Região Metropolitana de Fortaleza

Mesorregião do estado do Ceará
(Redirecionado de RMF)

A Região Metropolitana de Fortaleza, também conhecida como Grande Fortaleza, está localizada no estado do Ceará. Foi criada pela Lei Complementar Federal nº 14, de 8 de junho de 1973, e gestão regulamentada pela Lei Complementar Estadual nº 180 de 18 de julho de 2018.

Região Metropolitana de Fortaleza
Localização
Localização
Localização da Região Metropolitana de Fortaleza
Unidade federativa  Ceará
Lei Lei Complementar do Brasil nº 14 de 1973
Data da criação 8 de junho de 1973
Número de municípios 19
Cidade-sede Fortaleza
Características geográficas
Área 7 440,053 km²[1]
População 3,903,924 hab. () Censo IBGE/2022[2]
Densidade 0 hab./km²
IDH 0,732 – alto PNUD/2010[3]
PIB R$ 100.776.678,88 bilhões (IBGE/2018) IBGE/2018[4]

Com 4.077.811 habitantes em 2022, a Grande Fortaleza é a mais populosa do Norte-Nordeste. É ainda a sexta maior região metropolitana do Brasil.

A Região Metropolitana de Fortaleza tem como área de influência todo o território do Ceará e oeste do Rio Grande do Norte. A região de influência da Grande Fortaleza é a segunda maior do Norte-Nordeste em termos populacionais, ficando atrás do Grande Recife. (REGIC, 2018).

De acordo com o IBGE, a Grande Fortaleza fechou 2018 com um PIB de R$ 100,7 bilhões. Esse número colocou a Região Metropolitana de Fortaleza naquele ano como a terceira mais rica do Norte-Nordeste - atrás da Grande Salvador e do Grande Recife - e a 11ª do Brasil.

O município de Caucaia é o maior em área, com 1.227,895 km². Pindoretama, desmembrado de Cascavel, em 1987, o menor, com apenas 72,85 km². São Luís do Curu é o menos populoso, com apenas 13.086 habitantes.

Atualmente com quase quatro vezes a população inicial e o triplo de municípios, a principal dificuldade da Região Metropolitana de Fortaleza é a integração das cidades. O transporte coletivo ainda é caro e pouco abrangente. Além disso, quase a totalidade dos equipamentos urbanos concentra-se ainda em Fortaleza.

História editar

 
Mapa com os municípios incluídos até 1983.

Em 1975 foi criada pelo Governo do Ceará a Autarquia da Região Metropolitana de Fortaleza (Aumef). A Aumef tinha por objetivo desenvolver e integrar os municípios de acordo com os planos da lei federal que criou as nove primeiras regiões metropolitanas no Brasil. Durante os primeiros anos, a Aumef foi a responsável pelo plano diretor das cidades da Região Metropolitana de Fortaleza, elaborando um plano geral de desenvolvimento urbano integrado de toda a área metropolitana. As principais obras realizadas pela Aumef foram a construção do anel viário interligando todas a estradas de acesso ao municípios periféricos e o alargamento das BRs de acesso a Fortaleza (116 e 222). Os primeiros planos do metrô para Fortaleza surgiram durante a existência da autarquia, extinta em 1992.

Durante a década de 1990 não houve uma ação política voltada para a integração das cidades metropolitanas. Somente em 1997 a Região Metropolitana de Fortaleza volta ao debate na mídia com a criação da ONG Planefor que foi apoiada pelo Centro Industrial do Ceará para realizar ações de planejamento da Metrópole. Mesmo assim, sem força política nem presença na mídia local, o Planefor não tem se mostrado alternativa para o desenvolvimento da região e os municípios envolvidos.

