Trina Robbins (nascida em 1938) é uma artista de quadrinhos norte-americana. Ela foi uma das primeiras participantes do movimento underground comix, e uma das primeiras artistas do sexo feminino no movimento. Como cartunista e historiadora, Robbins tem se dedicado a promover mulheres quadrinistas e a criar espaços para elas publicarem seus trabalhos. Na década de 1980, Robbins tornou-se a primeira mulher a desenhar quadrinhos da Mulher Maravilha.  Ela é membro do Will Eisner Hall of Fame.

Trina Robbins
Nascimento 17 de agosto de 1938
Nacionalidade Americana
Trabalhos de destaque Wimmen's Comix

Vampirella
Women and the Comics

Prêmios
Site oficial [1]

Carreira editar

Primeiros trabalhos editar

Robbins era membro ativa do fandom de ficção científica na década de 1950. Suas ilustrações apareceram em fanzines de ficção científica como Habakkuk, indicado ao prêmio Hugo.

Histórias em quadrinhos editar

Os primeiros quadrinhos de Robbins foram publicados no jornal alternativo East Village Other; ela também contribuiu para a revista underground Gothic Blimp Works.

Em 1969, Robbins desenhou o uniforme da personagem Vampirella, da Warren Publishing, para o artista Frank Frazetta, em Vampirella #1 (Set. 1969).[1]

Ela mudou-se de Nova York para San Francisco em 1970, onde trabalhou no jornal alternativo feminista It Ain't Me, Babe. Nesse mesmo ano, ela, juntamente com a colega artista Barbara "Willy" Mendes, estabeleceu a primeira revista em quadrinhos feita somente por mulheres, a one-shot It Ain't Me, Babe Comix.[2][3] Deste período em diante, Robbins tornou-se cada vez mais envolvida na criação de mercados para mulheres quadrinistas e na promoção de suas histórias em quadrinhos, através de projetos como a antologia Wimmen's Comix, na qual colaborou por vinte anos. Na Wimmen's Comix #1 Robbins publicou a história  "Sandy Comes Out", a primeira tira em quadrinhos com uma personagem abertamente lésbica.[4][5]

Robbins tornou-se cada vez mais enfática em suas crenças, criticando o artista Robert Crumb pela misoginia percebida em muitos de seus quadrinhos. Ela disse, "É estranho para mim como é que as pessoas estão dispostas a ignorar a terrível escuridão no trabalho de Crumb ... O que diabos é engraçado sobre estupro e assassinato?"[6]

No início da década de 1980 Robbins criou adaptações das obras Dope de Sax Rohmer e The Silver Metal Lover, de Tanith Lee. Em meados da década de 1980, ela escreveu e desenhou Misty para o selo infantil Star Comics da Marvel Comics. A série de curta duração era uma releitura da personagem de longa data Millie the Model, agora adulta, administrando sua própria agência de modelos e cuidando de sua sobrinha Misty.

O envolvimento oficial de Robbins com a Mulher Maravilha, uma personagem admirada por ela há muito tempo, começou em 1986. Na conclusão do primeiro volume da série (em conjunto com a série Crise nas Infinitas Terras), a DC Comics publicou uma série limitada em quatro edições, intitulada The Legend of Wonder Woman (A Lenda da Mulher-Maravilha), escrita por Kurt Busiek e desenhada por Robbins. Robbins foi a primeira mulher a desenhar uma história em quadrinhos da Mulher Maravilha .[7] A série homenageia as raízes da personagem da era de Ouro. A quadrinista também figurou como personagem em Wonder Woman Annual 2 (1989). Em meados da década de 1990, Robbins criticou a representação da Mulher Maravilha feita pelo artista Mike Deodato, chamando a versão da personagem desenhada pelo artista de "uma pinup hiperssexual sumariamente vestida."[8] No final da década de 1990, Robbins colaborou com Colleen Doran na graphic novel da DC Comics Wonder Woman: The Once and Future Story, sobre o tema da violência conjugal.

Robbins tem escrito as aventuras de Honey West, uma das primeiras detetives particulares da ficção.

Escrita e ativismo editar

Além de seu trabalho nas histórias em quadrinhos, Robbins é autora de livros de não-ficção sobre a história das mulheres na profissão.

