Sismo de Canterbury de 2016

O sismo de Cantebury de 2016 ou sismo de Kaikoura de 2016, foi um abalo sísmico ocorrido em 13 de novembro de 2016 às 11h02 UTC (14 de novembro às 00h02 locais) na região de Canterbury, Nova Zelândia. O tremor atingiu magnitude 7,8 segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos,[1] O epicentro foi a 93 km de distância de Christhchurch.[2]

Sismo de Cantebury de 2016
Sismo de Kaikoura de 2016
Sismo de Canterbury de 2016
Área atingida pelo sismo
Sismo de Canterbury de 2016 está localizado em: Nova Zelândia
Profundidade 15.0 km
Magnitude 7.8 MW
Data 13 de novembro de 2016
Zonas mais atingidas Ilha Sul da Nova Zelândia
Vítimas 2 mortos e 57 hospitalizados

Este foi um dos cinco sismos mais intensos já registrados na Nova Zelândia[3] e também está entre os cinco mais fortes de 2016[4] Os sismos do Equador,[5] das Ilhas Salomão[6] e da Indonésia também alcançaram magnitude 7,8,[7] e o sismo da Papua Nova Guiné atingiu a magnitude 7,9.[8]

Alerta de Tsunami editar

Cerca de uma hora após o tremor, a defesa civil da Nova Zelândia deu alerta de tsunami para o litoral oriental das ilhas Norte e do Sul.[9] A previsão inicial era de que ondas de 3 a 5 metros de altura atingissem a região.[10] De fato, ondas de 2,5 metros atingiram o litoral de Kaikoura,[11] assim como em Christchurch (1 metro) e na capital Wellington (50 cm de altura)[12] mas sem provocar grandes danos.[13][14] Não obstante, milhares de pessoas que vivem próximo ao litoral tiveram que abandonar suas casas e se refugiar em lugares mais altos.

Vítimas e danos editar

Apesar da intensidade do sismo, apenas duas mortes foram relatadas,[15] sendo uma delas por infarto e outra vítima de desabamento[16][17] e dezenas de pessoas ficaram feridas. Dois sobreviventes foram resgatados dos escombros.[18] Danos também foram registrados em Wellington, onde ocorreram apagões[19][20][21] e interrupção do serviço de transporte público.[22] Em Kaikoura, famosa por ser um ponto de observação de baleias,[23][24] cerca de 2 mil moradores e 1,2 mil turistas ficaram isolados,[25] devido a desmoronamentos de terra que bloquearam estradas e ferrovias na Ilha do Sul.[26] O serviço telefônico da cidade também ficou inoperante.[27] Helicópteros e embarcações militares neozelandesas, apoiados por navios dos Estados Unidos, Austrália e Canadá foram enviados à região em missão de resgate.[28][25] Curiosamente, os navios estrangeiros já estavam na Nova Zelândia antes do sismo, em virtude da celebração dos 75 anos da Marinha neozelandesa,[29] mas diante do cenário de caos e destruição tiveram que mudar de planos. Escolas e universidades da região foram fechadas.[30][31]

Centenas de réplicas foram registradas nas horas seguintes, as mais intensas de magnitude 6,5[32][33] O Rio Clarence, que atravessa o nordeste da Ilha Sul teve seu curso bloqueado por um deslizamento de terra, o que aumenta o risco de transbordamento no local.[34]

Kaikoura e a região de Marlborough foram as regiões com danos mais significativos.[35] O primeiro-ministro John Key visitou as áreas afetadas, classificando a situação como um “desastre total” e estima que será necessário no mínimo US$ 1,5 bilhões[36] para recuperar os estragos, embora ainda não tenha números exatos.[19][37] Cerca de US$ 5,3 milhões foram destinados a pequenas empresas com até 20 empregados, forma de subsidiar o salário dos trabalhadores que ficaram impedidos de laborar em decorrência do sismo.[38] [39] O secretário de Estado dos Estados Unidos John Kerry prometeu que seu país ajudará a Nova Zelândia no que for possível.[40]

O sismo alterou a geologia da Nova Zelândia. O litoral norte da Ilha do Sul se elevou de 1 a 3 metros.[41] No litoral de Kaikora algumas áreas do solo submarino se ergueram por mais de dois metros, resultando em estranhas formações rochosas.[42] O tremor também provocou a ruptura de seis falhas tectônicas na região, sendo quatro no mar, junto ao litoral e outras duas em terra firme, próximas do epicentro. Nessas falhas, as rochas se moveram em várias direções. Essas rupturas deverão resultar em novos sismos em um futuro próximo.[43][44]

Sismos são frequentes na Nova Zelândia, pois o país se localiza na junção das placas tectônicas da Austrália e do Oceano Pacífico,[45] e que faz parte do Círculo de Fogo do Pacífico.[46] Em 2011 um forte tremor de magnitude 6,3 resultou na morte de 185 pessoas em Christchurch.[47]

