Joya de Cerén é um sítio arqueológico pré-colombiano maia, localizado próximo de San Juan Opico, departamento de La Libertad, em El Salvador. Trata-se de um dos mais importantes sítios mesoamericanos, pois aqui é possível conhecer pormenores da vida cotidiana de uma aldeia agrícola maia do século VII, altura em que o sítio foi destruído por uma erupção vulcânica, o que leva a crer muitas vezes se refira como a Pompeia das Américas. Não se conhece ainda a real extensão deste sítio uma vez que continuam os trabalhos de prospecção arqueológica. Joya de Cerén foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO em 1993.

Sítio arqueológico de Joya de Cerén 

Temazcal

Critérios C (iii)(iv)
Referência 675 en fr es
Países El Salvador
Coordenadas 13º 49' 39" N 89º 22' 09" O
Histórico de inscrição
Inscrição 1993

Nome usado na lista do Património Mundial

História e importância de Joya de Cerén editar

Habitado desde o pré-clássico médio (900 a.C.), este povoado agrícola foi abandonado em 250 em consequência da erupção do vulcão Ilopango, a qual cobriu grande parte do que hoje é El Salvador sob uma camada de cinzas. Este fato levou ao abandono desta região e à interrupção do desenvolvimento cultural maia no período pré-clássico tardio. Passados 150 anos desde a erupção do Ilopango, a região começou a ser novamente ocupada, pois o novo solo vulcânico já permitia o cultivo. O estabelecimento de Joya Cerén terá ocorrido antes do final do século VI e era tributária de San Andrés.

Pouco tempo depois, cerca do ano 600, Joya de Cerén foi destruída por uma nova erupção, desta vez do vulcão de Loma Caldera, situado a menos de 1 km do povoado. Apesar desta erupção ter afetado uma área de apenas 5 km², ela foi suficiente para soterrar a aldeia sob 14 camadas de cinza vulcânica que se depositou em várias camadas distintas, com temperaturas entre os 100 e 500 °C,[1] protegendo assim as construções e utensílios da ação dos elementos. Pensa-se que os habitantes de Joya Cerén terão tido tempo para escapar, pois não foram encontrados até ao momento quaisquer corpos. Ao fugir deixaram atrás de si os seus utensílios, cerâmicas e alimentos.

 
Desenho artístico mostrando como seria a casa (estrutura 1) baseado nas ruínas escavadas na zona 1.

O sítio foi descoberto em 1976, quando se executavam trabalhos de terraplanagem durante a construção de uns silos. Os primeiros trabalhos de análise foram efetuados em 1978 e 1980 por Payson Sheets, professor de antropologia na Universidade do Colorado em Boulder. Os trabalhos de escavação foram interrompidos durante a guerra civil, sendo retomados em 1989 até 1996.

Estruturas do sítio editar

As casas dos habitantes de Joya Cerén são constituídas por três unidades separadas: os dormitórios, a cozinha (onde se encontraram facas, mós, vasilhas com restos de comida (feijões, cacau, malaguetas), pratos de barro, entre outros) e o armazém. Podem ainda ter uma quarta unidade (oficina, temazcal). As casas tinham os seus próprios terrenos de cultivo e em alguns casos estes estavam limitados por uma cerca de madeira.

As estruturas religiosas são a estrutura 10 (com função possivelmente religiosa, como uma confraria) e a estrutura 12 (a casa do xamã ou líder religioso do sítio). As estruturas políticas são a estrutura 3 (a maior de Joya de Cerén) ligada por uma praça à estrutura 13.

Referências

  1. Conozcamos Joya de Cerén Consultado em 1 de Maio de 2007

Ligações externas editar