Real Gabinete Português de Leitura

biblioteca no Rio de Janeiro
 Nota: Para a biblioteca do Recife, veja Gabinete Português de Leitura de Pernambuco. Para a instituição em Salvador, veja Gabinete Português de Leitura da Bahia.

O Real Gabinete Português de Leitura OCMHCMHSEComB é uma biblioteca e instituição cultural lusófona, localizada na rua Luís de Camões, número 30, centro do Rio de Janeiro, Brasil. Encontra-se tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.

Real Gabinete Português de Leitura
Real Gabinete Português de Leitura
Fachada do Real Gabinete Português de Leitura.‎
País Brasil
Tipo Pública
Estabelecida 14 de maio de 1837 (186 anos)
Localização Rio de Janeiro
Outras informações
Diretor(a) Francisco Gomes da Costa
Website www.realgabinete.com.br

História editar

 
Emblema da instituição em 1880.

A instituição foi fundada em 1837 por um grupo de quarenta e três imigrantes portugueses, refugiados políticos, para promover a cultura entre a comunidade portuguesa na então capital do Império. Foi a primeira associação desta comunidade na cidade.[1]

O edifício da atual sede, projetado pelo arquiteto português Rafael da Silva e Castro, foi erguido entre 1880 e 1887 em estilo neomanuelino. Este estilo arquitetônico evoca o exuberante estilo gótico-renascentista vigente à época dos Descobrimentos portugueses, denominado como manuelino em Portugal por haver coincidido com o reinado de D. Manuel (r. 1495–1521).[2]

O Imperador D. Pedro II (1831–1889) lançou a pedra fundamental do edifício em 10 de junho de 1880, e sua filha, a Princesa Isabel, junto com seu marido, o Conde d'Eu, inauguraram-no em 10 de setembro de 1887.[carece de fontes?]

 
Sala de leitura

A fachada, inspirada no Mosteiro dos Jerónimos de Lisboa, foi trabalhada por Germano José Salle em pedra de lioz em Lisboa e trazida de navio para o Rio.[3] As quatro estátuas que a adornam retratam, respectivamente, Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Infante D. Henrique e Vasco da Gama. Os medalhões da fachada retratam, respectivamente, os escritores Fernão Lopes, Gil Vicente, Alexandre Herculano e Almeida Garrett.[carece de fontes?]

O interior também segue o estilo neomanuelino nas portadas, estantes de madeira para os livros e monumentos comemorativos. O teto do Salão de Leitura tem um belo candelabro e uma claraboia em estrutura de ferro, o primeiro exemplar desse tipo de arquitetura no Brasil. O salão possui também um belíssimo monumento de prata, marfim e mármore (o Altar da Pátria), de 1,7 metros de altura, que celebra a época dos descobrimentos, realizado na Casa Reis & Filhos no Porto pelo ourives António Maria Ribeiro, e adquirido em 1923 pelo Real Gabinete.[carece de fontes?]

Aberta ao público desde 1900, a biblioteca do Real Gabinete possui a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal. Entre os cerca de 350 000 volumes, nacionais e estrangeiros, encontram-se obras raras como um exemplar da edição "princeps" de Os Lusíadas de Camões (1572), as Ordenações de D. Manuel (1521), os Capitolos de Cortes e Leys que sobre alguns delles fizeram (1539), a Verdadeira informaçam das terras do Preste Joam, segundo vio e escreveo ho padre Francisco Alvarez (1540), um manuscrito da comédia "Tu, só tu, puro amor" de Machado de Assis, e muitas outras. Anualmente, recebe cerca de seis mil títulos de Portugal. Há também uma importante coleção de pinturas de José Malhoa, Carlos Reis, Oswaldo Teixeira, Eduardo Malta e Henrique Medina. Diariamente, recebe, em média, cento e cinquenta visitantes. Entre os seus visitantes ilustres, do passado, encontram-se os nomes de Machado de Assis, Olavo Bilac e João do Rio.[carece de fontes?]

 
Candelabro da sala de leitura

O Real Gabinete edita a revista Convergência Lusíada (semestral) e promove cursos sobre Literatura, Língua Portuguesa, História, Antropologia e Artes, destinados principalmente a estudantes universitários.[carece de fontes?]

A história da Academia Brasileira de Letras está ligada à do Real Gabinete, uma vez que as cinco primeiras sessões solenes da Academia, sob a presidência de Machado de Assis, foram aqui realizadas.[carece de fontes?]

A 5 de julho de 1946 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 19 de agosto de 1947 foi feito Comendador da Ordem de Benemerência, a 9 de abril de 1981 foi elevado a Membro-Honorário da Ordem Militar de Cristo e a 13 de julho de 1990 foi feito Membro-Honorário da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[4]

 
Selo do Real Gabinete em edição antiga de Os Lusíadas

Em julho de 2014 a biblioteca foi listada em 4.ª posição dentre as 20 mais lindas bibliotecas do mundo segundo a revista Time (revista). A publicação destacou sua história, arquitetura e rico acervo de obras lusófonas.[5] [6]

Na cultura popular editar

O prédio histórico foi utilizado como locação para filmes, telenovelas e especiais de televisão, tais como:[carece de fontes?]

Ver também editar

Referências

  1. «O paraíso da língua portuguesa fica no Brasil». ncultura. Consultado em 11 de janeiro de 2016 
  2. Azevedo, Fabiano Cataldo (2008). «Contributo para traçar o perfil do público leitor do Real Gabinete Português de Leitura: 1837-1847» (PDF). Brasília. Ciência da Informação. 37 (2): 20-31. ISSN 1518-8353. Consultado em 5 de novembro de 2010 
  3. Azevedo, Fabiano Cataldo de (2011). «O acervo bibliográfico do Gabinete Português de Leitura como lugar de memória e forma reconhecível: considerações acerca dessas aproximações». Convergência Lusíada (25). ISSN 2316-6134. Consultado em 16 de maio de 2022 
  4. «- Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas». www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 11 de janeiro de 2016 
  5. Time, Revista. «The 20 Most Beautiful Libraries in the World». Consultado em 5 de setembro de 2014 
  6. O GLOBO, Jornal. «Real Gabinete Português de Leitura entra na lista das bibliotecas mais bonitas do mundo». Consultado em 5 de setembro de 2014 

Ligações externas editar