Ver também editar

Referências

  1. «M7.8 - 53km NNE of Amberley, New Zealand». earthquake.usgs.gov. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  2. «Nova Zelândia emite alerta para tsunami após terremoto». Terra 
  3. «7.8 earthquake: How does it compare?». New Zealand Herald (em inglês). 16 de novembro de 2016. ISSN 1170-0777 
  4. «Latest Earthquakes». earthquake.usgs.gov. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  5. País, Ediciones El (19 de abril de 2016). «Terremoto de magnitude 7,8 mata mais de 480 na costa do Equador». EL PAÍS 
  6. «M7.8 - 68km WSW of Kirakira, Solomon Islands». earthquake.usgs.gov. Consultado em 8 de dezembro de 2016 
  7. «Indonésia suspende alerta de tsunami após forte terremoto - 02/03/2016 - Mundo - Folha de S.Paulo». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  8. «M7.9 - 46km E of Taron, Papua New Guinea». earthquake.usgs.gov. Consultado em 17 de dezembro de 2016 
  9. Group, Global Media (13 de novembro de 2016). «Alerta de tsunami na Nova Zelândia após sismo de 7,4». JN 
  10. «Emitido alerta de tsunami na Nova Zelândia - Mundo - RTP Notícias». www.rtp.pt. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  11. «Vacas ilhadas: as imagens da destruição causada por terremoto na Nova Zelândia». Terra 
  12. «2.5 METRE TSUNAMI HITS NZ AFTER DEADLY M7.5 QUAKE (All warnings now CANCELLED)». WeatherWatch.co.nz. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  13. «Tsunami de 2 metros atinge Nova Zelândia após terremoto | EXAME.com - Negócios, economia, tecnologia e carreira». exame.abril.com.br. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  14. «Tsunami atinge nordeste de ilha da Nova Zelândia, diz defesa civil». Notícias ao Minuto. 13 de novembro de 2016 
  15. http://www.dothnews.com.br. «Ministro confirma que houve mortos em terremoto na Nova Zelândia» 
  16. «Ministro confirma vítimas em terremoto na Nova Zelândia». Jornal do Brasil 
  17. «Terremoto deixa dois mortos na Nova Zelândia - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 14 de novembro de 2016 
  18. «Tragic rescue: 100-year-old pulled from rubble after son killed in devastating quake». New Zealand Herald (em inglês). 14 de novembro de 2016. ISSN 1170-0777 
  19. a b «Terremoto deixa dois mortos e dezenas de feridos na Nova Zelândia - Opinião e Notícia». Opinião e Notícia. 14 de novembro de 2016 
  20. «Gazeta Digital: Terremoto na Nova Zelândia causa danos». Gazeta Digital. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  21. Minas, Estado de (13 de novembro de 2016). «Tremores são sentidos na capital de Nova Zelândia». Estado de Minas 
  22. «Nova Zelândia prevê gasto bilionário para cobrir estragos do terremoto». O Globo. 14 de novembro de 2016 
  23. «Nova Zelândia planeja resgate de turistas após terremoto». O Globo. 14 de novembro de 2016 
  24. «Turistas bloqueados após terremoto na Nova Zelândia são resgatados - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 15 de novembro de 2016 
  25. a b ShareAmerica (16 de novembro de 2016). «Buque estadounidense ayuda a Nueva Zelanda a recuperarse tras el terremoto | ShareAmerica». ShareAmerica (em espanhol) 
  26. «Mais de 1.000 pessoas estão isoladas em cidade da Nova Zelândia | VEJA.com». VEJA.com. 14 de novembro de 2016 
  27. «Vacas ficam 'ilhadas' após terremoto na Nova Zelândia». Mundo. 14 de novembro de 2016 
  28. «Un primer barco llega a la zona del terremoto en Nueva Zelanda | AFP | Internacionales Panamá». metrolibre.com. Consultado em 16 de novembro de 2016 
  29. «Navios de guerra vão a ilha da Nova Zelândia resgatar turistas isolados após terremoto». www.jornalfloripa.com.br. Consultado em 17 de novembro de 2016 
  30. «Unfair to make many students sit NCEA exams today - John Key». New Zealand Herald (em inglês). 14 de novembro de 2016. ISSN 1170-0777 
  31. «Earthquake: Schools, universities closed, exams disrupted». Stuff. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  32. «M6.5 - 38km WSW of Kaikoura, New Zealand». earthquake.usgs.gov. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  33. «M6.5 - 17km NNW of Kaikoura, New Zealand». earthquake.usgs.gov. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  34. EFE, Agencia. «Nueva Zelanda se recupera en medio de réplicas». IndicePR 
  35. «Nueva Zelanda evacuó a turistas tras terremoto». Capital Media 
  36. «Una grieta aparece en una presa tras el terremoto en Nueva Zelanda - RT». RT en Español 
  37. «Nova Zelândia precisa de bilhões de dólares para reparar danos - Vídeos - Band News TV - Band.com.br». Band News TV. Consultado em 15 de novembro de 2016 
  38. «Nueva Zelanda prepara 5,3 millones de dólares en ayudas tras el terremoto» 
  39. «Nueva Zelanda prepara 5.3 MDD en ayudas tras el terremoto». EL INFORMADOR 
  40. «Kerry envia condolências a colega neozelandês por forte terremoto - Internacional - Estadão». Estadão 
  41. «Terremoto mudou toda a geologia da Nova Zelândia - Mundo & Ciência - O Dia». O Dia 
  42. «Nova Zelândia: terremoto ergueu por 2 metros o leito submarino». www.apolo11.com. Consultado em 18 de novembro de 2016 
  43. admin (17 de novembro de 2016). «El terremoto de Nueva Zelanda quebró 6 fallas geológicas Ecatepec». Noticias de Ecatepec (em espanhol) 
  44. «New Zealand Quake Ruptured 6 Faults». Live Science 
  45. «Nova Zelândia é atingida por grandes tremores há 8 mil anos, diz pesquisa». Natureza. 26 de julho de 2012 
  46. Group, Global Media (13 de novembro de 2016). «Nova Zelândia - Sismo sentido em todo o país. Vídeos mostram poder do abalo». DN 
  47. «Centenas de abalos atingem Nova Zelândia após forte terremoto». Jornal Nacional. 14 de novembro de 2016 
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