Seu primeiro livro, em co-autoria com Catherine Yronwode, foi Women and the Comics, uma história das mulheres criadoras de tiras e revistas em quadrinhos. Como um dos primeiros livros publicados sobre este assunto, ele foi coberto na grande imprensa, além de a imprensa especializada.[9][10][11] Robbins publicou outros livros s sobre as mulheres na indústria de quadrinhos, incluindo  A Century of Women Cartoonists (1993), The Great Women Superheroes (1997), From Girls to Grrrlz: A History of Women’s Comics from Teens to Zines (1999), e The Great Women Cartoonists (2001). Seu mais recente trabalho, Pretty In Ink, publicada pela Fantagraphics, abrange a história  das mulheres nos quadrinhos  americanos, da tira de Rose O'Neill The Old Subscriber Calls, de 1896, até o presente.[12]

Robbins foi co-fundadora da Friends of Lulu,[13] uma organização sem fins lucrativos formada em 1994, para promover a leitura de histórias em quadrinhos por mulheres e a participação delas na indústria de quadrinhos.

Robbins é destaque no filme da história feminista  She's Beautiful When She's Angry.[14][15]

Prêmios e reconhecimento editar

Robbins foi convidada especial da San Diego Comic-Con de 1977[16] , quando ela foi premiada com um Inkpot Award. Ela ganhou um Prêmio de Realização Especial do San Diego Comic Con em 1989, em seu trabalho com Strip AIDS U. S. A., um livro beneficente que ela co-editou com Bill Sienkiewicz e Robert Triptow.[17]

Em 2002, Robbins recebeu o John Buscema Haxtur Award, um reconhecimento para quadrinhos publicados na Espanha.[18]

Em 2011, as obras de arte de Robbins foram exibidas na Koffler Gallery na mostra  Graphic Details: Confessional Comics by Jewish Women.[carece de fontes?]


Em julho de 2013, durante a San Diego Comic-Con, Robbins foi uma dos seis homenageados no Will Eisner Hall of Fame. O prêmio foi apresentado por Sergio Aragonés, cartunista da revista Mad e criador de Groo, o Errante. Os outros homenageados foram de Lee Falk, Al Jaffee, Mort Meskin, Joe Sinnott e Spain Rodriguez.[19]

Referências

  1. «The Warren Magazines» 
  2. Krensky, p. 74.
  3. Kaplan, p. 79.
  4. Kaplan, Arie. Masters of the Comic Book Universe Revealed!. (Chicago Review Press, 2006) ISBN 1-55652-633-4, p.86.
  5. Bernstein, Robin (July 31, 1994). "Where Women Rule: The World of Lesbian Cartoons". The Harvard Gay & Lesbian Review 1 (3): 20.
  6. Sabin, Roger (1996). "Going underground". Comics, Comix & Graphic Novels: A History Of Comic Art. London, United Kingdom: Phaidon Press. pp. 92. ISBN 0-7148-3008-9.
  7. «Q & A with Trina Robbins – first woman to draw Wonder Woman comics (with video) | Vancouver Sun». Consultado em 16 de março de 2018. Cópia arquivada em 3 de novembro de 2015 
  8. Trina Robbins, The Great Women Superheroes (Kitchen Sink Press, 1996) ISBN 0-87816-481-2, p. 166.
  9. "Women in the Comics: Assertive and Independent Women Make a Comeback" Miami Herald (newspaper), December 1, 1988.
  10. "Comic Books Are For Adults Too" by William Singleton, Scripps Howard News Service, Chronicle-Telegram (newspaper), January 7, 1988.
  11. "Funny How Things Change" Daily Herald (newspaper), December 28, 1988.
  12. added Pretty in Ink reference
  13. Wilonsky, Robert (May 18, 2000). "Fatal femmes: Why do women in comics become Women in Refrigerators?". Dallas Observer.
  14. «The Women» 
  15. «The Film — She's Beautiful When She's Angry» 
  16. Comic Con Souvenir Book #40. San Diego Comic-Com International. 2009. p. 60.
  17. "Past WisCons," WisCon website. Accessed September 19, 2011.
  18. {{Citar web|url=http://www.elwendigo.net/haxtur/haxturframeset2.htm%7Ctitulo=Premios Haxtur|lingua=Spanish|titulotrad=Haxtur Awards}
  19. "Eisner Awards Current Info" Arquivado em 6 de março de 2014, no Wayback Machine.. [[San Diego Comic-Con]. Retrieved September 11, 2013.
  • Estren, Mark James. A History of Underground Comics. [S.l.: s.n.] ISBN 0-87932-075-3 
  • Kaplan, Arie. Masters of the Comic Book Universe Revealed!. [S.l.: s.n.] ISBN 1-55652-633-4 
  • Krensky, Stephen. Comic Book Century: The History of American Comic Books (People's History). [S.l.: s.n.] ISBN 0-8225-6654-0 
  • Weller, Sheila. Girls Like Us: Carole King, Joni Mitchell, Carly Simon and the Journey of a Generation. [S.l.: s.n.] ISBN 0-7434-9147-5 

Ligações externas editar