Formada inicialmente por apenas cinco cidades: Fortaleza, Caucaia, Maranguape, Pacatuba e Aquiraz, a região metropolitana aglomerava uma massa populacional de aproximadamente 1 milhão de habitantes. Em 1983, Maracanaú, também por lei federal, passou a fazer parte da Região Metropolitana de Fortaleza. Em 1987 foi adicionado mais um município, Eusébio.Em 1992 Itaitinga e Guaiúba. A partir de 1999, mais quatro cidades passaram a integrar a região metropolitana: Chorozinho, Pacajus, Horizonte e São Gonçalo do Amarante. Em 2009 o governo estadual incluiu mais duas cidades à Região Metropolitana de Fortaleza, Pindoretama e Cascavel.[5] Em 2014, o governador Cid Gomes incluiu as cidades de Paracuru, Paraipaba, Trairi e São Luís do Curu.[6]

Integração editar

Transporte editar

 
Imagem do satélite Landsat editada pela Embrapa. Atente para os contrastes: os tons de róseo e vermelho são áreas secas ou degradadas. As grandes manchas verdes correspondem às serras e mangues, e o roxo representa a área urbana.

As rodovias integram os municípios da Região Metropolitana de Fortaleza constituindo o sistema rodoviário, principal transporte utilizado pelas populações dos municípios, com especial atenção para o transporte "alternativo". As principais estradas estaduais são: CE-040 e CE-025 passando por Eusébio, Aquiraz e seu litoral, onde existe um complexo turístico, com destaque para o Beach Park; CE-060 passando por Maracanaú e Pacatuba; CE-065 até Maranguape; a CE-090 com acesso ao litoral de Caucaia; a CE-085 até o município de São Gonçalo do Amarante; a estrada CE-350 liga Pacatuba a Itaitinga; a CE-422 que dá acesso ao Porto do Pecém.

As rodovias federais são: BR-116, que está sendo duplicada do Anel Viário de Fortaleza até o município de Pacajus; BR-222 que dá acesso a Caucaia; Anel Viário ou BR-020 que faz a interligação da CE-040 com a BR-116, a CE-060, a CE-065, a BR-020 e a BR-222.

O Metrofor interligará Fortaleza às duas principais cidades da Região Metropolitana de Fortaleza (Caucaia e Maracanaú), além de Pacatuba e Maranguape. São também as duas mais populosas, depois de Fortaleza. O sistema tem origem no transporte de passageiros pelos trens da CBTU, surgido no período de implantação e desenvolvimento das regiões metropolitanas no Brasil.

Diferentemente de outras cidades do Brasil que passaram por mudanças no sistema aeroportuário, (com a construção de aeroportos em municípios próximos às capitais), o Aeroporto de Fortaleza foi reformado e recebeu um novo terminal, maior que o anterior, de modo a manter o tráfego aéreo sobre a cidade e a concentração de grandes equipamentos em Fortaleza.

Economia editar

Ao redor do Porto do Pecém está sendo estruturado o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que já abriga a Companhia Siderúrgica do Pecém, entre os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante. O Distrito Industrial de Maracanaú, instalado na mesma cidade, abriga boa parte das indústrias da metrópole.

O turismo e a expansão imobiliária são os principais mercados dos municípios com litoral (São Gonçalo, Caucaia, Aquiraz e Cascavel). Existem projetos de "resorts" e complexos turísticos nestes litorais, os quais, ao se concretizarem, poderão melhorar o equilíbrio destas cidades com relação a Fortaleza. Como exemplo, no município de Aquiraz, o "Aquiraz Riviera".

Municípios editar

 
Mapa da Grande Fortaleza com os últimos municípios incluídos em 2014.
Município Área (km²) 2022 IDH 2010 População 2022 PIB (R$1000)

