38]. Segundo Oliveira et al. 2015, os domínios litotectônicos caracterizam-se, de norte a sul em [39]:
  • Domínio Canindé: composta por sheets graníticos, sequência metavulcanossedimentar, rochas calcissilicáticas, mármores, anfibolito, gabros, dioritos e quartzo-monzonitos porfiríticos.
  • Domínio Poço Redondo-Marancó: composto por rochas metavulcanossedimentares formados por sequências psamíticas e pelíticas metamorfizadas na fácies anfibolito (Marancó) e por gnaisses migmatizados (Poço Redondo) intrudidos por diversos corpos graníticos.
  • Domínio Macururé: constitui de rochas metavulcanossedimentares, metamorfizadas na fácies anfibolito, composto por micaxistos, quartzitos, mármores e lentes de rochas ultramáficas cloritizadas e serpentinizadas. Ocorrem também corpos graníticos intrusivos neoproterozóicos classificados, segundo o estágio de deformação, como sin-tectônicos e tardi a pós-tectônicos [40].
  • Domínio Vaza Barris: apresenta uma grande variedade de rochas metassedimentares associados a carbonatos e metadiamictitos.
  • Domínio Estância: constitui de rochas metassedimentares com estruturas primárias preservadas, fracamente deformadas.
Essa Faixa compreende uma sequência de rochas supracrustais com características de margem continental passiva a bacias de foreland [41].
A estruturação da Faixa Sergipana é o resultado da deformação colisional oblíqua entre o Cráton do São Francisco e o maciço Pernambuco-Alagoas, com a formação de dobras, empurrões e nappes com vergência para sul e zonas de cisalhamentos transcorrentes sinistrais, associado a um metamorfismo da fácies xisto verde a anfibolito, com grau metamórfico aumentando para o norte [42] [38]

Faixa Riacho do Pontal editar

A Faixa Riacho do Pontal encontra-se cavalgada sobre o Cráton do São Francisco, a sul, e é limitada, a norte, pelo Lineamento Pernambuco. Para leste, as rochas supracrustais da Faixa Riacho do Pontal gradam descontinuamente para as rochas da Faixa Sergipana, e é sobreposta, a noroeste, pelos sedimentos da Bacia do Parnaíba. A sua compartimentação tectônica foi definida em três zonas: interna, central e externa [43].
  • Zona Interna: formada por rochas metavulcanossedimentares, como os complexos Paulistana e Santa Filomena, fatias do embasamento migmatítico altamente retrabalhadas, além de abundantes intrusões de graníticas da Suíte Afeição;
  • Zona Central: é caracterizada pela sequência metavulcanossedimentar do Complexo Monte Orebe, composta por remanescentes de uma crosta oceânica neoproterozoica (ca. 820 Ma) que separava o Cráton São Francisco a sul do Bloco Pernambuco-Alagoas a norte;
  • Zona Externa: é composta pelas rochas supracrustais (principalmente metassedimentares clásticas) do Grupo Casa Nova.
Toda a faixa dobrada é intrudida por ortognaisses monzograníticos e sienitos alcalinos tardi a pós-tectônicos, com intrusão entre 620 e 580 Ma..
A deformação na Faixa Riacho do Pontal é caracterizada por dois padrões estruturais distintos, uma fase D1 (tectônica tangencial compressiva) e uma fase D2 (tectônica transcorrente). A primeira fase está relacionada ao desenvolvimento de nappes com transporte tectônico para S e SSE; já a segunda é responsável pela geração de zonas de cisalhamento transpressivas de direção geral E-W a NE-SW [40]. O metamorfismo varia da fácies xisto-verde a anfibolito alto.

