Usuário(a):Pedro Henrique Batistells/Testes1

Comemoração

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Definição

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[inserir imagem na seção. a menção às festas permite usos criativos de imagens - Ana] A origem etimológica da palavra "comemoração" deriva do latim commemoratione, expressão declinada do termo commemoratio. A composição das palavras "comemorar" e "comemoração" é formada pela raiz comes que significa companheiro. Na estrutura da expressão, commemoratio remete ao verbo memorare [palavras de outro idioma sempre em itálico-Ana], que significa trazer à memória, fazer recordar, lembrar. Assim, a etimologia da palavra "comemoração" aponta para uma ação coletiva ritualizada ligada a memória de fatos, atos ou pessoas.[1]

O ato de comemorar pode ser definido como uma prática coletiva que busca lembrar algo ou alguém, o que implica que esse ato se caracterize por conflitos e disputas durante sua realização. A comemoração é realizada de formas diferentes através de atividades cerimoniais, ritualizadas, solenes, festivas, reunindo grupos sociais e comunidades distintas em prol do mesmo objetivo.[2] Por isso, comemorar pode ter um sentido de reforçamento coletivo porque pressupõe que os indivíduos compartilhem dos mesmos valores, ideias e sentimentos de pertencimento, mas também pode ser motivo para conflitos sobre como e por qual razão comemorar algo ou alguém.[3]

Esse fenômeno social e histórico reúne características que se articulam com as relações políticas, sociais e historiográficas que compõem uma nação e os sentimentos de patriotismo, determinando os modos de lembrança e esquecimento de acontecimentos e personagens históricas nas sociedades.[2] Os atos comemorativos, assim, se articulam com as formas de contagem do tempo e com os espaços sociais impondo sentidos e usos do passado no presente de cada comunidade.[4] As comemorações têm uma significativa relevância na construção da coesão social, uma vez que estão ligadas a termos como nacionalismo e patriotismo. É comum nas comemorações a criação de figuras heroicas de Estados nacionais, assim como um sentido religioso, como se observa na comemoração da Semana Santa.[5] Por se tratar de um campo de criação de memórias e de disputas pelo passado as comemorações demarcam, também, a existência das estruturas de poder vigentes que determinam o que, como e quando essas comemorações acontecem. Desta forma, insere-se na memória coletiva aquilo que é importante ser relembrado, com o intuito de reforçar projetos pilares do patriotismo ou, até mesmo, o fortalecimento de figuras históricas.[6]

Diferença entre comemorar, celebrar e rememorar

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Embora os três termos possuem relações próximas porque as três práticas têm como ponto em comum a evocação da memória de alguém ou de um acontecimento do passado no presente, há especificações de significado que particularizam cada uma.[2] A principal diferença está na maneira como se realiza esse ato. No caso de comemorar, essa ação é coletiva e compartilhada entre várias pessoas ou grupos e geralmente possui um tom de veneração do objeto comemorado. Nesse sentido, celebrar pode ser entendido como uma prática que faz parte do ato de comemoração porque igualmente consiste na ação de lembrar com devoção e formalidade, estabelecendo um vínculo de afeto e identidade com o passado celebrado a partir do presente.[2]

Embora possuam esses pontos de coincidência, a ação de celebrar tende a um tom festivo, como a data de uma aniversário, já comemorações não necessariamente remetem a festa, mas sim ao ato de lembrar de maneira solene e ritualizada.[7] Se comemorar e celebrar tendem a serem ações coletivas e compartilhadas [colocação dispensável para o gênero enciclopédico. pode ser mais objetivo- Ana], a ação de rememorar tem sua característica vinculada ao relacionamento crítico do objeto a ser recordado e questionador do ato comemorativo ou celebrativo.[8] Dessa forma, a rememoração não busca reforçar os laços compartilhados e coletivos de um grupo, podendo ser uma ação individual ou de uma parcela menor de uma comunidade. [referência no final dos parágrafos- Ana]

[acho que da para reformular essa seção e deixar a leitura mais intuitiva separando um parágrafo para cada palavra diferente. Sugestão +1 fonte para a diferença entre comemorar e rememorar: http://www.revistaversalete.ufpr.br/edicoes/vol9-16/2-SERAGLIO.-Maruana-Ka%CC%81ssia.-Deslize-de-sentido-e-relac%CC%A7o%CC%83es-de-poder.pdf- Ana]

