Maria Sofia Jobim Magno de Carvalho (Avaré, 19 de setembro de 1904Rio de Janeiro, 2 de julho de 1968) foi uma feminista, museóloga, professora, pedagoga, psicóloga, artista e pintora brasileira.[1][2][3][4]

Sophia Jobim
Maria Sofia Jobim Magno de Carvalho
Ficheiro:Sofia Jobim.jpg
Sophia Jobim por Ladislas Burjan - Museu Historico Nacional
Nascimento 19 de setembro de 1904
Avaré, SP
Morte 02 de julho de 1968 (63 anos)
Rio de Janeiro, GB
Residência Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade brasileira
Cônjuge Waldemar Magno de Carvalho
Alma mater Central School of Art and Design
Religião catolicismo
Campo(s) Moda Culinaria Museologia
arte

Biografia editar

Maria Sofia Pinheiro Jobim Magno de Carvalho ou Sophia Jobim nasceu em 19 de setembro de 1904, em Avaré, São Paulo, onde estudou no Colégio das Freiras Marcelinas, concluindo em seguida o curso normal, na Escola Normal de Itapetininga.

Casou-se, em 1927, com o engenheiro Waldemar Magno de Cavalho. Foi professora de história na Escola Normal Santos Dumont, em Palmira, Minas Gerais. Mais tarde, lecionou no Instituto Orsina da Fonseca, no Rio de Janeiro e indumentária no Seminário de Arte Dramática do Teatro do Estudante, de Paschoal Carlos Magno. Foi lá que ela conheceu Bibi Ferreira, para quem desenhou os figurinos de Senhora. Quando o Teatro do Estudante fechou as portas, os alunos convidaram-na a ministrar as aulas de usos e costumes do Conservatório Nacional de Teatro do Ministério da Educação.[5]

Em seus estudos de aperfeiçoamento pedagógico, dedicou-se à psicologia experimental, com ênfase na psicologia do adolescente.

Fundou, em 1932, o Liceu Império, escola de artes profissionalizante para moças, que veio a se tornar uma das mais conceituadas escolas profissionais no Rio de Janeiro e da qual foi diretora por 22 anos.[5]

Foi quem introduziu o ensino da disciplina de Indumentária Histórica em 1949 na Escola Nacional de Belas Artes. Defendia que o estudo do vestuário era ao mesmo tempo ciência e arte.[5]

Foi uma das pioneiras na luta dos direitos das mulheres no Brasil, sendo membra e uma das delegadas da Federação pelo progresso feminino, e, em 1947, juntamente com Bertha Lutz e Carolina Tibbets, fundou a primeira sede do Clube Soroptimista no Brasil, em sua residência, sendo uma associação de mulheres que deseja melhorar a condição de vida das mulheres e as suas condições locais de vida, tendo inicialmente 20 membros tais como Anésia Pinheiro Machado, Maria Lenk, entre outras.[6] Sendo presidenta eleita por quatro anos e auxiliando na fundação de outras sedes pelo Brasil e também colaborando com as autoridades constituídas, como a ONU e a UNICEF, para a proteção da maternidade e à infância e com a UNESCO, pela erradicação do analfabetismo. Sendo também presidente da mesa redonda Pan-Americana do Brasil.[7]. Também foi a fundadora da Liga das Mulheres Votantes do Brasil.[8] Participou de associações internacionais de defesa da mulher e representou as brasileiras em vários congressos, como: Congresso da Liga Internacional de Mulheres (Luxemburgo, 1946) Congresso do Conselho Internacional de Mulheres (Atenas, 1951), XVII Congresso da Aliança Internacional de Mulheres (Ceilão, 1955).[6]

Estudou e pesquisou indumentária histórica no Victoria and Albert Museum e também na Central School of Art and Design em Londres, no Carnavalet em Paris, no Metropolitan Museum e também na Traphagen School of Fashion em Nova Iorque e no Museu Benaki, em Atenas. Estudou arte bizantina no Museu Bizantino de Atenas e arqueologia no Museu do Cairo, no Egito, onde esteve em missão cultural, e temas arqueológicos no Britsh Museum, entre outros.[5]

Ao longo de sua vida colecionou inúmeras peças, constituindo um grande acervo, fundando, em 1960, em sua residência, o Museu de Indumentária Histórica e Antiguidades do Rio de Janeiro, sendo este o primeiro de seu tipo em toda América Latina.[9] Devido ao seu inesperado falecimento, assim levando ao encerramento do museu, parte do acervo foi postumamente doado ao Museu Histórico Nacional, sendo uma das mais importantes coleções de indumentária da America Latina.

Faleceu no Rio de Janeiro em 2 de julho de 1968 no hospital Pedro Ernesto.

Referências editar

  1. "Sophia Jobim Magno de Carvalho: arte, cultura, modéstia" (Correio da Manhã, 12/01/1964)
  2. Castro, Lysa (Setembro de 1956). «A mais versátil mentalidade feminina». Revista da Semana: 5 caderno , pg 7. Consultado em 20 de maio de 2018 
  3. «A exposição que vale 1 milhão: são roupas». Correio de manhã. 15 de agosto de 1970. Consultado em 20 de maio de 2018 
  4. «Americanas ouviram falar das mulheres brasileiras». Folha da Manhã. 21 de fevereiro de 1958. Consultado em 20 de maio de 2018 
  5. a b c d Volpi, Maria (31 de janeiro de 2016). «Sofia Jobim e o ensino da indumentária histórica na E.N.B.A». Revista Maracanan. 12. doi:10.12957/revmar.2016.20876 
  6. a b «Descrição: Sophia Jobim: trajetória e individualidade. Uma experiência singular do feminismo brasileiro». bdtd.ibict.br. Consultado em 25 de maio de 2018 
  7. «Viajantes». jornal do brasil. 2 de agosto de 1955 
  8. «Indumentária e Recital de Declamação». Correio de Manhã. 15 de junho de 1956. Consultado em 20 de maio de 2018 
  9. «Biblioteca Virtual do MHN - DocReader Web». docvirt.com. Consultado em 9 de maio de 2018