Ricardo Cardim

botânico brasileiro

Ricardo Henrique Cardim é um botânico e paisagista brasileiro, mestre em botânica pela Universidade de São Paulo (USP), que atua com biodiversidade nativa e arqueologia botânica para restauro da paisagem natural.[1][2]

Ricardo Cardim
Ricardo Cardim
Cidadania Brasil
Ocupação botânico
Página oficial
http://www.cardimpaisagismo.com.br/

Biografia editar

Formação acadêmica editar

Cardim tem mestrado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), instituição vinculada a Universidade de São Paulo (USP).[1] Defendeu sua dissertação no ano de 2012, com o título Dendrocronologia e anatomia funcional do xilema ativo de Podocarpus lambertii Klotzch ex Endl, sob a orientação de Gregório Ceccatini.[3][4]

Atuação editar

Em 2010, por intermédio do vereador José Luiz Penna (PV), recebeu a Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo concedido pela Câmara Municipal de São Paulo pelas suas pesquisas em biodiversidade nativa que resultaram na criação das três primeiras reservas públicas naturais de Cerrado da cidade de São Paulo.[5][6]

No ano de 2018, publicou o livro Remanescentes da Mata Atlântica: As Grandes Árvores da Floresta Original e Seus Vestígios pela Editora Olhares, que foi finalista no Prêmio Jabuti de 2019 na categoria Ciência.[7][8]

Em 2021, recebeu o Prêmio Muriqui, na categoria Pessoa Física, uma das principais premiações ambientais do país.[9] No ano seguinte, publicou seu segundo livro, Paisagismo Sustentável para o Brasil: Integrando natureza e humanidade no século XXI, também pela Editora Olhares.[10]

Trabalho editar

Ricardo foi o botânico responsável pela iniciativa de clonar a Figueira das Lágrimas, uma figueira-brava com mais de duzentos anos e considerada um monumento vivo da cidade de São Paulo, visando garantir a perpetuação de sua importância histórica e cultural.[11]

Foi curador de duas exposições de longa duração do Museu da Casa Brasileira (MCB), o “A Casa e a Cidade” e “Remanescentes da Mata Atlântica & Acervo MCB”.[12][13] Durante sete anos atuou como colunista da Rádio Estadão.[14][15]

Com o objetivo de resgatar as florestas nativas dentro da cidade, criou a técnica Floresta de bolso aplicada em áreas públicas e privadas com a participação da comunidade em mutirão voluntário, apoiada por empresas e poder público. Trechos de Mata Atlântica foram plantados em diferentes pontos da cidade de São Paulo como o Largo de Pinheiros, Parque Cândido Portinari, Parque da Juventude, Parque do Belém, entre outros.[16][17][18][19]

Em 2019, o projeto da Floresta de Bolso no bairro de Pinheiros foi apresentado como exemplo de solução baseada na natureza para cidades resilientes em publicação da Comissão Europeia, da União Europeia (UE).[20]

Como empresário, possui um escritório de Arquitetura Paisagística em São Paulo trabalha com projetos para o resgate da biodiversidade nativa em diferentes escalas.[21][22]

Referências

  1. a b «Ricardo Cardim». Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Consultado em 28 de junho de 2018 
  2. Nunes, Mônica (30 de março de 2016). «Com suas Florestas de Bolso, o botânico Ricardo Cardim quer 'devolver' a Mata Atlântica à São Paulo». Conexão Planeta. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  3. Cardim, Ricardo (2012). «Dendrocronologia e anatomia funcional do xilema ativo de Podocarpus lambertii Klotzch ex Endl» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  4. Infante, Maisa (25 de julho de 2021). «Ricardo Cardim: A história de um botânico com as plantas». Verde SP. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  5. Cardim, Ricardo (25 de julho de 2011). «medalha anchieta Ricardo Cardim». Árvores de São Paulo. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  6. «Ricardo Cardim». Cardim. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  7. Baima, Cesar (27 de novembro de 2018). «Levantamento inédito mostra as árvores gigantes que sobreviveram na Mata Atlântica». O Globo. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  8. «Prêmio Jabuti anuncia finalistas em todas as categorias; Fernanda Young está na lista». O Globo. 3 de outubro de 2019. Consultado em 3 de outubro de 2019 
  9. «Prêmio Muriqui». Reserva da biosfera da Mata Atlântica. Consultado em 26 de dezembro de 2021 
  10. Gama, Mara (2 de junho de 2022). «Do medo da mata ao jardim sobre a laje, livro faz "DR" sobre o paisagismo». UOL. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  11. Reis, Vivian (22 de setembro de 2017). «Botânico clona árvore mais antiga de SP e planta no Parque Villa-Lobos». G1. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  12. «MOSTRA | REMANESCENTES DA MATA ATLÂNTICA & ACERVO MCB | Museu da Casa Brasileira». Museu da Casa Brasileira. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  13. «MOSTRA | A CASA E A CIDADE – COLEÇÃO CRESPI PRADO |». Museu da Casa Brasileira. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  14. «Ricardo Cardim». CARDIM. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  15. Maria, Ana (26 de novembro de 2013). «Rádios Eldorado e Estadão reconhecem iniciativas socioambientais com Prêmio Pintou Limpeza». Agência Envolverde. Consultado em 16 de novembro de 2022. Cópia arquivada em 16 de novembro de 2022 
  16. «Floresta de Bolso de Pinheiros - SPTV Globo - Ricardo Cardim». SPTV. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  17. SP1 | Floresta de Bolso já ocupa duas regiões na Zona Oeste da capital | Globoplay, Globoplay, 2 de junho de 2017, consultado em 7 de maio de 2020 
  18. «Verdejando encerra edição de 2017 com uma floresta de presente para São Paulo». Rede Globo. 25 de setembro de 2017. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  19. Infante, Maisa (25 de abril de 2018). «Como o projeto Floresta de Bolso quer ajudar SP a ficar mais verde e saudável». Verde SP. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  20. Herzog, Cecilia (22 de outubro de 2019). «The EU–Brazil sector dialogue on nature-based solutions: contribution to a Brazilian roadmap on nature-based solutions for resilient cities.». Comissão Europeia (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2022 
  21. «Ricardo Cardim Paisagismo - Arquitetura Paisagística - Floresta de Bolso». Cardim Paisagismo. Consultado em 16 de novembro de 2022 
  22. «CARDIM • Escritório •» 

Bibliografia editar

  • Remanescentes da Mata Atlântica: As Grandes Árvores da Floresta Original e Seus Vestígios, Editora Olhares, 2018.[1]
  • Paisagismo Sustentável para o Brasil: Integrando natureza e humanidade no século XXI, Editora Olhares, 2020.[2]

Ligações externas editar

  1. Cardim, Ricardo; Zandoná, Luciano Ramos; Vasconcellos, Cássio; Cardim, Ricardo; Cardim, Ricardo (2018). Remanescentes da Mata Atlântica: as grandes árvores da floresta original e seus vestígios = Remnants of the Atlantic forest: the great trees of the original forest and its traces. Museu da Casa Brasileira. São Paulo, Brazil: Olhares : Museu da Casa Brasileira 
  2. Cardim, Ricardo (2022). Paisagismo sustentável para o Brasil: integrando natureza e humanidade no século XXI. São Paulo: Olhares