Debate historiográfico sobre comemoração

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Comemorações como objeto historiográfico

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[o que é um objeto historiográfico pode não ser uma associação tão intuitiva e não demonstrar a ideia da seção. além disso, no texto abaixo são mencionadas outras áreas do conhecimento além da historiografia. sugiro trocar para objeto do conhecimento/nas ciências humanas- Ana] Existem diferentes tradições teóricas ao longo do tempo que trataram do tema das comemorações no campo das ciências humanas. Estas tradições teóricas são originárias de diversas áreas do conhecimento humano como a sociologia, a antropologia e a história.[9] Abaixo segue algumas perspectivas desenvolvidas através de conceitos que instrumentalizaram a reflexão sobre os fenômenos comemorativos. [frase dispensável para o gênero-Ana]

Comemoração como "Lugares de Memória"

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Monumento de 200 anos da Revolução Francesa. [ligar de forma mais sugestiva a imagem com o texto. por que um monumento é um lugar de memória?-Ana]

O conceito Lugares de Memória (Lieu de Mémoire) foi criado pelo historiador francês Pierre Nora e se materializa através da obra e seus sete tomos, cujo título leva o mesmo nome [materializar pode não ser a palavra adequada aqui. uma ideia é "desenvolvida em uma obra de sete tomos que leva o mesmo nome" - Ana]. Foi escrita entre a década de 1980 e 1990.[10] Apesar de tratar de aspectos da história cultural [hiperligação em história cultural-Ana] da França, ⁣bem como as suas ritualizações, comemorações e rememorações do passado, o termo tornou-se fundamental para compreender a importância histórica, política, social e cultural desses espaços para além da sua concepção inicial. Originalmente, a idéia surge como um questionamento ao excesso de práticas comemorativas na França, chamado pelo autor de a "Era das Comemorações", marcada pelos rituais fúnebres [hiperligação com funeral-Ana] de figuras de destaque nacional, além das comemorações voltadas para o 14 de julho, em que se comemora a Tomada da Bastilha e o início da Revolução Francesa. Contudo, o conceito se atualizou com o decorrer dos anos e tem sido utilizado para categorizar as mais diversas representações memorialísticas [exemplos?Ana].[11]

Por se tratar de objetos que constituem e remetem à evocação de passados e a inserção da memória coletiva hiperligação com memória coletiva-Ana], o seu uso não se restringe apenas aos memoriais, mas também, a monumentos, imagens, datas e figuras históricas que formam os imaginários nacionais e os seus projetos.[12] As comemorações cívicas do Bicentenário da Revolução Francesa é um exemplo da reafirmação desse passado, pois suscitou a criação de monumentos, símbolos, livros e outros materiais com o intuito de relembrar este passado e reforçar a memória nacional coletiva. [referência no final do parágrafo-Ana]

 
Espaço Memória e Direitos Humanos Ex Esma, localizado na cidade de Buenos Aires, Argentina.

Considerando o uso atualizado do conceito ["atualizado" palavra que indica imprevisão temporal. não faz parte do gênero enciclopédico-Ana], se emprega à categoria dos Lugares de Memória à criação de memoriais que tenham como abordagem temas sensíveis, como o Memorial e Museu Auschwitz-Birkenau, na Polônia, que foi o maior campo de concentração e extermínio nazista [hiperligação com nazismo-Ana] durante o Holocausto.[13] Outro memorial que aborda as violações aos Direitos Humanos [minúscula de acordo com o livro de estilo. hiperligação com direitos humanas] e extermínios e se enquadra dentro deste conceito é o Espaço Memória e Direitos Humanos, conhecida também como ex-ESMA, que abrigava a Escola da Mecânica Armada, cujo espaço foi o maior centro de tortura e desaparecimento forçado durante a ditadura militar na Argentina.[14] Ambos os locais são reconhecidos pela UNESCO como patrimônio mundial [hiperligação com patrimônio mundial-Ana] da humanidade. [15]

Assim, destaca-se também o papel frente à influência social e cultural desses espaços como aliados no dever de preservar a memória. Esses locais permitem aprender com o passado e combater o esquecimento, gerenciando a memória para manter o passado ativo no presente. [referência? esse último parágrafo ficou com o tom de uma "conclusão". no gênero enciclopédico não se segue essa estrutura de texto. as informações não precisam de uma finalização ou lição geral-Ana]

