Rede de Emissoras Independentes

A Rede de Emissoras Independentes (também chamada pela sigla REI) foi uma rede de televisão brasileira inaugurada em 1969 que tinha como líder a TV Record de São Paulo, passando ao longo dos anos a ser aderida por estações de diversas cidades do Brasil até seu declínio, em 1975.

Rede de Emissoras Independentes
Rede de Emissoras Independentes
Tipo comercial
País Brasil
Fundação 1969
Extinção 1975
Proprietário Paulo Machado de Carvalho
Cidade de origem São Paulo, SP
Sede São Paulo, SP
Estúdios São Paulo, SP

História editar

A Rede de Emissoras Independentes foi inaugurada por volta de setembro de 1969 para garantir a transmissão a dez estados dos programas da TV Record de São Paulo, que na época havia inaugurado uma nova torre de transmissão com grande potência e alcance,[1] e disputar a liderança na audiência nacional com a Rede Globo e a Rede de Emissoras Associadas.[2]

Um dos primeiros eventos transmitidos pela REI foi o V Festival de Música Popular Brasileira,[3] transmitido através de um sinal da Empresa Brasileira de Telecomunicações (EMBRATEL) utilizado pela TV Record.[4] Em 1970 formou o pool que transmitiu a primeira Copa do Mundo ao vivo para o Brasil.[5] No mesmo ano um leitor da revista Intervalo escreveu uma carta para a publicação reclamando que a TV Ajuricaba, de Manaus, uma das estações afiliadas à REI, recebia apenas o videotape do programa Moacyr Franco Show e, ainda assim, de dois em dois meses.[6] Em 29 de março de 1971 estreou o Jornal da REI, noticiário produzido, além das equipes de reportagem das afiliadas, com o apoio da United Press International e da Eurovisão.[7] No mesmo ano a TV Record inaugurou o Centro de Teleteatro REI, dirigido por Carlos Manga, para a produção de telenovelas.[8] Em 1972 a TV Difusora, afiliada à REI em Porto Alegre, gerou para o Brasil a transmissão da Festa da Uva de Caxias do Sul, a primeira exibição em cores da televisão nacional.[9]

A partir de 1974 o nome REI entrou em desuso. Em maio daquele ano um novo grupo adquiriu o controle acionário da TV Rio, desfazendo a rede.[10] A emissora chegou a formar uma nova rede denominada Sistema Brasileiro de Comunicação com as antigas emissoras que integravam a REI.[11] A rede foi remontada momentaneamente para a exibição das lutas do boxeador Cassius Clay, cujos direitos pertenciam à TV Rio.[12] A marca REI voltou a ser utilizada em 1975 para o duelo entre Clay e Joe Frazier, conforme um anúncio publicado na revista Manchete.[13] Em 1976 tornou-se comum o uso da marca Rede Record.[14] Àquela altura o apresentador de televisão Silvio Santos havia assumido sua parte no controle acionário da emissora paulistana.[15]

Emissoras editar

A REI foi liderada pela TV Record de São Paulo, TV Rio e TV Difusora de Porto Alegre.[16] Durante o período em que esteve em operação foi retransmitida pelas seguintes emissoras:

Referências

  1. «Umas e outras». Cidade de Santos. 30 de setembro de 1969. p. 11 
  2. «CADEIAS DE TV PARA COBERTURA NACIONAL: A SOLUÇÃO». Intervalo (415). 1970. p. 32 
  3. «AS MÚSICAS DO V FESTIVAL DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA». Intervalo (357). 1969. p. 62 
  4. «[sem título]». Cidade de Santos. 15 de novembro de 1969. p. 11 
  5. Castro, Thell de (12 de junho de 2014). «Copa de 1970 foi em cores, mas maioria tinha TV preta e branca». Notícias da TV. Consultado em 30 de janeiro de 2024 
  6. a b Gomes, Francisco de Assis Azize (1970). «UM APÊLO DE MANAUS». Intervalo (407). p. 42 
  7. a b c d e f «[anúncio do Jornal da REI. Diario de Noticias. 28 de março de 1971. p. 23 
  8. Lima, Wladimir (1971). «"ESTAMOS SÓ COMEÇANDO"». Intervalo (467). p. 6 
  9. Domingues, Heron (13 de fevereiro de 1972). «[sem título]». Diario de Noticias. p. 6 
  10. «Mudou de novo». A Tribuna. 24 de maio de 1974 
  11. Martins, Jussara (8 de outubro de 1974). «Alberto Mattos, jornalista a procura de caminhos novos». Diario de Noticias 
  12. «O boxe-retranca». A Tribuna. 31 de outubro de 1974 
  13. a b c d e f g h i j «[anúncio da luta entre Cassius Clay e Joe Frazier]». Manchete (1 224). 1975. p. 103 
  14. «No ar: Ferreira Neto». Diario de Pernambuco. 6 de setembro de 1976. p. B-6 
  15. «Um uísque muito raro». A Tribuna. 2 de abril de 1977 
  16. Domingues, Heron (9 de junho de 1972). «[sem título]». Diario de Noticias. p. 8