Rio Guaju

rio brasileiro

O rio Guaju é um rio brasileiro que serve de divisor natural entre os municípios de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, e Mataraca, na Paraíba,[3][4] e cuja bacia interestadual está sob o domínio da União.[5] A área foi palco de muitos acontecimentos históricos relevantes da história do Brasil, principalmente os relativos às então capitanias hereditárias da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Rio Guaju
Rio Guaju
Foz do Guaju
Comprimento
Posição: oeste-leste
Nascente Tabuleiro dos Marcos[nota 1]
Caudal médio 4,03[2] m³/s
Foz Divisa dos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba
Altitude da foz 0 m
Área da bacia 152,6 km²
País(es)  Brasil

História

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Etimologia

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Acredita-se que o termo «Guaju» seja uma corrutela do tupi goiaá-u, que significa «rio dos caranguejos».[6] [nota 2]

Povoamento da região

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Em 1611 o rio teve importância estratégia marcante quando foi nele definido os limites entre as recém-criadas capitanias do Rio Grande do Norte e da Paraíba.[8] Em 26 de janeiro de 1646, Filipe Camarão se entrincheirou às margens do rio com 650 homens e repeliu seis ataques do comandante das forças neerlandesas Reinberg, que liderava mil homens, entre europeus e índios potiguaras.[9][6]

Bacia hidrográfica

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Características gerais

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O Guaju nasce no Tabuleiro dos Marcos, município potiguar de Canguaretama, a uma altitude aproximada de 87 metros e segue o curso oeste–leste até a foz, no Oceano Atlântico.[10] A bacia abrange uma área de 152,6 km², o que representa apenas 0,27% da área total do estado da Paraíba[10] e cerca de 0,30% do território potiguar.[2] São afluentes da margem esquerda os riacho Uriuninha e Uriúna e o rio Pau-Brasil, e da margem direita afluem os rios da Volta, do Meio, Catu e o do Coelho.[3]

O clima na região da bacia é quente e úmido com chuvas de outono e inverno,[10] as quais decrescem do litoral para o interior, passando de mais de 1.500 mm na foz para pouco menos de 1.200 mm na região mais a montante, próximo à nascente.[2]

 
Embora raro na região, o tamanduá-de-colete ainda pode ser visto na bacia do Guaju.

A formação vegetal dominante é o cerrado arbóreo-arbustivo, o qual se desenvolve na região dos Tabuleiros. Já na região costeira há a formação de Mata Atlântica já muito devastada pela ação humana.[10] Na bacia destaca-se a Mata da Estrela, área de 1.833 hectares tombada para proteção do ecossistema da Mata Atlântica, sob responsabilidade da prefeitura de Baía Formosa.[2] Tal área se constitui num dos pouquíssimos resquícios desse tipo de floresta úmida do Rio Grande do Norte, o que lhe confere importância singular.

A região é habitat de espécies como tatu-peba, tamanduá-de-colete e camaleão. A foz é área de aparição eventual de manadas de peixes-bois-marinhos.[11]

Antropismo

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A bacia do Guaju sofre bastante interferência da presença humana, visto que em sua área há grandes propriedades canavieiras.[5] Além disso, há áreas de pastagens para pecuária extensiva, assim como roças de agricultura familiar, em especial nos baixos vales dos rios da bacia.[5] Além disso, há ainda a exploração de minerais da mineradora Millenium, empresa multinacional localizada na foz do rio, no município de Mataraca.[5]

Demograficamente, a população é construída em sua maioria por pessoas de baixa renda, com ganho menor ou igual a um salário mínimo.[5] Tal população apresenta altas taxas de desemprego, dificuldades no acesso a educação, assistência médica e transporte, aliada a falta de infra-estrutura básica em suas moradias.[5]

Notas

  1. Refere-se aos antigos marcos geográficos divisórios entre os dois estados. Em virtude disso, o rio já foi também conhecido como rio dos Marcos.[1]
  2. O rio também foi conhecido no passado Guaratamá.[7]

Referências

  1. Departamento Estadual de Estatística do RN (1939). Divisão territorial do estado do Rio Grande do Norte. [S.l.]: Impr. oficial. 86 páginas 
  2. a b c d Adm. do sítio web (2011). «Bacia do Guaju» (PDF). Acervo do Governo do Estado do Rio Grande do Norte. Consultado em 14 de julho de 2014 
  3. a b Adm. do sítio web (2005). «Diagnóstico do município de Mataraca» (PDF). Ministério das Minas e Energia. Consultado em 14 de julho de 2014 
  4. Adm. do portal (2009). «Foz do Guaju». Secretaria do Patrimônio da União. Consultado em 14 de julho de 2014 
  5. a b c d e f HUNKA, Pavla et alii (2007). «Uma experiência na bacia do rio Guaju» (PDF). Geociências – UFPB. Consultado em 14 de julho de 2014 
  6. a b SOARES, Antonio; SOARES FILHO, António (1985). Notas de história. [S.l.]: Fundação José Augusto. 94 páginas 
  7. CÂMARA CASCUDO, Luís da (1968). Nomes da terra: geografia, história e toponímia do Rio Grande do Norte. [S.l.]: Fundação José Augusto. 321 páginas 
  8. MEDEIROS FILHO, Olavo de (1988). Naufrágios no litoral potiguar. [S.l.]: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. 60 páginas 
  9. DONATO, Hernâni (1996). Dicionário das batalhas brasileiras. [S.l.]: Ibrasa. 593 páginas. ISBN: 9788534800341 
  10. a b c d Adm. sítio web (2010). «Bacia hidrográfica do rio Guaju». Ideme – Paraíba. Consultado em 14 de julho de 2014. Arquivado do [file:///C:/Users/F%C3%A1bio/Downloads/VIII%20-%20%20Bacia%20%20Hidrogr%C3%A1fica%20do%20%20Rio%20Guaju.pdf original] Verifique valor |URL= (ajuda) (PDF) em 12 de agosto de 2013 
  11. CALHEIROS, Celso (3 de fevereiro de 2010). «Um novo mapa para os peixes-boi». Portal Eco. Consultado em 14 de julho de 2014 
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