Comemoração como "Tradições Inventadas"

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As comemorações podem ser pensadas como tradições inventadas.[16] Nessa perspectiva, os ritos comemorativos seriam formalizações mais rigorosas de relações com um passado, seja um evento ou uma personagem cuja memória seria presentificada pelos rituais. Tais formalizações partem da reelaboração de práticas existentes ou resultam da criação consciente de formas que procuram estabilizar as relações entre passado e presente [exemplificar melhor-Ana]. A noção de tradição inventada também remete ao caráter ideológico [hiperligação em ideologia-Ana] dessas construções sociais [hiperligação em construção social-Ana]. Tais construções podem ser mais difusas ou mais objetivamente descritas em um determinado tempo, sendo possível identificar os agentes envolvidos em sua criação [precisa tornar isso mais claro-Ana]. Em qualquer dos casos, seria possível [trocar por "é possível"-Ana] relacionar a instituição de certos passados e formas rituais à manutenção ou mudança da ordem social. [17]

 
A Festa da Federação, obra do pintor francês Charles Monnet, retratando o primeiro aniversário da Queda da Bastilha em 1790. [ligar melhor a imagem com a ideia de tradição inventada-Ana]

A invenção das tradições se relaciona a tempos de mudanças mais estruturais [retirar o "mais" e hiperligar com mudança estrutural?-Ana] nas sociedades modernas [o que é uma sociedade moderna aqui? talvez colocar uma hiperligação que referencie ao que se refere pois sociedade moderna pode ter vários sentidos-Ana].[18] Esse pressuposto leva os criadores do conceito "invenção da tradição", Eric Hobsbawm e Terence Ranger, a identificar um tempo da produção em massa de tradições entre a década de 1870 e 1914, isto é, entre o avanço da Segunda Revolução Industrial com todas as suas consequências políticas e a Primeira Guerra Mundial.[19] A caracterização desse momento de massificação das tradições inventadas, entre elas as comemorações de eventos e personagens históricos, tem implicações para a compreensão do conceito. Tais tradições seriam construídas em sociedades cada vez mais complexas nas quais as estruturas sociais se diversificavam aceleradamente. [20]

Essa aceleração teria provocado, por um lado, o reforço de costumes e rituais políticos já existentes tendo em vista estabilizar e difundir identidade nacionais [hiperligar com identidade nacional-Ana]. Um exemplo desse processo são os rituais da realeza britânica que buscavam provocar a percepção da antiguidade imemorial do regime político.[21] Na verdade, tais ritos foram reelaborados nos séculos XIX e XX [hiperligação nos séculos?-Ana] tendo por fim o reforço das hierarquias sociais em um tempo de grandes transformações políticas. Por outro lado, a ampliação das diferenças e desigualdades sociais também levaria à invenção de novas tradições. Estas serviriam de amparo a existência e ação de grupos sociais subalternos [hiperligação em subalterno-Ana], como a classe trabalhadora, que cria tradições políticas e datas comemorativas, como o Primeiro de Maio ou Dia do Trabalhador.[22] Outro exemplo de diversificação se relaciona às identidades locais e regionais, como a é o caso da tradição inventada do kilt como costume que remetia à cultura celta [hiperligação em celtas-Ana]. Na verdade [conectivo dispensável para o gênero-Ana], a vestimenta se populariza nos séculos XVIII e XIX. E nesse caso, a indumentária sinalizaria a identidade nacional escocesa. [23]

Segundo a perspectiva de Hobsbawm e Ranger, as comemorações, rituais políticos os mais diversos, símbolos e costumes reelaborados tendo em vista um enraizamento no passado revelariam o caráter conflituoso da sociedade e dos usos do passado.[24] É possível dizer que a noção de tradição inventada, aparecida em 1983, respondia à vaga memorial ou a era das comemorações [hiperigações possíveis que tornem isso mais claro?-Ana] que caracterizou a virada dos anos 1970 para 1980 [hiperligação nos anos-Ana]. O conceito teve grande sucesso nos estudos sobre a memória e praticas comemorativas no Brasil.[25] Sua validade para o estudo das comemorações pode ser associada a alguns aspectos do fenômeno comemorativo como rituais nas sociedades complexas. Primeiro, enfatiza a montagem ou construção ativa dos rituais comemorativos a partir de praticas herdadas tendo em vista a produção da coesão social em tempos de transformações mais radicais. Segundo, provoca a pensar o caráter conflituoso das comemorações uma vez que mais de um grupo aciona, cria e reage aos ritos segundo suas posições diferencias na sociedade. Por fim [não existem conclusões no gênero enciclopédico-Ana], ao enfatizar esse ultimo aspecto, desloca o olhar das comemorações associadas ao Estado e à nacionalidade para outras iniciativas que revelam os usos da história pelos grupos subalternos. [referência no fim do parágrafo-Ana]

