Baunilha[1][2][3][4][5] ou vanilla é o nome que, dentro do jargão da subcultura BDSM, se aplica ao chamado sexo convencional. Predominantemente, o termo é utilizado para denominar as condutas sexuais que caem dentro da faixa de normalidade para uma determinada cultura ou subcultura, e se refere geralmente aos comportamentos sexuais que não incluem elementos de BDSM, parafilias, kinks ou fetichismos. Usa-se o termo também em forma pejorativa e nesse sentido indica sexo "pouco ousado" ou "entediado".[6]

Etimologia

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O termo "baunilha" em "sexo de baunilha" deriva do uso do extrato de baunilha como aromatizante básico para sorvete e, por extensão, significa simples ou convencional. Em relacionamentos em que apenas um parceiro desfruta de formas menos convencionais de expressão sexual, o parceiro que não gosta de tais atividades tanto quanto o outro é frequentemente chamado de parceiro baunilha. Como tal, é fácil para eles serem erroneamente rotulados como não aventureiros em questões sexuais.[7] Embora não se saiba quando esse termo foi usado pela primeira vez, Gayle Rubin o usou já em 1984, em seu ensaio Reflecting on Sex: Notes for a Radical Theory of Sexuality.[8]

Descrição

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O que é considerado sexo convencional depende de normas culturais e subculturais. Entre os casais heterossexuais do mundo ocidental, por exemplo, muitas vezes se refere à relação sexual na posição de missionário. Também pode se referir ao sexo com penetração que não inclui nenhum elemento BDSM, parafilia ou fetiche.

Segundo o British Medical Journal o sexo convencional entre colegas homossexuais é o "sexo que não vai para além do afeto, masturbação mútua, sexo oral e anal".[9] Ademais incluem-se os atos sexuais não penetrativos, como sexo intercrural, frot, sumata e tribadismo; esta última é uma prática comum entre lésbicas e sáficas, mas raramente estudada.[10][11]

Referências

  1. «"Baunilha" nunca mais: dicas para começar a praticar sadomasoquismo no sexo». www.uol.com.br. Consultado em 27 de março de 2022 
  2. Verdugo, Senhor. «O que é "baunilha"?». Portal BDSM 
  3. «BDSM para baunilhas - Jornalismo Júnior» (em inglês). Consultado em 27 de março de 2022 
  4. «BAUNILHA X BDSM». Dom Barbudo. 11 de junho de 2021. Consultado em 27 de março de 2022 
  5. «Baunilha». Almanaque Virtual. 1 de outubro de 2017. Consultado em 27 de março de 2022 
  6. «What 'Vanilla Sex' Actually Means (According to Experts, and You)». www.vice.com (em inglês). Consultado em 27 de março de 2022 
  7. Nichols, Margaret (2006). «Psychotherapeutic Issues With 'Kinky' Clients: Clinical Problems, Yours and Theirs». In: Kleinplatz; Moser. Sadomasochism: Powerful Pleasures. New York: Harrington Park Press. pp. 281–300. ISBN 978-1560236399. OCLC 61758612  Paper on the difficulties facing "vanilla partners". Sadomasochism: Powerful Pleasures no Google Livros.
  8. Gayle Rubin (1989). «Reflexionando sobre el sexo: notas para una teoría radical de la sexualidad». In: Vance, Carole S. (Comp.). Placer y peligro. Explorando la sexualidad femenina. (PDF). Madrid: Revolución. pp. 113–190 
  9. Bell, Robin (13 de fevereiro de 1999). «Homosexual men and women». BMJ. 318 (7181): 452–5. PMC 1114912 . PMID 9974466. doi:10.1136/bmj.318.7181.452. Consultado em 9 de novembro de 2011 
  10. Carroll, Janell L. (2009). Sexuality Now: Embracing Diversity Third ed. Belmont, Calif.: Cengage Learning. p. 629. ISBN 0495602744. OCLC 426044136. Consultado em 19 de dezembro de 2010 
  11. Halberstam, Judith (1998). Female Masculinity. Durham, N.C.: Duke University Press. p. 61. ISBN 0822322439. OCLC 39235591. Consultado em 19 de dezembro de 2010