2020

PIB per capita (R$) 2020
Aquiraz 480,236 0,641 80.243 3 411 179 R$ 42.147,15
Cascavel 838,115 0,646 72.626 954 550 R$ 13.215,06
Caucaia 1223,246 0,682 355.679 7 257 970 R$ 19.873,31
Chorozinho 296,431 0,604 20.163 337 811 R$ 16.662,27
Eusébio 78,818 0,701 74.170 3 184 375 R$ 58.604,18
Fortaleza 312,353 0,754 2.428.678 65 160 893 R$ 24.253,93
Guaiúba 256,053 0,617 24.217 216 414 R$ 8.231,80
Horizonte 160,557 0,658 74.754 1 718 318 R$ 25.074,33
Itaitinga 153,686 0,626 64.648 894 152 R$ 23.330,76
Maracanaú 105,071 0,686 234.392 9 893 417 R$ 43.116,46
Maranguape 583,505 0,659 105.093 1 500 485 R$ 11.511,56
Pacajus 250,304 0,659 70.534 1 178 386 R$ 16.100,81
Pacatuba 132,427 0,675 81.238 1 104 197 R$ 13.059,07
Pindoretama 74,033 0,636 23.345 253 163 R$ 12.189,47
São Gonçalo do Amarante 842,635 0,665 54.021 4 079 247 R$ 83.473,11
São Luís do Curu 122,865 0,620 10.822 116 904 R$ 8.962,27
Paraipaba 289,231 0,634 32.216 486 826 R$ 14.755,89
Paracuru 304,735 0,637 38.691 516 611 R$ 14.633,22
Trairi 928,555 0,606 58.415 832 830 R$ 14.795,09
TOTAL 7 432,856 0,732 3.903.924 103 097 728 R$ 26.408,74

Região de Planejamento do Ceará editar

A Lei Complementar Estadual nº 154, de 20 de outubro de 2015, define a nova composição da região de planejamento da Grande Fortaleza, sendo a regionalização fixada em 19 municípios: Aquiraz, Caucaia, Cascavel, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajus, Pacatuba, Paracuru, Paraipaba, Pindoretama, São Luís do Curu, São Gonçalo do Amarante e Trairi.[8][9][10]

  • Características geoambientais dominantes: Domínios naturais da planície litorânea, tabuleiros costeiros, serras úmidas e sertões.
  • Área territorial (km²) - (2010): 7.434,91
  • População - (2014): 3.949.974
  • Densidade demográfica (hab./km²) - (2014): 531,27
  • Taxa de urbanização (%) - (2010): 94,43
  • PIB (R$ mil) - (2012): 60.578.264,48
  • PIB per capita (R$) - (2012): 15.824,66
  • % de domicílios com renda mensal per capita inferior a ½ salário mínimo - (2010): 42,15

Referências

  1. IBGE (2010). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 3 de agosto de 2013 
  2. «Estimativas de População» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1 de julho de 2021 
  3. PNUD (2014). «Ranking de todas as RMs». Seção Região Metropolitana. Atlas do desenvolvimento Humano do Brasil. Consultado em 5 de dezembro de 2014 
  4. «Produto Interno Bruto dos Municípios 2007-2011». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 18 de dezembro de 2013 
  5. «Diário Oficial do Estado do Ceará nº 121, ano I, série 3» (PDF). 3 de julho de 2009. Consultado em 3 de julho de 2009 
  6. «Diário Oficial do Estado do Ceará nº 166, ano VI, série 3» (PDF). 8 de setembro de 2014. Consultado em 11 de junho de 2015 
  7. «População das Regiões Metropolitanas, Regiões Integradas de Desenvolvimento e Aglomerações Urbanas com mais de Um Milhão de Habitantes». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Agosto de 2020. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  8. «Regiões de Planejamento». Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará. Consultado em 5 de julho de 2019 
  9. «Textos Para Discussão nº 111 - As Regiões de Planejamento do Estado do Ceará» (PDF). IPECE. 2015. Consultado em 5 de julho de 2019 
  10. «Perfil das Regiões de Planejamento - Grande Fortaleza 2017» (PDF). IPECE. 2017. Consultado em 5 de julho de 2019 

Ligações externas editar

Ver também editar

 
Wikisource
A Wikisource contém fontes primárias relacionadas com Lei Complementar Estadual n° 18