Comemoração e comunidades imaginadas

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As comemorações são parte fundamental dos dispositivos criados pelas nações como comunidades imaginadas.[26] Esse conceito foi desenvolvido por Benedict Anderson no livro Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a expansão do nacionalismo (1983) [uso do itálico em livros de acordo com o livro de estilo-Ana]. A obra se inseria no forte debate intelectual [hiperligação com intelectual?-Ana] sobre as nações modernas e o nacionalismo [hiperligações possíveis?-Ana]. Nos anos 1970 e 1980, a discussão envolveu pensadores como Ernest Gellner, Eric Hobsbawm e Partha Chatterjee.[27] Anderson defendia que as nações podem ser definidas como comunidades imaginadas porque congregam grupos e indivíduos que não se conhecem diretamente mas compartilham línguas [hiperligação em línguas-Ana] e histórias comuns. Esses dois elementos culturais formam as bases de um sentimento de pertença ao espaço nacional.[28]

As condições para o surgimento dessas novas comunidades políticas se ligam ao enfraquecimento de formas políticas e culturais anteriores como as monarquias de direito divino [hiperligação com direito divino dos reis-Ana] e a religiosidade tradicional na história europeia [hiperligações possíveis?-Ana]. A comunidade nacional se sobrepõe ao sentimento da comunidade política em torno do monarca e as formas de legitimação religiosas da política e vida social. As transformações da modernidade [hiperligação com modernidade ou idade moderna-Ana] provocam a dissolução desses poderes e criam condições novas que permitem a criação e crença nas comunidades nacionais.[29] A nação [hiperligação com nação-Ana] como comunidade imaginada depende de estruturas de comunicação que garantem o intercâmbio entre sujeitos socialmente diferenciados e anônimos. No processo da imaginação nacional grupos e indivíduos mobilizam repertórios comuns, muitas vezes herdados do passado, que permitem se perceberem como parte do mesmo espaço político.[30]

 
Festa escolar no Ipiranga [ligar imagem com texto-Ana]. Augistín Salinas y Teruel (1912)

A emergência da imprensa escrita [hiperligar com imprensa?-Ana] e o mercado editorial [hiperligar com editoração?-Ana] em expansão criaram e ampliaram as possiblidades de comunicação que ultrapassavam as relações interpessoais. Isso aconteceu, na Europa especialmente, entre os século XVIII e XIX. As comunidades imaginadas dependiam da circulação das informações baseadas em uma língua comum que vai consolidado as solidariedades entre grupos e indivíduos.[31] A história e todas as suas formas também se torna um dispositivo para criar laços entre tempos diferentes e produzir uma identidade no presente. Nesse sentido, as invenções da história colaboraram para a imaginação nacional. Entre as formas da história relativas à imaginação nacional estavam própria historiografia [hiperligação com historiografia-Ana], os museus, arquivos e bibliotecas modernos, além do patrimônio.[32]

As comemorações se inscrevem nesse processo e podem ser pensadas como parte essencial da imaginação nacional. Isso porque elas atingiam público mais amplos dos que as instituições letradas e suas formas. Elas empregavam repertórios celebrativos reconhecidos pelo público e originários das liturgias religiosa e monárquica.[33] Essas eram, então, transformadas em ritualizações da história[34], mas também mobilizavam novas estruturas. As comemorações, sobretudo os grandes ritos nacionais envolvendo datas e personagens históricos [hiperligar com personagens históricos?-Ana] destacados, aconteciam num ambiente espetacular [hiperligar com espetáculo-Ana] que convocava a visão e os corpos. Nas grandes cidades, os museus, galerias comerciais, os parques de diversões e as exposições internacionais compunham um complexo exibicionário. As comemorações se somavam a essa cultura do espetáculo.[35]