Faixa Rio Preto editar

A Faixa de Dobramentos Rio Preto está localizada no extremo oeste do Domínio Meridional, bordejando o noroeste do Cráton do São Francisco. A faixa é constituída por uma sequência metassedimentar composta por xistos e anfibolitos da Formação Formosa e, quartzito, metadiamictitos e xistos da Formação Canabravinha [38]. O embasamento da Faixa Rio Preto compreende o Complexo Cristalândia do Piauí, formado por ortognaisses e anfibolitos. Durante o Ciclo Brasiliano, a bacia foi metamorfizada na fácies xisto verde [3].
A Faixa Rio Preto apresenta uma estrutura complexa, em leque assimétrico divergente, com um domínio sul bem desenvolvido, com vergência para o Cráton do São Francisco e um domínio norte mais curto, mostrando vergência para o norte. Esse arranjo é resultado de três fases de deformação progressivas desenvolvidas durante o Brasiliano, as primeiras (D1 e D2) marcadas pela ação de tectônica tangencial e a última (D3) por uma tectônica transcorrente destrógira, associadas a dobramentos e sistemas de falhas de empurrão, oblíquas e transcorrentes. [38]

Maciço Pernambuco-Alagoas editar

O Domínio limita-se ao sul com a Faixa Sergipana por zonas de cisalhamentos indiscriminadas e, ao norte, com o Lineamento Pernambuco Erro de citação: Elemento de abertura <ref> está mal formado ou tem um nome inválido. O maciço Pernambuco-Alagoas é constituído de litotipos gnáissico-migmatíticos (Complexo Belém do São Francisco) e restos de sequências clásticas e vulcanoclásticas (Complexo Cabrobó) [43], apresentando tectônica transpressiva e transporte para noroeste [44], em metamorfismo na fácies anfibolito alto [45].

Recursos Minerais[46] editar

Os principais recursos minerais da província estão relacionados a Faixa Seridó, pertencente ao Domínio Rio do Grande Norte, com jazidas de tungstênio, ouro, pegmatitos, urânio e fosfato.
Uma característica marcante são trends N-NE impostos por zonas de cisalhamento dextrais resultantes do Evento Brasiliano.

Depósitos de Tungstênio editar

O principal mineral minério de tungstênio na Província é a Scheelita. Estima-se que já foram extraídos 60.000 t e as principais minas situam-se próximas ao maciço granítico de Acari. A mineralização está associada a escarnitos no contato de mármores com rochas ígneas.

Depósitos de Ouro editar

Até o momento não foram encontrados depósitos expressivos de ouro. Estes, são explorados por garimpeiros e pequenas companhias de mineração. As ocorrências estão associadas a zonas de cisalhamento N-NE secundárias e/ou a outras descontinuidades subordinadas. O ouro encontra-se, principalmente, livre em veios de quartzo em diversas rochas hospedeiras como micaxistos, gnaisses, granitos, entre outras.

Depósitos relacionados a Pegmatitos editar

A Faixa Seridó exibe diversos plutons granitoides resultantes do Evento Brasiliano, entre eles, os pegmatíticos. Grande parte está associada aos escarnitos e são mineralizados em tantalita / columbita, berilo, cassiterita, turmalina, água-marinha, espodumênio, mica, feldspato, quartzo e caulim.

Depósitos de Urânio e Fosfato editar

Localizado no município de Santa Quitéria (Ceará), a jazida Itataia é um depósito de urânio e fosfato com reservas de 80 mil toneladas e 8.9 milhões de toneladas, respectivamente. Está associada a sequência metamórfica constituída por migmatitos na base, sotopostos a quartzitos e gnaisses capeados por calcários cristalinos, denominada Grupo Itataia (Mendonça et al. 1985).[47]

Referências Bibliográficas editar

  1. a b c d e f g h i j k Basto, C. F. 2018. Evolução Geológica da Sequência Metavulcanossedimentar Ipueirinha, Província Borborema, Piauí: Petrografia, Geoquímica e Geocronologia. Dissertação de Mestrado. UFMG. 105 pp.
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  3. a b Caxito F.A. 2013. Geotectônica e evolução crustal das faixas Rio Preto e Riacho do Pontal, estados da Bahia, Pernambuco e Piauí. Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, Tese de Doutorado, Belo Horizonte, 288 p.
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  6. Neves, S.P. 1996. Etude des relations entre magmatism et zones de cisaillement lithosphériques: exemple des décrochements de Pernambuco et Fazenda Nova (Etat de Pernambuco, Brésil). Thesis Univ. Montpellier II, 243p.
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