Comemoração como ritualização da história

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Ritualização da história é um processo por meio do qual são criadas várias manifestações de cunho ritualístico [hiperligação com ritual-Ana] com o objetivo de criar representações simbólicas que pudessem mobilizar o povo para que este recebesse lições vivas da história.[34]

O processo de ritualização da história na Modernidade é descendente direto de outros processos anteriores a este período.[36] O primeiro deles descende do ritual religioso do universo cristão [hiperligar com cristianismo-Ana] e o segundo das festas seculares [pode dar um exemplo?-Ana], notadamente criadas pela Revolução Francesa. As comemorações modernas estão intimamente ligadas às construções das nacionalidades operadas a partir do século XIX [hiperligar com o século-Ana] e tinham por finalidade representificar o passado. Neste processo, elas silenciavam o fato de serem evocações seletivas, parciais. [37]

 
Ritual funerário do corpo do escrito francês Victor Hugo em 1885.

Estes silenciamentos praticados pelas comemorações foram objeto de questionamentos por grupos sociais que não se sentiam contemplados ao longo da história. Estes questionamentos ocorrem em função de as comemorações praticadas ao longo do século XIX terem um perfil definido: a celebração de indivíduos das elites cultas que tentavam hegemonizar o poder simbólico, condição essencial de radicação de todo o poder. [38] As comemorações modernas são práticas cívicas [hiperligar com civismo?-Ana] elaboradas principalmente pelo Estado [hiperligar com estado-Ana] que visam pavimentar uma sociabilidade e, para isso, pressupunha uma certa religiosidade cívica. Cada ato comemorativo procurava recordar o passado e manifestar-se em um espetáculo simbólico e emotivo, criando o ambiente propício para reforçar a religação dos indivíduos a uma totalidade.[39]

As comemorações cívicas ao serem construídas mobilizam a memória, desempenhando uma função essencialmente pedagógica [hiperligar com pedagogia?-Ana] de formação dos cidadãos que vivem no interior das fronteiras dos estados nacionais. Sendo assim, há um modelo cunhado no século XIX de comemoração feito a partir de um culto cívico dos mortos que revela elementos de uma religiosidade civil. Este modelo surgiu da tomada de consciência de que as representações racionais só podem ser mobilizadoras quando completadas por cultos, tal qual acontecia no universo religioso, que fornecessem significado simbólico e coletivo ao sentido do tempo.[39]

Comemoração e passados nacionais

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Centenários das Independências Nacionais - Franciele

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Bicentenários das Independências Nacionais - Pedro

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Celebrações dos "Descobrimentos" - Pedro

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Comemoração e passados sensíveis

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13 de Maio: Abolição da Escravidão no Brasil

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27 de Janeiro: Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto

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31 de Março: Golpe de 1964 no Brasil

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Comemoração e Historiografia

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Memória

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ASSMANN, Aleida. Memória funcional e memória cumulativa – dois modos de recordação. In: ASSMANN, A. Espaços de recordação: formas e transformações da memória cultural. Editora Unicamp, Campinas, 2°ed. 2018, trad. Paulo Soethe (coord).

Identidade - Pedro

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FREIXO, Andre de Lemos. Passados privados, ou privados de passado? nostalgia, In-diferença, e as comemorações do Sete de Setembro brasileiro. Revista NUPEM, Campo Mourão, v. 11, n. 23, p. 59-80, maio/ago. 2019.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. As festas que a República manda guardar.Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, p. 172-189, 1989.

Temporalidade

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Monumental/Artística- Franciele

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Historiográfica - Pedro

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RABOTNIKOF. Nora. Pensar la conmemoración: política y tempo. Sociohistórica / Cuadernos del CISH 26 | segundo semestre 2009 | p.179-212.

MARCELINO, Douglas Attila; CALDEIRA, A. P. S. Apresentação. In: MARCELINO, Douglas Attila; CALDEIRA, A. P. S. (Org.). Lugares e práticas historiográficas: escritas, museus, imagens e comemorações. Ebook. 1. ed. Curitiba: CRV, 2021

Referências

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Bibliografia

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Artigos científicos

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Livros

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Páginas da Web

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